Os governantes que se encontrarão quinta-feira e sexta-feira na capital sul-coreana concordam com a necessidade de evitar esta guerra, que poderia acabar com todos os esforços coordenados desde novembro de 2008 para tirar o mundo de sua pior crise em 80 anos.
A questão é particularmente importante para os países emergentes, afetados pela batalha que tem como grandes protagonistas Estados Unidos e China, e que afeta sua competitividade a partir da intervenção de seus parceiros comerciais para fragilizar moedas e favorecer exportações.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o mais eloquente.
"Vou ao G20 para brigar", afirmou na semana passada, antes de completar que tem como objetivo evitar a guerra cambial.
Também recordou que os principais responsáveis são os governos dos Estados Unidos, "que quer resolver seu problema de déficit fiscal", e da China, "porque sabe que não pode continuar com sua moeda desvalorizada como está".
A presidente argentina, Cristina Kirchner, também afirmou que pretende solicitar a cooperação dos colegas do G20 conter a crise.
Mas os sinais não são muito auspiciosos, como demonstrou o anúncio da semana passada do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de uma nova injeção de 600 bilhões de dólares no mercado para sustentar a recuperação nos Estados Unidos, uma decisão muito criticada por Brasil, União Europeia (UE) e China.
Por isso, as possibilidades de que Seul resulte em uma volta da coordenação entre as maiores economia mundiais parecem reduzidas.
"Otimista? É muito difícil. Estamos enfrentando temas de grande complexidade", afirmou com sinceridade o presidente francês Nicolas Sarkozy na sexta-feira, ao comentar ambições de seu país para o G20, entre elas a reforma do sistema monetário internacional.
A falta de coordenação fragiliza o G20, mas também ameaça a recuperação da economia mundial.
A empresa de consultoria Capital Economics, com sede em Londres, advertiu que sem compromissos tangíveis dos principais países, há mais possibilidades de um salto para o protecionismo, o grande fantasma por trás da guerra cambial.
Se a origem do problema é, para muitos, a desvalorização do yuan, que fez disparar o desequilíbrio da balança comercial entre Estados Unidos e China, a questão é como fazer com que Pequim participe de forma ativa na solução.
"A China tem as cartas na mão para que o crescimento sustentável e duradouro recomendado nas reuniões anteriores do G20 não exija muitos sacrifícios dos Estados Unidos ou da União Europeia", afirmou a analista Silvie Matelly, especialista em economia internacional do Instituto para as Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS).
As cartas são aceitar uma reavaliação do yuan, moderar as exportações e acelerar o consumo interno.
Mas até o momento, Pequim tem resistido a mudar suas políticas, apesar das pressões de todos os lados.
A última demonstração foi o anúncio no sábado do secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, de que seu país não proporá nenhum número específico para limitar os desequilíbrios em contas correntes na reunião do G20, depois que a China, apoiada pela Alemanha, descartou a medida.
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