Enc: [ 3setor ] Carta Dep. Jean Wyllys ao Prefeito Eduardo Paes contra Projeto de Lei do Vereador Carlos Bolsonaro.

domingo, 1 de abril de 2012

Marcos

Acho que você realmente está fora da casinha. Sequer vou aventar a sua dubiedade (a esta altura histriônica) na sua relação de amor e ódio com o Lula e a Dilma, mostrando apenas que o que queres é dinheiro no bolso, como aposentado (o que não vais ter tão cedo, com estes governos).

Nada tenho a ver com o Partido do deputado Jean Willis, e nem com ele. Mas, sem fazer nenhum juízo de valor se ele é bonzinho, mauzinho, hetero ou homossexual, defendo o direito dele se expressar e defender o que quiser, pois é assim que a democracia anda.

Mas, te aviso que não fica sem resposta minha, quem me enviar mensagens como se fosse um destes milicos fascistas, contra os quais protestamos na frente do clube militar. Quero te lembrar que Hitler começou perseguindo os ciganos, depois os homossexuais, os não arianos, os comunistas, os judeus e, por fim, os dementes e os aleijados. Cuidado com o que defendes, pois um dia poderás não ter quem defenda contgra a eliminação de cadeirantes e outros deficientes (gosto de portadores de necessidades especiais), com o argumento de serem um estorvo para a sociedade.

E, antes que me esqueça, VAI PRÁ PUTA QUE O PARIU!!!, ( é assim que trato os Fascistas, como você demonstra ser, inequivocamente).

Raymundo

Te aconselho a ver o filme O Julgamento de Nuremberg e preste a atenção no papel muito bem desempenhado pelo ator Montgomery Cliff (um suposto demente que queriam matar), e vista a carapuça. E se voltares a se manifestar contra homossexuais, abrirei uma campanha para a eliminação de  cadeirantes fascistas como você, para tentar igualar o jogo. Que fiques bem avisado. "Pau que dá em Chico, também dá em Francisco".
----- Mensagem encaminhada -----
De: marcos ferreira pinto basto <marcospintobasto@superig.com.br>
Para: Rodrigo Salgueiro <rsb.rodrigo@hotmail.com>
Enviadas: Quinta-feira, 29 de Março de 2012 21:14
Assunto: Re: [ 3setor ] Carta Dep. Jean Wyllys ao Prefeito Eduardo Paes contra Projeto de Lei do Vereador Carlos Bolsonaro.

Esse Jean Wyllys, além de ser viado, está convencido que é o dono da verdade, da moral e bons costumes. A grande maioria da
população brasileira desdenha homossexuais e uma grande porcentagem é contra sua nomeação para cargos públicos.
Só o que nos faltava, um viado como deputado federal gemendo suas dores ao prefeito do Rio.
Marcos Pinto Basto

Em 26 de março de 2012 14:19, Rodrigo Salgueiro <rsb.rodrigo@hotmail.com> escreveu:
 
Carta do Deputado Jean Wyllys ao Prefeito Eduardo Paes em protesto ao Projeto de Lei 1082/2011 do Vereador Carlos Bolsonaro (PP), a já denominada "Lei do Bullying". O projeto proíbe a distribuição de "todo aquele (material) que, contenha orientações sobre a prática da homoafetividade, de combate à homofobia, de direitos de homossexuais, da desconstrução da heteronormatividade ou qualquer assunto correlato". 


Câmara dos Deputados
Gabinete do Deputado Jean Wyllys PSOL/RJ
 
Ofício no. 71/2012
 
Exmo. Sr. Prefeito Eduardo Paes,
Eu, Jean Wyllys, como cidadão brasileiro homossexual e deputado federal que defende os direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgênero (LGBT), entre outras causas, venho por meio desta dizer que me sinto afrontado com o projeto de lei 1082/2011, do vereador Carlos Bolsonaro (PP), que "veda a distribuição, exposição e divulgação de material didático contendo orientações sobre a diversidade sexual nos estabelecimentos de ensino fundamental e de educação infantil da rede pública municipal da cidade do Rio de Janeiro". O projeto ainda esclarece que o material proibido será "todo aquele que, contenha orientações sobre a prática da homoafetividade, de combate à homofobia, de direitos de homossexuais, da desconstrução da heteronormatividade ou qualquer assunto correlato".
O projeto, já conhecido como Lei do Bullying, foi aprovado por 21 votos contra 9 na Câmara de Vereadores da nossa cidade e terá uma segunda votação nessa terça-feira 27. O Rio ainda está a tempo de impedir que essa afronta à democracia seja aprovada. Por isso, como cidadão carioca, ativista de direitos humanos e representante do povo do Rio no Congresso Federal, venho pedir a V. E. que se posicione publicamente contra esse aberrante projeto, dê orientações à bancada do seu partido para rejeitá-lo e se comprometa a vetá-lo se for aprovado.
Não podemos deixar passar esta gravíssima tentativa de institucionalizar a homofobia e o bullying como políticas públicas, condenando aos nossos jovens gays e lésbicas à humilhação, o desrespeito, a discriminação e a violência. Não podemos permitir que se proíba ao Estado fazer o que a Constituição Federal e todos os tratados internacionais de Direitos Humanos lhe mandam. Não podemos aceitar que a ignorância, o preconceito e a violência contra as minorias se tornem lei na nossa cidade!
Nós, gays e lésbicas, não nascemos adultos. Como todas as outras pessoas, temos infância e adolescência, mas, produto de todos os males que esse projeto busca reforçar, nossa infância e adolescência é, na maioria dos casos, muito difícil. Assim que começamos a exteriorizar nossa orientação sexual, sofremos as injúrias, o acosso, as piadas, as ameaças e a violência de alguns dos nossos colegas, às vezes inclusive da nossa família e dos nossos amigos. Isso, muito frequentemente, acontece sem que exista intervenção dos adultos — nossos pais, nossos professores, as autoridades — para nos proteger. Muitas vezes nos sentimos sós. Estamos sós.
Eu fui uma criança gay e sei muito bem como a homofobia leva à violência. E como dói, como magoa! O escritor argentino Osvaldo Bazán o explica muito bem:
A criança judia sofre a estupidez do mundo, volta para casa e lá seus pais judeus lhe dizem: "estúpido é o mundo, não você". E lhe dizem por que essa noite não é como todas as noites, e contam para ele a história daquela vez em que tiveram que sair correndo e o pão não fermentou. Dão-lhe uma lista de valores e falam: "Você está parado aqui". E saberá a criança judia que não está sozinha. A criança negra sofre a estupidez do mundo, volta para casa e lá seus pais negros lhe dizem: "estúpido é o mundo, não você". E lhe falam do berço da humanidade, de um barco, de uma guerra. Dão-lhe uma lista de valores e falam: "Você está parado aqui". E saberá a criança negra que não está sozinha. A criança homossexual sofre a estupidez do mundo e nem pensa em falar com os pais, porque supõe que eles vão ficar chateados. Não sabe por quê, mas eles vão se chatear. E para seus pais, o pior é crer que seu filho não é como eles (...). A criança homossexual, só por ter nascido homossexual, só por ter sido parida em território inimigo, está em guerra com a religião, com a ciência e com o Estado. Como poderá uma criança enfrentar uma luta tão desigual?
A escola não pode fechar os olhos e tratar essas crianças e jovens como se não existissem. Não pode abandoná-las, deixá-las sozinhas. O projeto do vereador Bolsonaro, se aprovado, significará um aval do estado municipal à violência, ao bullying, à discriminação e ao preconceito. Tudo isso que o Estado deveria combater passará a ser política do Estado.
O senhor sabe, prefeito, que é objetivo fundamental da República Federativa do Brasil reduzir as desigualdades sociais, conforme está expresso no inciso III do artigo 3º da Constituição Federal. Sabe também que, entre os brasileiros, é garantida a plena igualdade (artigo 5º, caput, da mesma Constituição). Além de superar as injustiças socioeconômicas entre as diferentes classes sociais, o mandato constitucional inclui também que devemos romper com estigmas que pesam contra determinados grupos culturais e de identidade que compõem a sociedade brasileira, que por vezes padecem de exclusão simbólica. Como tal desiderato demanda políticas públicas para sua efetivação, a proposição em comento — que explicitamente as proíbe — não pode ser aceita.
O Rio de Janeiro não se espelha no projeto do vereador Bolsonaro. Nossa cidade maravilhosa tem dado, nos últimos anos, claras demostrações de que quer ir na direção contrária à que ele propõe. Somos uma cidade que quer celebrar a diversidade e construir a igualdade, acabar com o preconceito e festejar a união, garantir direitos e combater a violência. É nesse Rio de Janeiro que eu acredito, e sei que V. E. também. O projeto aprovado pela Câmara é, também, um golpe contra as políticas públicas que o seu próprio governo, através da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual, desenvolve — políticas que eu, mesmo militando na oposição, tenho elogiado.
Se aprovada, a Lei do Bullying envergonhará o Rio de Janeiro — e todos nós — diante do mundo inteiro! Nossa cidade será notícia na imprensa internacional por ter legalizado a homofobia. Nós, cariocas, não merecemos isso.
Conto com V. E. para determos juntos essa loucura.
Sem mais, agradeço sua gentileza em receber esta minha carta já que uma conversa entre nós não foi possível por motivos de agenda.
 
Jean Wyllys
Deputado Federal PSOL-RJ

 
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