Desde o início de outubro, o Senhor Mercado intensificou as críticas por meio de seus porta-vozes na mídia: tenta desmoralizar o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e a condução da política monetária. Critica o Governo, por governar, e a Presidente Dilma, por orientar as decisões do BC. João Sicsu
O Banco Central elevou de janeiro a julho por cinco vezes consecutivas a taxa de juros básica da economia, a taxa Selic. Em julho, atingiu 12,5%. Nas duas últimas reuniões houve redução de 0,5% em cada uma delas. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central será no final do mês. O Senhor Mercado está cabisbaixo, mas mantém a sua postura crítica. Suplica internamente: "chega de baixar juros".
De janeiro a julho as críticas do Senhor Mercado às decisões do Banco Central eram brandas. Pedia mais da "ração de todos os dias": queria maiores elevações da taxa Selic. Desde o início de outubro, o Senhor Mercado intensificou as críticas: tenta desmoralizar o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e a condução da política monetária. Critica o Governo, por governar, e a Presidente Dilma, por orientar as decisões do Banco Central.
Mas, quem é esse Senhor Mercado? Quais são seus métodos? Ele tem aliados?
O Senhor Mercado não é o espaço físico onde mercadorias e ativos são negociados. É um espaço abstrato onde se encontram um amplo leque de interesses privados que tem como principal objetivo maximizar a rentabilidade e a segurança de ativos financeiros.
O Senhor Mercado tem fortes conexões com economistas acadêmicos. Patrocina pesquisas "científicas" (quem viu o filme Inside Job soube como surgiram estudos mostrando a solidez do sistema financeiro da Islândia, que "virou pó" poucos meses após a publicação das pesquisas "científicas e neutras"). O Senhor Mercado tem sólidas ligações com veículos de comunicação. Patrocina tais veículos através de anúncios, publicação de balanços e com outros mecanismos que somente as partes conhecem.
O Senhor Mercado, sentado sobre trilhões de dólares, com pesquisas "científicas" numa mão e com veículos de comunicação na outra, faz os malabarismos necessários. Cria um mundo imaginário para influir sobre o mundo real, cria um "circo de fantasias". Para o Senhor Mercado, não importam os meios, importa o fim. Até consultas democráticas, como plebiscitos, podem ser rejeitados se ameaçam seu objetivo maior.
As colunas e matérias de jornais falam, por exemplo, que o Banco Central tomou tal decisão "contrariando as...
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