Leia e aprenda!
Mauro Santayana
O Brasil e a Argentina, sendo os dois maiores países da América do Sul, têm sido alvos preferenciais do domínio euro-americano em nosso continente. A Argentina, sob Cristina Kirchner, depois de anos desastrados de ditadura militar, e do governo caricato e neoliberal de Menen, se confronta com Madri, ao retomar o controle de suas jazidas de petróleo que estava com a Repsol. Quando um governo entrega, de forma aviltante, os bens nacionais ao estrangeiro, como também ocorreu no Brasil, procede como quem oferece seu corpo no mercado da prostituição. Assim, as medidas de Cristina buscam reparar a abjeção de Menem.Será um equívoco discutir o conflito de Buenos Aires com Madri dentro dos estreitos limites das relações econômicas. A economia de qualquer país é um meio para assegurar sua soberania e dignidade – não um fim em si mesma.
As elites espanholas, depois da morte de Franco, foram seduzidas pela idéia de que poderiam recuperar sua presença na América Latina, perdida na guerra contra os Estados Unidos e durante a ditadura de quase 40 anos. Já durante o governo de Adolfo Suárez, imaginaram que poderiam, pouco a pouco, readquirir a confiança dos latino-americanos, ofendidos pela intervenção descarada dos Estados Unidos no continente. De certa forma, procediam com inteligência estratégica: a nossa América necessitava de aliados, mesmo frágeis, como era a Península Ibérica, na reconstrução de sua soberania, mutilada pelos governos militares alinhados a Washington.
Mas faltou aos governantes e homens de negócios espanhóis a habilidade diplomática, que se dissimula na modéstia, e lhes sobrou arrogância. Essa arrogância cresceu quando a Espanha foi admitida na União Européia, e passou a receber fartos recursos dos países ricos do Norte, a fim de acertar o passo continental. A sua estratégia foi a de, com parte dos recursos disponíveis, "comprar" empresas e constituir outras em nossos países. Isso os levou a imaginar que poderiam ditar a nossa política externa, como serviçais que foram, e continuam a ser, dos Estados Unidos. A idéia era a de que, em espanhol, os ditados de Washington seriam mais bem ouvidos.
O paroxismo dessa paranóia ocorreu quando José Maria Aznar telefonou ao presidente Duhalde, da Argentina, determinando-lhe que aceitasse as imposições do FMI, sob a ameaça de represálias. E a insolência maior ocorreu, e sob o governo socialista de Zapatero, quando esse heróico matador de paquidermes indefesos, Juan Carlos, mandou que o presidente Chávez (eleito livremente pelo seu povo, sob a fiscalização de observadores internacionais, entre eles o ex-presidente Carter) se calasse, no encontro iberoamericano de Santiago. Um rei matador de elefantes indefesos e sogro de um acusado de peculato – o bem apessoado serviçal da Telefónica de Espanha, Iñaki Urdangarin, pago com lucros obtidos pela empresa na América Latina, principalmente no Brasil.
Os espanhóis parecem não se dar conta de que as suas antigas colônias se tornaram independentes, umas mais cedo – como é o caso da Argentina – e outras mais tarde, embora muitas passassem ao domínio ianque. Imaginaram que podiam fazer o que faziam antes disso no continente – e incluíram o Brasil na geografia de sua presunção.
O Brasil pode e deve, ser solidário com a Argentina, no caso da recuperação, para seu povo, das jazidas petrolíferas da YPF. E manter a nossa posição histórica de reconhecimento da soberania de Buenos Aires sobre o arquipélago das Malvinas.
Que querem os espanhóis em sua gritaria por solidariedade contra a Argentina, pelo mundo afora? Eles saquearam tudo o que puderam, durante o período colonial, em ouro e prata. Usaram esses recursos imensos – assim como os portugueses fizeram com o nosso ouro – a fim de construir castelos e armar exércitos que só se revelaram eficazes na repressão contra o seu próprio povo – como ocorreu na guerra civil.
Durante o seu período de arrogância subsidiada, trataram com desdém os mal chamados iberoamericanos, humilhando e ofendendo brasileiros e hispanoamericanos, aviltando-os ao máximo. Um só ser humano, em sua dignidade, vale mais do que todos os poços de petróleo do mundo. Antes que Cristina Kirchner determinasse a recompra das ações da YPF em poder da Repsol, patrimônio muito maior dos argentinos e de todos os latinoamericanos, sua dignidade, havia sido aviltada, de forma abjeta e continuada, pelas autoridades espanholas no aeroporto de Barajas e em seu território.
Que se queixem agora aos patrões, como seu chanceler, Garcia-Margallo fez, ao chorar nos ombros da senhora Clinton, e busquem a solidariedade de uma Europa em frangalhos. Ou que rearmem a sua Invencível Armada em Cádiz, e desembarquem no Rio da Prata . Isso, se antes, os milhões de jovens desempregados – a melhor parcela de um povo maravilhoso, como é o da Espanha – não resolvam destituir suas elites políticas, corruptas, incompetentes e opressoras, e seu rei tão ocioso quanto descartável.
E, ao final, vale lembrar a viagem histórica que Eva Perón fez à Europa, no auge de sua popularidade. Em Madri, diante da miséria em que se encontrava o povo, ofereceu a Franco, em nome do povo argentino, alguns navios cheios de trigo. O general respondeu que não era necessário, que os celeiros espanhóis estavam cheios de farinha. E Evita replicou, de pronto: ¿entonces, por qué no hacen pan?
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Enviada em: terça-feira, 24 de abril de 2012 21:09
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Aguardo então seus comentários, pois o relato é pautado em fatos e dados.
Gerhard Erich Boehme
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Sent: Wednesday, December 28, 2011 10:00 PM
To: Gerhard Erich Boehme
Subject: Res: Sobre os argumentos do Sr. Euclides.
Gerhard. Que conversa fiada é essa sua. Me apresentou o que ocorreu na Argentina. Deixa de bobagem rapaz! Você escreve muitas coisas mas muitas delas sem sentido. O que você defende é o casuísmo, a dominação dos mais espertos aos trouxas. Gerhard esse seu neoliberalismo capitalista burguês financista apátrida chegou ao fim da linha.
Ninguém quer mais acreditar nisso. O mundo mudou, agora chegou a vez do socialismo do século XXI, que está às portas, quem viver vera. O centro do mundo não será mais a Europa nem os EUA. Quem vai mandar no mundo agora de outro modo é o BRICS.
Viva o Socialismo do Século XXI.
Euclides - MRLB.
-------Mensagem original-------
Caro Marenga,
Na realidade a falta deles, ao Sr. Euclides apresentei o que ocorreu na Argentina, no Brasil temos muitos exemplos, sendo um dos mais emblemáticos a legislação trabalhista, pois bem, temos mais da metade dos trabalhadores na informalidade. O que é isso senão a busca pela liberdade dos que querem trabalhar, mas que face a conjuntura não encontram emprego ou oportunidade de exercerem os seu empreendedorismo.
Outro exemplo clássico a intervenção estatal indevida, a qual foi parcialmente corrigida agora no Governo Dilma, foi a lei do inquilinato. Protegeu os inquilinos no primeiro momento, por certo, mas relativizou o direito de propriedade e desestimulou o investimento no setor, seja a chamada "aposentadoria de português", sem alusão a piada, mas era a forma com que os portugueses e seus descendentes e não só eles, por gerações, investiam para assegurar uma velhice tranquila, investiam durante a vida em imóveis. Pois bem, deixaram de fazê-lo. O resultado foi que o déficit habitacional somente aumentou, razão do Brasil ser hoje uma favella.
Posso citar inúmeros casos, mas encerro o caso do "O Petróleo é nosso", mas os derivados são deles, pagamos os mais caros, inclusive a própria incompetência e ineficácia da PETROBRAS, com o passeio do etanol, por exemplo.
Levar uma nação à pobreza é fácil, basta deixar no comando intervencionistas de toda sorte, trabalhistas, socialistas, socialdemocratas, etc. E mais rápido é deixar os socialistas e comunistas se apoderarem do Estado.
O que nos leva ao desenvolvimento?
Poderia apresentar inúmeros caminhos, mas me limito aos fundamentais:
1. Investir em educação e saúde, envolvendo não apenas o 1º Setor, mas fundamentalmente reconhecer e apoiar a participação do 2º e
3º Setor, o papel do 1º Setor deve ser subsidiário.
2. Assegurar boa gestão pública, com destaque às práticas que inviabilizem a discriminação espacial, entre elas podemos citar os Planos Diretores, as Agenda 21 Locais e principalmente assegurar o direito de propriedade.
3. Termos uma gestão pública e leis que privilegiem a liberdade, que nos assegurem regras claras de garantias ao direito de propriedade, ao estado de direito e à economia de mercado.
O entendimento de como a liberdade é indutora é fundamental, observando os indicadores abaixo podemos ver que é outro ponto chave, talvez o principal indutor, pois é o que se aproveita de todo o potencial das pessoas, da ação humana:
1. "Index of Economic Freedom World Rankings" da The Heritage Foundation:
2. http://www.heritage.org/index/ranking.aspx
3. "Economic Freedom of the World: 2010 Annual Report" do The Cato Institute:
4. http://www.cato.org/pubs/efw/
5. "Economic Freedom of the World: 2010 Annual Report" do Fraser Institute
6. http://www.freetheworld.com/release.html
Abraços,
Gerhard Erich Boehme
Skype: gerhardboehme
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From: brasil-politica@googlegroups.com [mailto:brasil-politica@googlegroups.com] On Behalf Of Paulo Marenga
Sent: Wednesday, December 28, 2011 3:50 PM
To: brasil-politica@googlegroups.com
Subject: Re: Res: Re: Res: RE: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)
Estimado amigo e 'camarada' Euclides, e demias membros deste grupo,
Não tenho pretensões a dono da verdade, nem aqui nem alhures. O texto que achei confuso, pode não o ter sido para os demais participantes deste grupo. Aprendri desde cedo a ser um democrata. Um democrata de verdade, não daqueles que fazem de conta. Como tal, não só o deixo falar como o leio sempre, mesmo nunca concordando com o que voce defende, claro.
Uma das maiores maravilhas que Deus fez na sua magnífica obra da criação, foi a diversidade dos animais. Temos bichos de todos os tamanhos, cores, com penas, peles e escama, alguns nadam outros andam enquanto muitos outros pulam, há até os que pauram e conseguem imitar a voz humana com muita facilidade e inconfundivelmente. Mas a sabedoria de Deus O fez diferenciá-los do homem, o animal racional, a masterpiece de sua criação. Àqueles, deu o Criador a capacidade de sobreviver, estabelecendo uma escala onde o mais forte vence o mais fraco e na cadeia alimentar faz deste, muitas vezes, a sua refeição. Já o homem, ah, essa magnífica criação, sempre apronta das suas e chega até a negar a sua própria criação. Talvez por isso Séneca (Lucio Anneo Séneca) tenha dito uma frase que ainda hoje ecoa mundo a fora: "O homem, esse ser débil, recebeu da natureza duas coisas que deveriam fazer dele o mais forte dos animais: o raciocínio e a sociabilidade."
Mas, lamentavel e tristemente, muitos se recusam a praticar as duas coisas. Claro que não é o seu caso, mas John Steinbeck arrematou Séneca ao mostrar que o homem, sempre ingrato com o criador e afastando-se cada vez mais dos demais animais, estabeleceu as suas próprias regras pois, como disse ele, "...de todos os animais da criação, o homem é o único que bebe sem ter sede, come sem ter fome e fala sem ter nada o que dizer." Não foi genial esse tal de Steinbeck?
Agora, quanto à sua ideologia de Estado pai/mãe, defendida com unhas e dentes, é preciso que voce saiba que esse paternalismo estatal, onde ele é dono de motel a indústrias, foi uma experiencia que só deu em ruína para as nações aonde se implantou via socialismo/comunismo que voce ainda acha viáveis para uma nação como a nossa. Portanto, respeito a sua posição ideológica mas, da mesma forma que voce critica as posições que defendo, democraticamente, voce haverá de respeitar sempre as minhas posições, criticando-as e mostrando-me aonde elas estão, eventualmente, erradas. Não opte nunca pelo caminho mais breve da desqualificação das pessoas, essa é uma prática muito pouco educada.
Meu fraternal abraço, com vivas ao capitalismo dos Sécs. XXI, XXII, XXIII...XXX,XXXI...!
Paulo Marenga
De: euclides <euclideslopes@ig.com.br>
Para: brasil-politica@googlegroups.com
Enviadas: Quarta-feira, 28 de Dezembro de 2011 8:22
Assunto: Res: Re: Res: RE: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)
Marenga.
Quando fugi ao debate! Só que só respondo quando acho viável! Como a minha dissertação está confusa!
Outra coisa, fale e deixe falar, não fique dando uma de censor no discurso alheio, concorda ou discorda, diga o que pensa, não julgue o outro, como se só você fosse o verdadeiro, pois tenho certeza que não é!
No mais, estarei sempre aqui para receber e dar minha opinião sobre o assunto que me interessar. O que sei é que o Neoliberalismo capitalista burguês financista e apátrida foi pro vinagre. Graças à Deus!
Viva o Socialismo do Século XXI. Que está às portas, quem viver verá!
Euclides - MRLB.
-------Mensagem original-------
De: Paulo Marenga
Data: 28/12/2011 08:50:00
Assunto: Re: Res: RE: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)
Euclides,
Voce não deve fugir ao debate com argumentos dessa natureza. O fato de voce ter um discurso único e, como tal, extremamente radical e inflexível, não dever torná-lo tão limitado a ponto de achar que quem fala muito é falacioso.
Todos sabemos que voce defende uma coisa que já está fartamente superada e cuja eficiencia mais que comprovadamente desmascarada. Mas, como voce mesmo diz, é problema seu.
Por fim, procure dar um pouco de lógica ao seu raciocínio, pois voce está tornando seus textos um pouco confusos por misturar muita coisa, muitas vezes, sem muito nexo com o que está em foco.
Enquanto o capitalismo existir, mesmo com as suas crises cíclicas, lembro a voce que o seu socialismo/comunismo não terá vez, a não ser 'na marra' pela via das armas, da supressão das liberdades individuais e coletivas, do cerceamento da imprensa, da desmoralização e desmoronamento da instituições, como forma de firmar-se e poder fazer as misérias que já mostrou ser capaz de fazer, como de fato o fez mundo a fora.
Meu abraço fraterno e viva o Capitalismo dos Sécs. XXI, XXII, XXIII...XXX,XXXI...
Paulo Marenga
De: euclides <euclideslopes@ig.com.br>
Para: brasil-politica@googlegroups.com
Enviadas: Terça-feira, 27 de Dezembro de 2011 17:59
Assunto: Res: RE: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)
Caro Gerhard. Não tenho como você a vontade de me tornar um falacioso. Discuto o que precisa ser discutido. Eu não tenho que ficar descrevendo os fatos, e os tenho para mim e para a minha ideologia, naquilo que acredito e isso é o bastante e o importante.
Você gosta de ser escritor, falador, interpretador, idealizador de opiniões. Nada disso passa pelo meu interesse. Eu falo do fato e das suas intenções e digo que são nefasto quando são e necessários quando precisos.
Eu já sei que as doutrinas que se implantaram no Reino Unido e passaram para os EUA só teem compromisso com o economico. Portanto, o social, o cultural e o político eles deixam muito a desejar, então como a vida não é só econômica ela também passa por outros viés eu sei que isso não poderia acabar bem. E deu no que dou. Desde a implantação do liberalismo (século XVIII) até a queda do neoliberalismo (século XXI) são 3 séculos, ou 300 anos, que segundo os historiadores de plantão, é o tempo em que o mundo sofre mudanças radicais.
Então nós trabalhistas, nacionalistas, desenvolvimentistas e rumando para o socialismo, sabemos que a hora do socialismo do século XXI, está chegando, quem viver verá, pois está às portas, exatamente porque sentimos a morte do neoliberalismo capitalista burguês financista apátrida. Eu não tenho que ficar trocando laudas e mais laudas de pensamentos com você, primeiramente porque acho isso uma chatice e de outra forma porque não tenho muito tempo a perder em copiar o que os outros já disseram, leio, tiro minhas conclusões e dou meu palpite, se isso para você é pouco o problema é seu não meu. O meu negócio é acreditar naquilo que escolhi e ver que é um bom caminho para a humanidade.
Um abraço do Euclides.
-------Mensagem original-------
Data: 27/12/2011 18:38:39
Assunto: RE: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)
Caro Euclides,
Respeito sua opinião, mas lhe faltam argumentos. Apresente-os, assim quem sabe podemos debater não como colegiais encantados, mas como homens sérios.
Acaso sabes qual foi a finalidade do Acordo de Bretton Woods, e como foi a participação brasileira?
Abraços,
Gerhard Erich Boehme
Skype: gerhardboehme
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From: brasil-politica@googlegroups.com [mailto:brasil-politica@googlegroups.com] On Behalf Of euclides
Sent: Thursday, December 22, 2011 10:28 AM
To: brasil-politica@googlegroups.com
Subject: Res: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)
Gerhard. Deixa de conversa fiada. Não tem o que explicar, por que não tem explicação esse sistema neoliberal capitalista burguês financista, é um torpor. Onde põe a mão estraga tudo. Demorou mas todos se concientizaram que o que vocês apregoam é um assalto à mão armada aos cofres públicos das nações emergentes e as em desenvolvimento. Vade retro satanás. Vocês não teem nenhum plano, programa de desenvolvimento vocês teem planos maquiavélicos para colocar na ruína os incautos esse é o plano dos Organismos Mundiais que o Neoliberalismo criou no Acordo de Bretton Woods, tudo que você escreve aqui não serve para mais nada, enquanto ficou encoberto as falcatruas do sistema neoliberal vocês puderam mentir ao mundo. Agora a farra acabou, vocês foram descobertos e por isso sem ter o que mentir pois a mentira foi descoberta, tentam sair honrosamente, mas não conseguirão. Esse seu lenga-lenga já era! Os EUA e a UE foram para o vinagre!
Viva o Socialismo do Século XXI. Que está às portas. Quem viver verá!
Euclides - MRLB.
-------Mensagem original-------
Data: 22/12/2011 10:16:46
Assunto: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)
Caro Morales,
mais uma vez você está enganado, ou está se enganando. Entre as principais
medidas que o FMI impôs, uma das principais foi em diminuir o tamanho do
Estado, pois estava quebrado, razão do FMI entrar na jogada, já que é o
banco de ajuda a países endividados. Outro foi a de conter os gastos
públicos, a começar por reduzir a inflação. Ocorre que o imposto
inflacionário permanece ainda como a principal barreira às reformas
pretendidas, por corroer o poder aquisitivo e o padrão de vida da população,
confiscando cruel e eficientemente a riqueza de um só golpe. O impacto desse
imposto confiscatório sobre os fluxos de caixa após os impostos pode
cancelar inteiramente qualquer benefício aos fluxos de caixa após impostos
resultante de reduções de alíquotas e outras reformas de políticas fiscais
destinadas a reforçar o lado da oferta. Nesse contexto, as reformas de
políticas fiscais cairão em descrédito e serão culpadas pelas consequências
de políticas monetárias desastrosas. Por isso é absolutamente essencial
ter-se um modelo criterioso de política monetária, a fim de restaurar e
manter um Estado de direito no tocante aos contratos sobre direitos
fundamentais de propriedade nos países que estão adotando reformas de
abertura do mercado.
O que sustenta uma boa política monetária seriam a estabilidade e a
previsibilidade dos níveis de preço, permitindo aos mercados manterem o
equilíbrio entre oferta e demanda do estoque de dinheiro, mais ou menos como
funcionava o padrão ouro, utilizado com enorme sucesso durante séculos.
Quanto ao regime de câmbio fixo, só há uma forma de uma moeda garantir a
paridade de outra moeda visando impedir ataques especulativos. Essa solução
seria o sistema de conselho monetário (currency board) para gestão das taxas
fixas de câmbio, como ocorreu na Argentina, onde a moeda esteve atrelada ao
dólar.
Mas tanto lá como cá temos governantes que se não são mentirosos, com
certeza não apresentam a verdade. Enquanto a inflação oficial da Argentina
não passa de 9,3% ao ano, pesquisas e cálculos produzidos por especialistas
do setor privado apontam uma alta de preços na faixa de 24% a 30%. Por causa
do controle político dos números divulgados pelo Indec, estatísticas
oficiais da Argentina vêm sendo há anos publicadas com ressalvas em
relatórios do FMI.
Mas devemos entender que o FMI não adota procedimentos liberais, há um
conflito enorme entre posições. Esta ocorre devido o FMI adotar ações
intervencionistas. A filosofia inicial do FMI consistiu em ajudar os países
a corrigir sua balança de pagamentos e a recuperar a estabilidade sem
transtornar, com isso, sua estrutura econômica. Mas, nos anos 80, o FMI
mudou e se converteu em uma entidade que se caracterizou por promover
intervenções excessivas. Mas foi graças às crises que os países emergentes
conseguiram se distanciar do FMI e assumir uma postura de independência.
O presidente argentino Néstor Kirchner teve um gesto muito forte quando
reembolsou o FMI. Na mesma época, o presidente russo Vladimir Putin pagou
adiantado ao FMI e os demais países emergentes fizeram o mesmo para se
livrar não das dívidas, mas das intervenções do FMI. O FMI manteve a
Argentina em suas mãos e isso apenas acabou levando o país a um caminho sem
saída.
A saída de Fernando de la Rúa marcou bem esta transição. Infelizmente o
caminho que a Argentina escolheu não foi o mais acertado, se livraram do
FMI, mas não souberam identificar o que estava sendo feito acertadamente e o
que estava errado.
Abraços,
Gerhard Erich Boehme
Skype: gerhardboehme
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De: Antonio Morales [mailto:antonio_morales@uol.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 22:52
Para: 'Gerhard Erich Boehme'; brasil-politica@googlegroups.com
Assunto: RES: O que destruiu a Argentina recentemente foi ... (Sic) E "As
lições de casa que a Argentina não fez"
Ao contrário. A Argentina fez tudo o que o FMI mandou. Esse foi o problema.
Mas você não vai aceitar isso nunca, obviamente.
De: Gerhard Erich Boehme [mailto:gerhard@boehme.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 22:38
Assunto: O que destruiu a Argentina recentemente foi ... (Sic) E "As lições
de casa que a Argentina não fez"
Caro Morales,
Esta é a sua opinião, sem fundamentação obviamente. As chamadas "medidas",
estas vieram para corrigir a situação em que se encontrava a economia
argentina, excessivamente endividada. Não há como se culpar o efeito, a
questão é que a crise em que a Argentina se meteu foi devido ter sido refém
de políticos e militares que se pautaram pelo populismo, nacionalismo,
protecionismo e principalmente pela corrupção. E note que não estamos muito
longe disso, temos o efeito Orloff, quando se trata da Argentina e do
Brasil.
Em matéria de política, há quem diga que a Argentina está sempre um passo à
frente do Brasil. Muitos se utilizam até do slogan de uma marca de vodca
para brincar com o fenômeno: "Eu sou você amanhã…"
Abraços,
Gerhard Erich Boehme
Skype: gerhardboehme
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As lições de casa que a Argentina não fez
________________________________________
Gerhard Erich Boehme
"Pior que tá não fica!" (Francisco Everardo Oliveira Silva – Um dos
pensadores que caracterizam o Brasil da atualidade)
O que passou se deu no final da década de 50 do século passado, a Argentina
estava saindo de um período de exceção, Perón fora forçado a deixar o país.
Ele, por conta do populismo, governara desastrosamente e destruíra por
completo as bases econômicas da Argentina. Seu sucessor, Eduardo Leonardi,
não foi muito melhor. A nação estava pronta para novas ideias e foi neste
momento que um dos mais notáveis professores de economia foi convidado para
uma série de palestras. Mas os argentinos não fizeram a lição de casa e a
história está lhes sendo madrasta.
Lembrando o grande pensador brasileiro da atualidade, compatível com a
popularidade depositada ao atual presidente, o Sr. Francisco Everardo
Oliveira Silva, hoje candidato a Deputado Federal com o número 2222 pelo
Partido da República, por São Paulo, a Argentina conseguiu desmenti-lo, e
isso antes mesmo dele se lançar candidato e escolher sua frase de efeito.
Vale lembrar que o pensador "Francisco Everardo Oliveira Silva" é
emblemático, como bem nos lembra o genial Luciano Pires, pois ele
caracteriza muito bem os personagens de um de seus best-seller: Brasileiros
pocotó. Resta saber se o brasileiro está disposto a pensar e fazer as lições
necessárias. Acredito que não, Tiririca e Dilma se elegerão, ele representa
os artifícios de um partido que se caracteriza pela irresponsabilidade,
apostam no voto de protesto, mas que irá carregar votos para outros
candidatos do Partido da República, pois as regras eleitorais são
desconhecidas dos brasileiros, quanto a ela ...
....
Quanto ao Partido da República, vale lembrar que eles defendem o sufrágio
livre e secreto, devendo a lei propiciar a todos os candidatos a
possibilidade de comunicação de suas ideias, observada as disposições
partidárias, com o que concordo. E também concordo que a lei deve punir
severamente o abuso do poder econômico nas campanhas eleitorais, e a fraude
nas apurações. Porém outros candidatos do PR serão eleitos sem que tenham
sido votados, defendido e comunicado suas ideias, o que ocorre devido as
regras eleitorais que levam ao congresso representantes que de fato não
representam uniformemente os brasileiros, já que não possuímos coeficiente
eleitoral que assegure que todos sejam iguais na hora de votar, como é o
caso dos paulistas, os quais são cidadãos de segunda categoria na hora de
votar.
Comparando com seu vizinho Chile, a Argentina tem conseguido a proeza de
levar miséria todo o seu povo, enquanto o Chile segue outra rota. Mas não
podemos esquecer o efeito Orloff: Em matéria de política, há quem diga que a
Argentina está sempre um passo à frente do Brasil. Muitos se utilizam até do
slogan de uma marca de vodca para brincar com o fenômeno: "Eu sou você
amanhã…"
Alan Beattie, em seu livro "Falsa economia - Uma surpreendente história
econômica do mundo", ele que é um dos mais conceituados jornalistas
econômicos da atualidade, afirma que o mundo tem reproduzido uma falácia de
pensamento – uma falsa economia – ao considerar que o estágio de
desenvolvimento de um país é inevitável, a ponto de ele estar predestinado a
ser pobre ou rico.
Para o autor, "a história não é determinada pelo destino, pela religião,
pela geologia, pela hidrologia ou pela cultura nacional. É determinada pelas
pessoas". Para comprovar sua tese, apresenta nove variáveis relevantes para
o desenvolvimento de uma nação, demonstrando-as em casos emblemáticos, como
os de Argentina e Estados Unidos. No século XIX os dois países estavam entre
as dez maiores economias do mundo, mas diferentes decisões fizeram com que
trilhassem caminhos opostos. Uma tese ousada e que vai fazer você mudar a
forma de ver a história econômica do mundo.
A Argentina nunca foi o melhor dos mundos, ainda mais para nós brasileiros,
mas infelizmente não aprendemos com ela, continuamos a repetir os seus
erros, mesmo nós tendo um Edson Arantes do Nascimento que foi preciso na sua
frase, só não conseguimos a façanha de eleger a mulher do presidente, bem aí
seria demais, já chega as medalhas da Ordem de Rio Branco que a Sra. Marisa
Letícia, e as mulheres do vice José Alencar, Mariza Gomes da Silva; e do
chanceler Celso Amorim, Ana Amorim receberam. Mas estamos a um passo para
escolher a mulher ideal, na opinião dele. A nossa Orloff é falsificada, pode
ser paraguaia ou húngara, mas certamente é falsificada.
A Argentina não conheceu a estabilidade econômica e o desenvolvimento que a
monarquia nos proporcionou, tivemos 67 anos de estabilidade política e
econômica, uma única Constituição, uma das mais avançadas de sua época, e
caminhávamos passo a passo com as economias mais fortes e desenvolvidas do
mundo, tínhamos na época Rebouças, Taunay e Nabuco como elementos de um
triângulo que compunha as possibilidades da estruturação do Estado
Brasileiro, da "construção do Brasil" e da consolidação do III Império com a
Princesa Isabel. Mas seguimos os passos da Argentina.
Em 120 anos de Republica, quais foram as nossas vitórias? Vamos aos
seguintes pontos, na estabilidade política, até 1988 não tínhamos conseguido
isso, tivemos em 110 anos, 9 golpes de estado, 13 ordenamentos
constitucionais, 4 assembleias constituintes, 10 repúblicas, o Congresso, em
nome da Liberdade, foi fechado 6 vezes, inclusive pelo primeiro Presidente,
Marechal Deodoro da Fonseca. Se observássemos a lei, teríamos também, face
ao Mensalão e tantos outros escândalos, mais um Impeachment. Optamos por nos
subjugar internamente ao dono do Brasil, o Sr. José Ribamar Ferreira de
Araújo Costa e externamente aos ditames do Foro San Pablo, com a polêmica
participação das FARC - Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia –
Ejército del Pueblo.
Caminhamos para o quarto, já tivemos três grandes períodos de exceção, pelo
número de mortes, o pior deles se deu após a quartelada que muitos chamam de
"Proclamação da República", depois durante o Estado Novo, no qual tivemos os
paulistas lutando pela liberdade com a Revolução Constitucionalista de 32, e
por fim o Regime Militar, que nos livrou de um conflito entre uma direita
aparelhada, comandada por Adhemar de Barros e Carlos Lacerda, ambos também
cassados, e uma esquerda financiada e treinada internacionalmente, ambas
querendo nos subjugar. Hoje vemos o Brasil sendo administrado com base no
espelho retrovisor, ou melhor, lembrando um genial brasileiro, com a
Lanterna na Popa. Prevalece o clientelismo político e a sindicalização do
Estado, com seu capitalismo de comparsas, intervencionista e sem mercado, e
o socialismo de privilegiados, promovendo a escravização do cidadão, seja
através de uma abusiva tributação ou de um endividamento crescente.
Voltando à Argentina, na passagem do século XIX para o século XX, ela era o
país economicamente mais estável da América Latina. Depois da longa ditadura
do caudilho Juan Manuel Rosas (1829-52), a República Argentina organizara-se
como um Estado Liberal, mas os argentinos não souberam colocá-lo em prática,
não souberam privilegiar o princípio da subsidiariedade, como fizeram os
norte-americanos. O poder era exercido com base em um grande pacto nacional,
predominavam os ricos senhores de estâncias, membros dos setores comerciais
e financeiros, estreitamente ligados ao mercado internacional controlado
pela Inglaterra. O volume de exportações crescia de ano para ano. Sem a
liberdade aos empreendedores e sem uma visão estratégica, sobrou a "vocação
agrária" da Argentina, aumentavam as exportações de carne, couro, cereais e
frutas secas e, na mesma medida, as importações de maquinofaturados
ingleses. A economia Argentina dependia fundamentalmente da exportação de
commodities, que são concentradoras de riqueza e renda, tal qual ocorre com
o Brasil da atualidade, com políticas públicas equivocadas, exportamos
emprego e commodities e importamos produtos com valor agregado. Mesmo assim,
nessas condições, o país conheceu um surto modernizador com a expansão da
rede ferroviária e das comunicações, logicamente, para atender aos setores
ligados ao mercado externo.
Foi neste momento que os argentinos subiram no pedestal, de onde não saíram,
não é à toa que um de seus líderes é um cheirador tatuado com Che Guevara ou
El Che. Ela já foi orgulhosa de ser o país mais europeu de toda a América,
na Argentina se reproduzia nos mínimos detalhes os padrões culturais do
Velho Mundo.
Nessa época teve início o desenvolvimento da indústria Argentina,
especialmente no setor de alimentos (frigoríficos, por exemplo), o que não
contrariava os interesses do setor explorador quanto à condução da política
tarifária, pois também estava ligada ao comércio internacional. A indústria
de bens de consumo duráveis viria a se desenvolver na década de 1910, com a
participação de capitais norte-americanos e do capital marginal interno,
mesmo com as reservas dos setores tradicionais ligados à exportação e
importação. A Primeira Guerra Mundial, a exemplo de outros países da América
Latina, como o Brasil do tempo de Francesco Matarazzo e suas IRFM,
permitiria um grande surto industrial na Argentina. Com isso cresceria o
operariado urbano.
Politicamente, o Estado argentino era liberal na forma e oligárquico no seu
funcionamento, sujeito inclusive às dissidências dentro do bloco de poder e,
consequentemente, a sucessivas crises.
Mas em vez de consolidar, a exemplo dos Estados Unidos, Canadá e Austrália,
a política liberal, os argentinos optaram pelo radicalismo: uma experiência
populista. O Brasil seguiu a Argentina em 1930.
Vale lembrar que o populismo é uma forma de governar em que o governante
utiliza de vários recursos para obter apoio popular, principalmente a
mentira. O populista utiliza uma linguagem simples e popular, usa e abusa da
propaganda pessoal, afirma não ser igual aos outros políticos, toma medidas
autoritárias, não respeita os partidos políticos e instituições
democráticas, diz que é capaz de resolver todos os problemas e possui um
comportamento bem carismático. É muito comum encontrarmos governos
populistas em países com grandes diferenças sociais e presença de pobreza e
miséria. Mazelas que dizem ter eliminado.
Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil, adotou o populismo como uma das
características de seu governo. Apelidado de "pai do pobres", promoveu seu
governo com manifestações e discursos populares, principalmente no Dia do
Trabalho (1º de maio). Não respeitou a liberdade de expressão e a democracia
no país. Usou a propaganda para divulgar suas ações de governo.
Felizmente a nossa realidade atual é bem diferente disso, hoje temos as
reformas que o Brasil necessitava realizadas e o parlamentarismo
efetivamente implementado. Ou não?
Infelizmente não, temos o populismo calcado em um sistema mais sofisticado
de hegemonia em que o dominado não se sente dominado. Usa-se com volúpia
instrumentos de publicidade e boas articulações com os meios de
comunicações.
Voltando à Argentina, em 1916 é eleito Hipólito Irigoyen. Com Irigoyen tem
início a adoção de algumas práticas de manipulação de massas, que, décadas
mais tarde, tomará o nome de populismo. O líder radical, agora no poder, ao
mesmo tempo que não avançava no sentido de transformações mais profundas na
ordem econômica e social da Argentina, procuravam em vez de investir em
educação e assumir responsabilidades, como a de cortar gastos públicos,
passaram a conceder privilégios a sua base social de apoio. Adotam, por
exemplo, a instituição do salário mínimo e outras pequenas vantagens que
favoreciam o operariado. Contraditoriamente, ao mesmo tempo que mantinha
intacta a grande propriedade e os interesses da minoria abastada, longe de
terem políticas públicas que viessem a dar liberdade e responsabilidades à
classe média em formação. Deixando a Presidência seis anos depois,
garantindo a eleição de um partidário, Irigoyen elege-se novamente em 1928.
A crise de 1929 viria arruinar a economia Argentina, impossibilitando a
satisfação dos interesses, mínimos que fossem, das massas urbanas.
Depois de Hipólito Irigoyen em 6 de setembro de 1930, pela sua posição
nitidamente anti-norte-americana, vista a estreita relação entre Argentina e
Inglaterra, Irigoyen é derrubado pela aliança burguesia industrial e
Exército, apoiada pelos Estados Unidos. Terminava então a primeira tentativa
democrática de toda a América Latina. Por outro lado, iniciava-se o processo
de sucessivas intervenções militares na política argentina.
Em 1943 caiu Ramón Castilho, que em 1940 – com o apoio do Exército – havia
afastado Roberto Ortiz, um presidente legalmente eleito em 1937, deposto
pelo Grupo de Oficiales Unidos (GOU). Desse grupo fazia parte o coronel Juan
Domingo Perón, que no governo militar que se instalou ocupava o cargo de
Secretário do Trabalho e Presidência, além de acumular a Vice-Presidência e
o Ministério da Guerra.
Perón comandou a política Argentina de 4 de junho de 1946 a 21 de
setembro de 1955, com seus dois primeiros mandatos, depois esteve à frente
de 12 de outubro de 1973 a 1 de julho de 1974, sendo sucedido por Isabelita
Perón.
Em 1940 entra em cena a "República Sindicalista", no Brasil ela veio
sessenta anos depois, e a Argentina mergulha cada dia mais e mais no caos.
Como Secretário do Trabalho, Perón tornou-se a verdadeira eminência parda do
regime. Voltando-se para o operariado urbano, criou a Confederação Geral do
Trabalho (CGT), abertamente controlada pela sua Secretaria. As lideranças
sindicais foram atraídas, inclusive pela corrupção, além da grande massa de
trabalhadores não sindicalizados. Sob a tutela do Estado a classe operária
se organizava longe da influência liberal ou mesmo de socialistas e
comunistas, ou de lideranças estranhas à CGT, duramente reprimidas diante de
qualquer reação à política de Perón.
Em vez de se concentrar em como gerar emprego, riqueza e renda, o tema
passou a ser a distribuição, criando novos sindicatos, oferecendo melhores
condições de trabalho e salários mais altos – estes eram possíveis pelo
aumento das exportações argentinas –, como parte de uma avançada legislação
trabalhista e previdenciária, na qual se incluía a arbitragem estatal
favorável ao operariado, Perón tornou-se a figura mais importante da
República Argentina. Serviu de modelo para o segundo mandato de Vargas, sem
Evita ou Isabelita.
Em outubro de 1945, temendo o crescimento da popularidade do então
presidente, um golpe militar apoiado pelas elites tradicionais e pelos
Estados Unidos derruba Perón. A ação dos militares peronistas, a revolta das
massas operárias, dos descamisados, organizada pela CGT e por Evita,
ocupando as ruas e decretando a greve geral, levou Perón de volta ao poder.
Em 17 de outubro de 1945, ao recuperar suas antigas funções, Juan Domingos
Perón passar a ser o homem mais forte de toda a Argentina.
Nas eleições de 1946, Perón surge como candidato apoiado pelas massas
trabalhadoras urbanas e rurais, pela Igreja e por amplos setores do bloco
militar. Neste pleito, registrou-se a primeira vitória esmagadora do
peronismo: todos os senadores da República eram peronistas; da mesma forma
quase todos os deputados federais e os governadores de províncias. As massas
elegeram aquele que acreditavam ser o seu único benfeitor.
De 1946 a 1951, o peronismo foi o elemento marcante na política argentina.
Neste período Vargas nos governou de novembro de 1930 até outubro de 1945 e
de janeiro de 1951 até 24 de agosto de 1954, quando se suicidou. Não deixou
nem Evita e muito menos Isabelita.
O Estado passa a intervir diretamente na economia, monopolizando o comércio
externo e desenvolvendo uma política de nacionalização: ferrovias,
comunicações, gás e transportes urbanos. Em vez de estimular a concorrência,
privilegiando o consumidor, optou por criar estatais e acomodar parceiros e
apoiadores políticos, soube leiloar o Estado. As reservas monetárias são
empregadas na indústria de base e no aparelhamento da indústria leve. No
primeiro momento a Argentina vive uma época de prosperidade geral: isso
permite a manutenção dos preços baixos, com a ajuda governamental e, ao
mesmo tempo, dos altos salários. Segundo Perón, "esta é a justiça social",
daí o justicialismo, outra denominação dada ao peronismo. O culto à
personalidade, parte da propaganda de massa, o paternalismo e o
autoritarismo tornam-se as grandes características do populismo peronista. O
autoritarismo é o outro lado da moeda: o Estado generoso faz as concessões e
as massas subordinadas e submissas devem esperar por elas.
Em 1951, Perón é reeleito presidente com outra estrondosa vitória. Contudo
os efeitos da irresponsabilidade se fazem presentes, os tempos são outros,
pois as exportações começam a diminuir em virtude da concorrência
internacional, para a qual não se prepararam e internamente, não se
acumulou o capital necessário para a arrancada da industrialização, ao mesmo
tempo que aumentou a presença do capital norte-americano, esmagando qualquer
possibilidade de crescimento interno. Podemos dizer então, o que entendo
como redundante, o populismo irresponsável. A economia sem controle começou
a conhecer a inflação galopante, os salários foram congelados e a onda de
desemprego começou a afetar o operariado. A morte de Evita Perón (1952) – a
eterna Secretária do Trabalho e a verdadeira "alma" do peronismo –, o
agravamento da crise econômica e social, impedindo continuidade da política
de equilíbrio das forças sociais, típica do populismo, enfraqueceram o
peronismo. A Igreja rompe com o governo, as Forças Armadas se dividem e
surge a primeira oposição organizada a Perón. A partir de 1953, inúmeros
golpes debilitam a máquina de Estado controlada pelo presidente. Em setembro
de 1955, um novo golpe militar, a partir de Córdoba, derruba Juan Domingos
Perón, que passa a viver no exílio.
Entre 1930 e 1955 a Argentina conheceu mais de dez tentativas de golpes
militares. Contudo, outras cinco intervenções militares na política
argentina resultaram na derrubada de governantes, inclusive, a de Perón, em
1955.
O fantasma da esquerdização do movimento operário argentino e a ameaça de
revigoramento do peronismo, além da impossibilidade de superação dos graves
problemas que abalaram a economia nas últimas décadas, trouxeram os
militares para a cena política, em caráter permanente. De 1962, quando foi
deposto Arturo Frondizi, por permitir a participação de peronistas nas
eleições do ano, até 1983, quando a Argentina se redemocratizou com a
vitória de Raul Afonsín, o país conheceu nove golpes militares. No Brasil
tivemos a Contrarrevolução de 1964 e dentro dela, em 1969 a revolução dentro
da Revolução.
Perón colocou literalmente a Argentina rumo à miséria. Em vez de se
concentrarem na educação e criar uma infraestrutura adequada à liberdade e
competitividade do país, optaram pelo bem-estar social penalizando o
contribuinte, também acertaram em muitas ações, como o investimento na área
da saúde. Mas o grande erro foi afastar os investimentos internacionais,
realizaram a expulsão de multinacionais do país e as nacionalizações. Em vez
de mais mercado, passaram a tutelá-lo.
Perón volta do exílio a Argentina em 1973, com o fim do governo militar. Ele
é reeleito presidente com 60% dos votos, tendo como vice a sua terceira
mulher Isabelita.
Entre golpes e instabilidade política, prevaleceu sempre na Argentina o
populista, agora o mesmo é realizado por Cristina Kirchner, infelizmente o
populismo, tal qual em muitos países da América Latina, agravou o cenário
nacional, se há quatro anos a pobreza, a desigualdade social e o emprego
eram as maiores preocupações dos argentinos, hoje são a corrupção, a
insegurança – a violência crescente - e a falta de transparência política.
Na Argentina, tal qual no Brasil, uma palavra idolatrada pelo povo é
"social". Em nome do social, não só tudo é possível, mas também desejável.
Esquece-se totalmente das calculadoras, e ignoram-se leis tão simples como
não gastar mais do que se tem. Adotam-se jargões para encontrarem culpados.
Passa a ser inevitável a articulação conjunta com o Foro San Pablo,
destruindo as instituições e combatendo a imprensa livre.
A consequência natural disso é um aumento explosivo nos gastos públicos,
típico do Estado benfeitor, que acaba inevitavelmente em um severo déficit
fiscal, gerando inflação via emissão de moedas ou recessão via aumento de
impostos ou juros.
Isso sem falar de todos os direitos nobres concedidos ao povo, como educação
superior gratuita, moradia digna, transporte gratuito, trabalho bem
remunerado, velhice tranquila e, por fim, felicidade eterna. Seguramente
houve acertos, mesmo os populistas não erram 100% do tempo.
Argentinos e brasileiros são assim grandes sonhadores, os argentinos com as
mulheres, as Evitas, Isabelitas e as Cristinas, nós com embusteiros,
"palanqueiros" e as festas na Paulista. O Brasil encontrou seu rumo, mas sem
as mulheres. O que nos caracteriza é que passamos, por conta do populismo, a
detestar a dura realidade da vida, cheia de incertezas e insegurança, não
nos preocupamos muito com o fato de que, para garantir tanto privilégio
assim a alguns, precisa tirar de outros.
Paradoxalmente, o Estado, em prol do "social", deixa mais miseráveis do que
encontrou, e temos inúmeros exemplos empíricos disso, sendo um dos
principais a Argentina de Perón. Eva, sua esposa, confundiu Estado com
instituição de caridade, e quem pagou o elevado preço foi a população, que
saiu da prosperidade, de um dos países mais prósperos na época, para a
miséria. Será que o povo romântico não tem a mínima capacidade intelectual
para entender que são justamente todos esses "direitos adquiridos" pelos
monopólios dos sindicatos que jogaram metade dos brasileiros na
informalidade?
Será que os mais de 150 milhões de latino-americanos desempregados estão
felizes com todos esses benefícios? Não conseguem perceber que isso é também
a causa de um sistema de previdência falido que até na Europa,
principalmente na França, representa uma bomba-relógio insustentável no
médio prazo?
Mas voltando às lições que os argentinos não fizeram. Deixaram de entender
que as leis da economia são naturais como a água, que deveriam ser
observadas.
Em fins de 1958, Ludwig Heinrich Edler von Mises foi convidado pelo Dr.
Alberto Benegas Lynch para pronunciar uma série de conferências na
Argentina, destas conferências surgiu posteriormente um livro que contém a
transcrição das palavras dirigidas a centenas de estudantes argentinos.
Suas conferências foram proferidas em inglês, no enorme auditório da
Universidade de Buenos Aires.
Em duas salas contíguas, estudantes ouviam com fones de ouvido suas palavras
que eram traduzidas simultaneamente para o espanhol. Ludwig Heinrich Edler
von Mises falou sem nenhuma restrição sobre capitalismo, socialismo,
intervencionismo, comunismo, fascismo, política econômica e sobre os perigos
da ditadura. Aquela gente jovem que o ouvia não sabia muito acerca de
liberdade de mercado ou de liberdade individual.
O auditório reagiu como se uma janela tivesse sido aberta e o ar fresco
tivesse podido circular pelas salas. Ele falou sem se valer de quaisquer
apontamentos. Como sempre, seus pensamentos foram guiados por umas poucas
palavras escritas num pedaço de papel. Sabia exatamente o que queria dizer
e, empregando termos relativamente simples, conseguiu comunicar suas idéias
a uma audiência pouco familiarizada com sua obra de um modo tal que todos
pudessem compreender precisamente o que estava dizendo.
von Mises fez posteriormente uma revisão destas transcrições no intuito de
publicá-las em livro. Coube a sua esposa esta tarefa e ela teve muito
cuidado em manter intacto o significado de cada frase, em nada alterando o
conteúdo e preservando todas as expressões que costumava usar, tão
familiares a seus leitores. Bem, o livro está aí, disponível hoje a todos e
as lições são:
Primeira Lição:
O capitalismo
Segunda Lição:
O socialismo
Terceira lição:
O intervencionismo
Quarta lição:
A inflação
Quinta lição:
Investimento externo
Sexta lição:
Política e ideias
O livro reflete plenamente a posição fundamental do autor, que lhe valeu - e
ainda lhe vale - a admiração e os insultos dos adversários. Resta saber que
posição devemos adotar, a realidade e a determinação para superar seus
desafios ou a ilusão e aguardar dos outros a solução dos seus problemas,
quem sabe vindas dos partidos e outras entidades que integram o Foro San
Pablo.
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