O passado de Franklin Martins não nos deixa dúvidas quanto a seus ideais e não adianta tentarem denegrir sua imagem.
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Date: Tue, 30 Nov 2010 13:41:51 -0200
Subject: [resistencia-democratica] Um notável assassino da verdade
REPASSANDO----- Original Message -----From: Spit²°¹° ™Sent: Friday, November 26, 2010 10:35 AMSubject: [resistencia-democratica] Um notável assassino da verdade25/11/2010
às 15:32O Supressor da Verdade fala sobre a liberdade
Por Reinaldo AzevedoO ministro da Supressão da Verdade, Franklin Martins, participou hoje de um seminário sobre liberdade de imprensa, promovido pela TV Cultura, emissora da Fundação Padre Anchieta, que custa alguns milhões aos cofres de São Paulo. É mais ou menos como chamar um açougueiro para tratar das virtudes do vegetarianismo. Daqui a pouco, publico outro post com as falas escandalosas deste senhor. E farei um questionamento também à própria Cultura. Vou indagar se seus gênios não pensam em promover um seminário sobre segurança pública, convidando Marcola e Marcinho VP para o debate. Eles têm tanto a dizer sobre a legalidade quanto Franklin sobre a liberdade.
25/11/2010
às 16:54Um notável assassino da verdade
Por Reinaldo AzevedoSe você é do tipo que tem apreço pelos fatos, não faz o que fez a TV Cultura só para provar que, não tendo telespectadores, não tem também preconceitos nem se subordina ao PSDB: chamar Franklin Martins, o ministro da Supressão da Verdade, para um debate. Porque ele há de exercitar a sua especialidade, ora essa: suprimir a… verdade! Assim, independentemente da questão partidária, há um óbice de natureza ética: raposas não arbitram sobre galinheiro. Este gigante moral deixou claro ontem o que entende por liberdade de imprensa: armou uma entrevista do presidente Lula, que é figura pública, com blogueiros. Mas havia uma exigência: eles tinham de ser "progressistas". E o evento — bisonho, constrangedor — reuniu os blogs que fizeram campanha para Lula, alguns deles financiados, de modo oblíquo, por dinheiro público. "Queria ser convidado, né?" Não queria. Tivesse sido, não teria ido. Há outros que não têm o nariz marrom. Mas não servia.
Franklin é autor de algumas teses famosas no jornalismo. A mais ousada, sem dúvida, é aquela que assegura que o mensalão nunca existiu — e vocês verão daqui a pouco como ele continua a investir de modo determinado contra os fatos. Essa "coragem" lhe garantiu o apreço de Lula. No poder, sua mais obstinada tarefa tem sido tentar se vingar da Rede Globo, que lhe pregou um pé no traseiro. Tenta transformar a sua vendeta pessoal numa causa pública. E o faz com o caráter sem fronteiras de sempre. Franklin é aquele homem capaz, ainda hoje, de relatar, às gargalhadas, que a ordem era mesmo matar o embaixador americano Charles Elbrick se o governo não atendesse às reivindicações dos seqüestradores. O filme está aqui. Ele era um dos chefetes da ação e foi quem redigiu o manifesto anunciando a operação e fazendo as exigências. Talvez fosse candidato a fazer com Elbrick o que faz cotidianamente com a verdade.
Quem garante?
Em sua intervenção, o ministro da Supressão da Verdade afirmou que "o governo garantiu a liberdade de imprensa, mesmo apanhando muito". Bem, é mentira! O governo não garante coisa nenhuma! A garantia vem da Constituição Federal. Os valentes não censuram oficialmente a imprensa porque não podem, não porque não queiram. E acrescentou uma frase de efeito, que costuma repetir, acreditando certamente se tratar de um fabuloso achado: "A imprensa é livre, o que não significa que seja boa". Franklin deu mostras ontem do que entende por imprensa boa e livre…Ao defender o que chama de "regulação" do setor, tentou fazer um pouquinho de sociologia, esforço que, no seu caso, é sempre barateado por sua incompreensão essencial do que seja democracia e pluralidade. E, mais uma vez, espancou a verdade com incrível determinação. Leio no Estadão Online — que não se ocupou de, objetivamente, deixar claro que há uma contradição entre a afirmação do ministro e os fatos:
Martins citou ainda o episódio da bolinha de papel como exemplo. "A TV Globo coloca no ar uma reportagem de sete minutos que há anos atrás seria incontestável. No dia seguinte, outras pessoas já haviam decomposto quadro a quadro e viram que não havia a trajetória do segundo objeto. Quer dizer, a informação foi questionada". Segundo ele, essa alteração na forma de produzir a informação gera desconforto. "Vamos ter de nos adaptar a fazer um novo jornalismo. O leitor terá mais filtros, mais questionamentos", disse. "Teremos muito mais imprensa do que temos hoje", acrescentou.É uma afirmação delinqüente de vários modos:
1 - quem afirma, a não ser os blogs sujos que servem ao governo, que "não havia a trajetória" do segundo objeto?;
2 - perícia técnica demonstrou, ao contrário do que ele diz, que existiu, sim;
3 - o SBT mandou fazer outra perícia para tentar contestar aquela levada ao ar pela Globo. Os peritos chegaram à mesma conclusão. A emissora não levou o resultado ao ar, mas se desculpou publicamente pela tal reportagem da "bolinha de papel";
4 - a contestação a que Franklin se refere era parte da campanha eleitoral, sem qualquer credibilidade técnica;
5 - assim como o mensalão é evidente, e Franklin nega, agressão a Serra foi evidente, e Franklin também nega.Que homem notável! Numa única consideração, ataca o PSDB e a Rede Globo, tentando sugerir uma espécie de conluio entre ambos. Notem: um ministro de Estado deslocou-se de Brasília para São Paulo para protagonizar, a exemplo do que faz seu chefe, mais um capítulo da disputa eleitoral. Os petistas, naturalmente, não seriam "ousados" a ponto de chamar um detrator do partido para um seminário promovido pela TV Brasil — lá, só entra quem conta com as bênçãos de Franklin. Mas a TV que ESTARIA sob a influência dos tucanos (nunca esteve!) convida o Supressor da Verdade para vir espancar o PSDB em São Paulo. E não que eu ache que uma e outra emissoras deveriam servir aos interesses, respectivamente, de petistas e tucanos. O que estranho é que as duas, na prática, acabem servindo ao petismo.
Observem que o próprio texto do Estadão trata, em linguagem referencial, a agressão como "episódio da bolinha de papel". Não pensem que esse trabalho de Franklin e do subjornalismo sujo — que não se limita aos bloguezinhos; o que conta mesmo são redes de TV, portais e alguns jornais — é irrelevante. Não é, não! Contamina mesmo um veículo que não pertence à escória a soldo.
Franklin afirmou ainda:
"Não consigo ver nenhum problema do presidente Lula criticar tal ou qual revista. A imprensa não está acima da crítica. Aliás, nem o presidente Lula nem eu nem a Dilma. É normal ser criticado. Isso não afeta em nada a liberdade de imprensa. Há pessoas que, diante da crítica, acham que a liberdade de imprensa está ameaçada. Eu não acredito nisso. A crítica ajuda a crescer".Quem está falando? O comandante da Conferência de Comunicação, que aprovou propostas que, na prática, instituem a censura no Brasil; o representante de um governo que já tentou sepultar a liberdade de imprensa com o Conselho Federal de Jornalismo e com uma estrovenga que, aparentemente, dedicava-se à defesa dos direitos humanos. Assim, o governo não se limita a "criticar" a imprensa; tenta amordaçá-la mesmo. Ademais, aplica de modo determinado outra forma nada sutil de controle: usa a verba publicitária do governo e das estatais para punir desafetos e premiar aliados — chegando ao extremo de financiar a pistolagem na Internet.
Mas por que não o faria o negador do mensalão, o negador da agressão a Serra, o homem que gargalha quando fala em homicídio?
Franklin deve acreditar que só escrevo isso porque ele e Lula deixam. Não! Só escrevo isso porque a Constituição me permite e porque é verdade:
- ele nega o mensalão:
- ele nega a agressão;
- ele gargalhou ao falar em homicídio. O próximo seminário da TV Cultura terá como tema: "Goebbels, um homem que revolucionou a verdade"
25/11/2010
às 17:40Pergunta à Folha de S. Paulo em defesa dos fatos: "Por que a mentira tem de ser mais ousada do que a verdade?"
Por Reinaldo AzevedoAi, ai…
Houve um episódio interessante no seminário promovido hoje pela TV Cultura sobre liberdade de imprensa, aquele em que Franklin Martins, o açougueiro, ensinava a preparar aspargos. O ministro da Supressão da Verdade reclamou da cobertura feita pela Folha de uma intervenção sua num seminário internacional sobre mídia.
Atenção, leitor! Reproduzo reportagem de hoje da Folha Online. Volto em seguida.
Franklin Martins reclama de enfoque da Folha sobre evento de mídia
Durante o seminário Cultura de Liberdade de Imprensa, realizado pela TV Cultura, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, reclamou do enfoque que a Folha deu à sua fala no encontro internacional sobre convergência de mídias, promovido por sua pasta.
"A Folha botou na primeira página que eu tinha dito num tom quase arrogante algo como 'vai haver controle' –ou regulação, não lembro exatamente a palavra– 'com consenso ou sem consenso'", disse o ministro, que completou em seguida: "Eu falei lá exatamente o que falei aqui. Um dos grandes problemas é que temos o hábito de acreditar nos jornais, às vezes não colocamos em dúvida os jornais".
A reportagem à qual Franklin se refere foi publicada no dia 10 deste mês. Na Primeira Página, a chamada "Governo diz que vai regular mídia mesmo sem consenso" dizia que o ministro "afirmou que o governo está disposto a levar adiante a discussão de novas regras para o setor de mídia digital mesmo sem entendimento".
Segundo Franklin, a Folha distorceu suas palavras e deu a elas um tom ameaçador não por "ruído de comunicação", mas por "defeito de apuração" –"com todo o respeito", acrescentou, "antigamente os jornais tinham mais filtros e fazíamos um jornalismo melhor".
Em seguida, o ministro afirmou ter ficado "chateadíssimo" com a cobertura: "Não foi isso que eu falei".
O ministro releu trechos do discurso proferido no seminário internacional promovido por sua pasta, no qual afirma que o debate sobre um novo marco regulatório para mídias digitais está na agenda e que, se o ambiente de confrontação perseverar, não será bom para ninguém.
"Nenhum setor, nenhum grupo tem o poder de interditar essa discussão. A discussão está na mesa, está na agenda, ela terá que ser feita. Ela pode ser feita ou num clima de entendimento ou num clima de enfrentamento. Eu acho que é muito melhor fazer num clima de entendimento", leu o ministro, que comentou: "Isso foi dado como agressão. Realmente, não consigo entender".
Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha e um dos participantes do seminário promovido pela TV Cultura, respondeu publicamente ao ministro dizendo que, "como ainda não há controle social da mídia, a imprensa é livre até para errar. Se a Folha de fato errou no episódio citado pelo senhor, convido-o a escrever no jornal ou nos dar uma entrevista, que publicaremos com igual destaque".Voltei
Sérgio Dávila certamente tem mais motivos para defender a Folha nesse episódio do que eu, não é? Talvez não o tenha feito por uma questão de decoro, que faltou ao outro. O convite que fez talvez possa ser caracterizado como excesso de mesura, ainda que condicionado por uma oração subordinada: "Se a Folha errou…"Como se trata de um seminário sobre imprensa, o compromisso com a verdade deve estar acima da etiqueta de salão se esta flertar com a mentira. A Folha não errou. Reproduzo trecho de reportagem publicada no dia 10 pelo jornal:
Por Elvira Lobato e Andreza Matais, na Folha Online:
O ministro Franklin Martins (Comunicação Social) abriu hoje seminário internacional promovido pelo governo para discutir novas regras ao setor de mídia digital (rádio, TV e internet) com uma advertência aos empresários. Segundo ele, "nenhum grupo tem poder de interditar a discussão" sobre um novo marco regulatório e é melhor que o debate se dê num clima de entendimento.
"A discussão está na mesa, está na agenda, ela terá de ser feita. Pode ser feita num clima de entendimento ou de enfrentamento", afirmou.Agora confrontem com o discurso de Franklin feito naquele dia, segundo ele próprio confirmou hoje:
"A discussão está na mesa, está na agenda, ela terá que ser feita. Ela pode ser feita ou num clima de entendimento ou num clima de enfrentamento."E aí? É ou não é muito diferente? Tenham a santa paciência! Sérgio Dávila, com quem já tive um bate-papo muito cordial, é um rapaz inteligente; deve haver em sua reação alguma estratégia que me escapa — já que só dirijo este meu pequeno império de um maluco só. Mas não entendo que mal teria feito a verdade se dita ali, na hora, até em homenagem às duas profissionais que reportaram exatamente o que disse Franklin. Diga-me, Sérgio: por que a mentira tem de ser mais ousada do que a verdade?
Os petistas e o governo Lula confundem muitas vezes os interlocutores porque não são mentirosos comuns, tradicionais. Vejam o que faz Franklin Martins: ele diz, literalmente, que a regulação será feita com consenso ou com confronto — coisa que até Dilma Rousseff se negou a endossar! O jornal noticiou o que ele afirmou. Ele reitera o seu "ou… ou" e insiste que as palavras não significam o que significam.
O primeiro a identificar esse procedimento das esquerdas foi George Orwell, no muito simples, elementar e, ao mesmo tempo, genial 1984. O que era a novilíngua senão as palavras tomadas pelo seu avesso?
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Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.
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Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista.
E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso."
General Olimpio Mourão Filho em A Verdade de um Revolucionário de 1978
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