Este corpo que atravessa a vida, a garganta, o tempo
atravessa o fosso, a fossa, o vento
sempre mensurável como o gado e o feno
Este corpo, irrecusável instrumento, indissoluvelmente afinado com o
tempo
luta para se manter atento, pulsante e, às vezes, dormente
como porta, concha, moinho, cata-vento
Atravessa a noite, o sono, o sonho, a estação, o trem
a fronha, o cabelo, o pente
Veste caras, amores, rancores, bocas, dentes
abraços, espantos, pássaros, serpentes.
Atravessa o gozo, o abraço e a aguardente
Contudo, acorda pesado
e só não consegue atravessar a cova, a faca, a dor de dente.
Hideraldo Montenegro
HUMANO CANTO
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