Re: [menteestrategica] Se são sem sentido, então apresente as com sentido.

terça-feira, 24 de abril de 2012
CHEGA ESTE ARTIGO OU QUEREM MAIS?!

Em 24 de abril de 2012 22:25, Antonio Morales <antonio_morales@uol.com.br> escreveu:

Leia e aprenda!

Todos nós somos argentinos

Mauro Santayana


O Brasil e a Argentina, sendo os dois maiores países da América do Sul,  têm sido alvos preferenciais do domínio euro-americano em nosso continente. A Argentina, sob Cristina Kirchner,  depois de anos desastrados de ditadura militar, e do governo caricato e neoliberal de Menen, se confronta com Madri, ao retomar o controle de suas jazidas de petróleo que estava com a Repsol. Quando um governo entrega, de forma aviltante, os  bens nacionais ao estrangeiro, como também ocorreu no Brasil,  procede como quem oferece seu corpo no mercado da prostituição. Assim, as medidas de Cristina buscam reparar a abjeção de Menem.

Será um equívoco discutir o conflito de Buenos Aires com Madri dentro dos estreitos limites das relações  econômicas. A economia de qualquer país é um meio para assegurar sua soberania e dignidade – não  um fim em si mesma.

As elites espanholas, depois da morte de Franco, foram seduzidas pela idéia de que poderiam recuperar sua presença na América Latina, perdida na guerra contra os Estados Unidos e durante a ditadura de quase 40 anos. Já durante o governo de Adolfo Suárez, imaginaram que poderiam, pouco a pouco, readquirir a confiança dos latino-americanos, ofendidos pela intervenção descarada dos Estados Unidos no continente. De certa forma, procediam com inteligência estratégica: a nossa América necessitava de aliados, mesmo frágeis, como era a Península Ibérica, na reconstrução de sua soberania, mutilada pelos governos militares alinhados a Washington.

Mas faltou aos governantes e homens de negócios espanhóis a habilidade diplomática, que se dissimula na modéstia, e lhes sobrou arrogância. Essa arrogância cresceu quando a Espanha foi admitida na União Européia, e passou a receber fartos recursos dos países ricos do Norte, a fim de acertar o passo continental. A sua estratégia foi a de, com parte dos recursos disponíveis, "comprar" empresas e constituir outras em nossos países. Isso os levou a imaginar que poderiam ditar a nossa política externa, como serviçais que foram, e continuam a ser, dos Estados Unidos. A idéia era a de que, em espanhol, os ditados de Washington seriam mais bem ouvidos.

O paroxismo dessa paranóia ocorreu quando José Maria Aznar telefonou ao presidente Duhalde, da Argentina, determinando-lhe que aceitasse as imposições do FMI, sob a ameaça de represálias. E a insolência maior ocorreu, e sob o governo socialista de Zapatero, quando esse heróico matador de paquidermes indefesos, Juan Carlos, mandou que o presidente Chávez (eleito livremente pelo seu povo, sob a fiscalização de observadores internacionais, entre eles o ex-presidente Carter) se calasse, no encontro iberoamericano de Santiago. Um rei matador de elefantes indefesos e sogro de um acusado de peculato – o bem apessoado serviçal da Telefónica de Espanha, Iñaki Urdangarin, pago com lucros obtidos pela empresa na América Latina, principalmente no Brasil.

Os espanhóis parecem não se dar conta de que as suas antigas colônias se tornaram independentes, umas mais cedo – como é o caso da Argentina – e outras mais tarde, embora muitas passassem ao domínio ianque. Imaginaram que podiam fazer o que faziam antes disso no continente – e incluíram o Brasil na geografia de sua presunção.

O Brasil pode e deve, ser solidário com a Argentina, no caso da recuperação, para seu povo, das jazidas petrolíferas da YPF. E manter a nossa posição histórica de reconhecimento da soberania de Buenos Aires sobre o arquipélago das Malvinas.

Que querem os espanhóis em sua gritaria por solidariedade contra a Argentina,  pelo mundo afora? Eles saquearam tudo o que puderam, durante o período colonial, em ouro e prata. Usaram esses recursos imensos – assim como os portugueses fizeram com o nosso ouro – a fim de construir castelos e armar exércitos que só se revelaram eficazes na repressão contra o seu próprio povo – como ocorreu na guerra civil.

Durante o seu período de arrogância subsidiada, trataram com desdém os mal chamados iberoamericanos, humilhando e ofendendo brasileiros e hispanoamericanos, aviltando-os ao máximo. Um só ser humano, em sua dignidade, vale mais do que todos os poços de petróleo do mundo. Antes que Cristina Kirchner determinasse a recompra das ações da YPF em poder da Repsol, patrimônio muito maior dos argentinos e de todos os latinoamericanos,  sua dignidade, havia sido aviltada, de forma abjeta e continuada, pelas autoridades espanholas no aeroporto de Barajas e em seu território.

Que se queixem agora aos  patrões, como seu chanceler, Garcia-Margallo fez, ao chorar nos ombros da senhora Clinton, e busquem a solidariedade de uma Europa em frangalhos. Ou que rearmem a sua Invencível Armada em Cádiz, e desembarquem no Rio da Prata . Isso, se antes, os milhões de jovens desempregados – a melhor parcela de um povo maravilhoso, como é o da Espanha – não resolvam destituir suas elites políticas, corruptas, incompetentes e opressoras, e seu rei tão ocioso quanto descartável.

E, ao final, vale lembrar a viagem histórica que Eva Perón fez à Europa, no auge de sua popularidade. Em Madri, diante da miséria em que se encontrava o povo, ofereceu a Franco, em nome do povo argentino, alguns navios cheios de trigo. O general respondeu que não era necessário, que os celeiros espanhóis estavam cheios de farinha. E Evita replicou, de pronto: ¿entonces, por qué no hacen pan?

 

De: menteestrategica@grupos.com.br [mailto:menteestrategica@grupos.com.br] Em nome de gerhard@boehme.com.br
Enviada em: terça-feira, 24 de abril de 2012 21:09
Para: menteestrategica@grupos.com.br
Cc: Grupo de Debates Mente Estratégica
Assunto: [menteestrategica] Se são sem sentido, então apresente as com sentido.
Prioridade: Alta

 

 

 

Aguardo então seus comentários, pois o relato é pautado em fatos e dados.

 

Gerhard Erich Boehme

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From: euclides [mailto:euclideslopes@ig.com.br]
Sent: Wednesday, December 28, 2011 10:00 PM
To: Gerhard Erich Boehme
Subject: Res: Sobre os argumentos do Sr. Euclides.

 

Gerhard. Que conversa fiada é essa sua. Me apresentou o que ocorreu na Argentina. Deixa de bobagem rapaz! Você escreve muitas coisas mas muitas delas sem sentido. O que você defende é o casuísmo, a dominação dos mais espertos aos trouxas. Gerhard esse seu neoliberalismo capitalista burguês financista apátrida chegou ao fim da linha.

Ninguém quer mais acreditar nisso. O mundo mudou, agora chegou a vez do socialismo do século XXI, que está às portas, quem viver vera. O centro do mundo não será mais a Europa nem os EUA. Quem vai mandar no mundo agora de outro modo é o BRICS.

Viva o Socialismo do Século XXI.

Euclides - MRLB. 

 

 

 

 

-------Mensagem original-------

 

Data: 28/12/2011 20:53:12

Assunto: Sobre os argumentos do Sr. Euclides.

 

 

Caro Marenga,

 

Na realidade a falta deles, ao Sr. Euclides apresentei o que ocorreu na Argentina, no Brasil temos muitos exemplos, sendo um dos mais emblemáticos a legislação trabalhista, pois bem, temos mais da metade dos trabalhadores na informalidade. O que é isso senão a busca pela liberdade dos que querem trabalhar, mas que face a conjuntura não encontram emprego ou oportunidade de exercerem os seu empreendedorismo.

 

Outro exemplo clássico a intervenção estatal indevida, a qual foi parcialmente corrigida agora no Governo Dilma, foi a lei do inquilinato.  Protegeu os inquilinos no primeiro momento, por certo, mas relativizou o  direito de propriedade e desestimulou o investimento no setor, seja a chamada "aposentadoria de português", sem alusão a piada, mas era a forma com que os portugueses e seus descendentes e não só eles, por gerações, investiam para assegurar uma velhice tranquila, investiam durante a vida em imóveis. Pois bem, deixaram de fazê-lo. O resultado foi que o déficit habitacional somente aumentou, razão do Brasil ser hoje uma favella.

 

Posso citar inúmeros casos, mas encerro o caso do "O Petróleo é nosso",  mas os derivados são deles, pagamos os mais caros, inclusive a própria incompetência e ineficácia da PETROBRAS, com o passeio do etanol, por exemplo.

 

Levar uma nação à pobreza é fácil, basta deixar no comando intervencionistas de toda sorte, trabalhistas, socialistas, socialdemocratas, etc. E mais rápido é deixar os socialistas e comunistas se apoderarem do Estado.

 

O que nos leva ao desenvolvimento?

 

Poderia apresentar inúmeros caminhos, mas me limito aos fundamentais:

 

1. Investir em educação e saúde, envolvendo não apenas o 1º Setor, mas fundamentalmente reconhecer e apoiar a participação do 2º e

3º Setor, o papel do 1º Setor deve ser subsidiário.

2. Assegurar boa gestão pública, com destaque às práticas que inviabilizem a discriminação espacial, entre elas podemos citar os Planos Diretores, as Agenda 21 Locais e principalmente assegurar o direito de propriedade.

3. Termos uma gestão pública e leis que privilegiem a liberdade, que nos assegurem regras claras de garantias ao direito de propriedade, ao estado de direito e à economia de mercado.

 

O entendimento de como a liberdade é indutora é fundamental, observando os indicadores abaixo podemos ver que é outro ponto chave, talvez o principal indutor, pois é o que se aproveita de todo o potencial das pessoas, da ação humana:

 

1. "Index of Economic Freedom World Rankings" da The Heritage Foundation:

2. http://www.heritage.org/index/ranking.aspx

3. "Economic Freedom of the World: 2010 Annual Report" do The Cato Institute:

4. http://www.cato.org/pubs/efw/

5. "Economic Freedom of the World: 2010 Annual Report" do Fraser Institute

6. http://www.freetheworld.com/release.html

 

Abraços,

 

Gerhard Erich Boehme

gerhard@boehme.com.br

Skype: gerhardboehme

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80530-970 Curitiba PR

 

 

 

 

 

 

From: brasil-politica@googlegroups.com [mailto:brasil-politica@googlegroups.com] On Behalf Of Paulo Marenga
Sent: Wednesday, December 28, 2011 3:50 PM
To: brasil-politica@googlegroups.com
Subject: Re: Res: Re: Res: RE: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)

 

Estimado amigo e 'camarada' Euclides, e demias membros deste grupo,

Não tenho pretensões a dono da verdade, nem aqui nem alhures. O texto que achei confuso, pode não o ter sido para os demais participantes deste grupo. Aprendri desde cedo a ser um democrata. Um democrata de verdade, não daqueles que fazem de conta. Como tal, não só o deixo falar como o leio sempre, mesmo nunca concordando com o que voce defende, claro.

Uma das maiores maravilhas que Deus fez na sua magnífica obra da criação, foi a diversidade dos animais. Temos bichos de todos os tamanhos, cores, com penas, peles e escama, alguns nadam outros andam enquanto muitos outros pulam, há até os que pauram e conseguem imitar a voz humana com muita facilidade e inconfundivelmente. Mas a sabedoria de Deus O fez diferenciá-los do homem, o animal racional, a masterpiece de sua criação. Àqueles, deu o Criador a capacidade de sobreviver, estabelecendo uma escala onde o mais forte vence o mais fraco e na cadeia alimentar faz deste, muitas vezes, a sua refeição. Já o homem, ah, essa magnífica criação, sempre apronta das suas e chega até a negar a sua própria criação. Talvez por isso Séneca (Lucio Anneo Séneca) tenha dito uma frase que ainda hoje ecoa mundo a fora: "O homem, esse ser débil, recebeu da natureza duas coisas que deveriam fazer dele o mais forte dos animais: o raciocínio e a sociabilidade."

Mas, lamentavel e tristemente, muitos se recusam a praticar as duas coisas. Claro que não é o seu caso, mas John Steinbeck arrematou Séneca ao mostrar que o homem, sempre ingrato com o criador e afastando-se cada vez mais dos demais animais, estabeleceu as suas próprias regras pois, como disse ele, "...de todos os animais da criação, o homem é o único que bebe sem ter sede, come sem ter fome e fala sem ter nada o que dizer." Não foi genial esse tal de Steinbeck?

Agora, quanto à sua ideologia de Estado pai/mãe, defendida com unhas e dentes, é preciso que voce saiba que esse paternalismo estatal, onde ele é dono de motel a indústrias, foi uma experiencia que só deu em ruína para as nações aonde se implantou via socialismo/comunismo que voce ainda acha viáveis para uma nação como a nossa. Portanto, respeito a sua posição ideológica mas, da mesma forma que voce critica as posições que defendo, democraticamente, voce haverá de respeitar sempre as minhas posições, criticando-as e mostrando-me aonde elas estão, eventualmente, erradas. Não opte nunca pelo caminho mais breve da desqualificação das pessoas, essa é uma prática muito pouco educada.

Meu fraternal abraço, com vivas ao capitalismo dos Sécs. XXI, XXII, XXIII...XXX,XXXI...!

Paulo Marenga

 

De: euclides <euclideslopes@ig.com.br>
Para: brasil-politica@googlegroups.com
Enviadas: Quarta-feira, 28 de Dezembro de 2011 8:22
Assunto: Res: Re: Res: RE: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)


Marenga.

Quando fugi ao debate! Só que só respondo quando acho viável! Como a minha dissertação está confusa!

Outra coisa, fale e deixe falar, não fique dando uma de censor no discurso alheio, concorda ou discorda, diga o que pensa, não julgue o outro, como se só você fosse o verdadeiro, pois tenho certeza que não é!

No mais, estarei sempre aqui para receber e dar minha opinião sobre o assunto que me interessar. O que sei é que o Neoliberalismo capitalista burguês financista e apátrida foi pro vinagre. Graças à Deus!

Viva o Socialismo do Século XXI. Que está às portas, quem viver verá!

Euclides - MRLB.  

 

 

 

 

-------Mensagem original-------

 

Data: 28/12/2011 08:50:00

Assunto: Re: Res: RE: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)

 

Euclides,

 

Voce não deve fugir ao debate com argumentos dessa natureza. O fato de voce ter um discurso único e, como tal, extremamente radical e inflexível, não dever torná-lo tão limitado a ponto de achar que quem fala muito é falacioso.

Todos sabemos que voce defende uma coisa que já está fartamente superada e cuja eficiencia mais que comprovadamente desmascarada. Mas, como voce mesmo diz, é problema seu.

Por fim, procure dar um pouco de lógica ao seu raciocínio, pois voce está tornando seus textos um pouco confusos por misturar muita coisa, muitas vezes, sem muito nexo com o que está em foco.

Enquanto o capitalismo existir, mesmo com as suas crises cíclicas, lembro a voce que o seu socialismo/comunismo não terá vez, a não ser 'na marra' pela via das armas, da supressão das liberdades individuais e coletivas, do cerceamento da imprensa, da desmoralização e desmoronamento da instituições, como forma de firmar-se e poder fazer as misérias que já mostrou ser capaz de fazer, como de fato o fez mundo a fora.

Meu abraço fraterno e viva o Capitalismo dos Sécs. XXI, XXII, XXIII...XXX,XXXI...

Paulo Marenga

De: euclides <euclideslopes@ig.com.br>
Para: brasil-politica@googlegroups.com
Enviadas: Terça-feira, 27 de Dezembro de 2011 17:59
Assunto: Res: RE: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)

Caro Gerhard. Não tenho como você a vontade de me tornar um falacioso. Discuto o que precisa ser discutido. Eu não tenho que ficar descrevendo os fatos, e os tenho para mim e para a minha ideologia, naquilo que acredito e isso é o bastante e o importante.

Você gosta de ser escritor, falador, interpretador, idealizador de opiniões. Nada disso passa pelo meu interesse. Eu falo do fato e das suas intenções e digo que são nefasto quando são e necessários quando precisos.

Eu já sei que as doutrinas que se implantaram no Reino Unido e passaram para os EUA só teem compromisso com o economico. Portanto, o social, o cultural e o político eles deixam muito a desejar, então como a vida não é só econômica ela também passa por outros viés eu sei que isso não poderia acabar bem. E deu no que dou. Desde a implantação do liberalismo (século XVIII) até a queda do neoliberalismo (século XXI) são 3 séculos, ou 300 anos, que segundo os historiadores de plantão, é o tempo em que o mundo sofre mudanças radicais.

Então nós trabalhistas, nacionalistas, desenvolvimentistas e rumando para o socialismo, sabemos que a hora do socialismo do século XXI, está chegando, quem viver verá, pois está às portas, exatamente porque sentimos a morte do neoliberalismo capitalista burguês financista apátrida. Eu não tenho que ficar trocando laudas e mais laudas de pensamentos com você, primeiramente porque acho isso uma chatice e de outra forma porque não tenho muito tempo a perder em copiar o que os outros já disseram, leio, tiro minhas conclusões e dou meu palpite, se isso para você é pouco o problema é seu não meu. O meu negócio é acreditar naquilo que escolhi e ver que é um bom caminho para a humanidade.

Um abraço do Euclides. 

 

 

 

 

-------Mensagem original-------

 

Data: 27/12/2011 18:38:39

Assunto: RE: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)

 

Caro Euclides,

 

Respeito sua opinião, mas lhe faltam argumentos. Apresente-os, assim quem sabe podemos debater não como colegiais encantados, mas como homens sérios.

 

Acaso sabes qual foi a finalidade do Acordo de Bretton Woods, e como foi a participação brasileira?

 

Abraços,

 

Gerhard Erich Boehme

Skype: gerhardboehme

Caixa Postal 15019

80530-970 Curitiba PR

 

 

 

 

From: brasil-politica@googlegroups.com [mailto:brasil-politica@googlegroups.com] On Behalf Of euclides
Sent: Thursday, December 22, 2011 10:28 AM
To: brasil-politica@googlegroups.com
Subject: Res: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)

 

Gerhard. Deixa de conversa fiada. Não tem o que explicar, por que não tem explicação esse sistema neoliberal capitalista burguês financista, é um torpor. Onde põe a mão estraga tudo. Demorou mas todos se concientizaram que o que vocês apregoam é um assalto à mão armada aos cofres públicos das nações emergentes e as em desenvolvimento. Vade retro satanás. Vocês não teem nenhum plano, programa de desenvolvimento vocês teem planos maquiavélicos para colocar na ruína os incautos esse é o plano dos Organismos Mundiais que o Neoliberalismo criou no Acordo de Bretton Woods, tudo que você escreve aqui não serve para mais nada, enquanto ficou encoberto as falcatruas do sistema neoliberal vocês puderam mentir ao mundo. Agora a farra acabou, vocês foram descobertos e por isso sem ter o que mentir pois a mentira foi descoberta, tentam sair honrosamente, mas não conseguirão. Esse seu lenga-lenga já era! Os EUA  e a UE foram para o vinagre!

Viva o Socialismo do Século XXI. Que está às portas. Quem viver verá!

Euclides - MRLB.

 

 

 

 

-------Mensagem original-------

 

Data: 22/12/2011 10:16:46

Assunto: [Brasil-Política] A Argentina fez o que o FMI pediu (Sic)

 

Caro Morales,

 

mais uma vez você está enganado, ou está se enganando.  Entre as principais

medidas que o FMI impôs, uma das principais foi em diminuir o tamanho do

Estado, pois estava quebrado, razão do FMI entrar na jogada, já que é o

banco de ajuda a países endividados. Outro foi a de conter os gastos

públicos, a começar por reduzir a inflação. Ocorre que o imposto

inflacionário permanece ainda como a principal barreira às reformas

pretendidas, por corroer o poder aquisitivo e o padrão de vida da população,

confiscando cruel e eficientemente a riqueza de um só golpe. O impacto desse

imposto confiscatório sobre os fluxos de caixa após os impostos pode

cancelar inteiramente qualquer benefício aos fluxos de caixa após impostos

resultante de reduções de alíquotas e outras reformas de políticas fiscais

destinadas a reforçar o lado da oferta. Nesse contexto, as reformas de

políticas fiscais cairão em descrédito e serão culpadas pelas consequências

de políticas monetárias desastrosas. Por isso é absolutamente essencial

ter-se um modelo criterioso de política monetária, a fim de restaurar e

manter um Estado de direito no tocante aos contratos sobre direitos

fundamentais de propriedade nos países que estão adotando reformas de

abertura do mercado.

 

O que sustenta uma boa política monetária seriam a estabilidade e a

previsibilidade dos níveis de preço, permitindo aos mercados manterem o

equilíbrio entre oferta e demanda do estoque de dinheiro, mais ou menos como

funcionava o padrão ouro, utilizado com enorme sucesso durante séculos.

Quanto ao regime de câmbio fixo, só há uma forma de uma moeda garantir a

paridade de outra moeda visando impedir ataques especulativos. Essa solução

seria o sistema de conselho monetário (currency board) para gestão das taxas

fixas de câmbio, como ocorreu na Argentina, onde a moeda esteve atrelada ao

dólar.

 

Mas tanto lá como cá temos governantes que se não são mentirosos, com

certeza não apresentam a verdade. Enquanto a inflação oficial da Argentina

não passa de 9,3% ao ano, pesquisas e cálculos produzidos por especialistas

do setor privado apontam uma alta de preços na faixa de 24% a 30%. Por causa

do controle político dos números divulgados pelo Indec, estatísticas

oficiais da Argentina vêm sendo há anos publicadas com ressalvas em

relatórios do FMI.

 

Mas devemos entender que o FMI não adota procedimentos liberais, há um

conflito enorme entre posições. Esta ocorre devido o FMI adotar ações

intervencionistas.  A filosofia inicial do FMI consistiu em ajudar os países

a corrigir sua balança de pagamentos e a recuperar a estabilidade sem

transtornar, com isso, sua estrutura econômica. Mas, nos anos 80, o FMI

mudou e se converteu em uma entidade que se caracterizou por promover

intervenções excessivas.   Mas foi graças às crises que os países emergentes

conseguiram se distanciar do FMI e assumir uma postura de independência.

 

O presidente argentino Néstor Kirchner teve um gesto muito forte quando

reembolsou o FMI. Na mesma época, o presidente russo Vladimir Putin pagou

adiantado ao FMI e os demais países emergentes fizeram o mesmo para se

livrar não das dívidas, mas das intervenções do FMI. O FMI manteve a

Argentina em suas mãos e isso apenas acabou levando o país a um caminho sem

saída.

A saída de  Fernando de la Rúa marcou bem esta transição. Infelizmente o

caminho que a Argentina escolheu não foi o mais acertado, se livraram do

FMI, mas não souberam identificar o que estava sendo feito acertadamente e o

que estava errado.

 

Abraços,

 

Gerhard Erich Boehme

Skype: gerhardboehme

Caixa Postal 15019

80530-970 Curitiba PR

 

 

 

 

 

 

 

De: Antonio Morales [mailto:antonio_morales@uol.com.br]

Enviada em: quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 22:52

Para: 'Gerhard Erich Boehme'; brasil-politica@googlegroups.com

Assunto: RES: O que destruiu a Argentina recentemente foi ... (Sic) E "As

lições de casa que a Argentina não fez"

 

Ao contrário. A Argentina fez tudo o que o FMI mandou. Esse foi o problema.

Mas você não vai aceitar isso nunca, obviamente.

 

De: Gerhard Erich Boehme [mailto:gerhard@boehme.com.br]

Enviada em: quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 22:38

Assunto: O que destruiu a Argentina recentemente foi ... (Sic) E "As lições

de casa que a Argentina não fez"

 

Caro Morales,

 

Esta é a sua opinião, sem fundamentação obviamente. As chamadas "medidas",

estas vieram para corrigir  a situação em que se encontrava a economia

argentina, excessivamente endividada.  Não há como se culpar o efeito, a

questão é que a crise em que a Argentina se meteu foi devido ter sido refém

de políticos e militares que se pautaram pelo populismo, nacionalismo,

protecionismo e principalmente pela corrupção. E note que não estamos muito

longe disso, temos o efeito Orloff, quando se trata da Argentina e do

Brasil.

 

Em matéria de política, há quem diga que a Argentina está sempre um passo à

frente do Brasil. Muitos se utilizam até do slogan de uma marca de vodca

para brincar com o fenômeno: "Eu sou você amanhã…"

 

Abraços,

 

Gerhard Erich Boehme

Skype: gerhardboehme

Caixa Postal 15019

80530-970 Curitiba PR

 

 

 

 

                As lições de casa que a Argentina não fez

________________________________________

Gerhard Erich Boehme

 

 

 

 

 

"Pior que tá não fica!" (Francisco Everardo Oliveira Silva – Um dos

pensadores que caracterizam o Brasil da atualidade)

 

 

O que passou se deu no final da década de 50 do século passado, a Argentina

estava saindo de um período de exceção, Perón fora forçado a deixar o país.

Ele, por conta do populismo, governara desastrosamente e destruíra por

completo as bases econômicas da Argentina. Seu sucessor, Eduardo Leonardi,

não foi muito melhor. A nação estava pronta para novas ideias e foi neste

momento que um dos mais notáveis professores de economia foi convidado para

uma série de palestras. Mas os argentinos não fizeram a lição de casa e a

história está lhes sendo madrasta.

 

Lembrando o grande pensador brasileiro da atualidade, compatível com a

popularidade depositada ao atual presidente, o Sr. Francisco Everardo

Oliveira Silva, hoje candidato a Deputado Federal com o número 2222 pelo

Partido da República, por São Paulo, a Argentina conseguiu desmenti-lo, e

isso antes mesmo dele se lançar candidato e escolher sua frase de efeito.

Vale lembrar que o pensador "Francisco Everardo Oliveira Silva" é

emblemático, como bem nos lembra o genial Luciano Pires, pois ele

caracteriza muito bem os personagens de um de seus best-seller: Brasileiros

pocotó. Resta saber se o brasileiro está disposto a pensar e fazer as lições

necessárias. Acredito que não, Tiririca e Dilma se elegerão, ele representa

os artifícios de um partido que se caracteriza pela irresponsabilidade,

apostam no voto de protesto, mas que irá carregar votos para outros

candidatos do Partido da República, pois as regras eleitorais são

desconhecidas dos brasileiros, quanto a ela ...

 

....

 

 

Quanto ao Partido da República, vale lembrar que eles defendem o sufrágio

livre e secreto, devendo a lei propiciar a todos os candidatos a

possibilidade de comunicação de suas ideias, observada as disposições

partidárias, com o que concordo. E também concordo que a lei deve punir

severamente o abuso do poder econômico nas campanhas eleitorais, e a fraude

nas apurações. Porém outros candidatos do PR serão eleitos sem que tenham

sido votados, defendido e comunicado suas ideias, o que ocorre devido as

regras eleitorais que levam ao congresso representantes que de fato não

representam uniformemente os brasileiros, já que não possuímos coeficiente

eleitoral que assegure que todos sejam iguais na hora de votar, como é o

caso dos paulistas, os quais são cidadãos de segunda categoria na hora de

votar.

 

Comparando com seu vizinho Chile, a Argentina tem conseguido a proeza de

levar miséria todo o seu povo, enquanto o Chile segue outra rota. Mas não

podemos esquecer o efeito Orloff: Em matéria de política, há quem diga que a

Argentina está sempre um passo à frente do Brasil. Muitos se utilizam até do

slogan de uma marca de vodca para brincar com o fenômeno: "Eu sou você

amanhã…"

 

 

Alan Beattie, em seu livro "Falsa economia - Uma surpreendente história

econômica do mundo", ele que é um dos mais conceituados jornalistas

econômicos da atualidade, afirma que o mundo tem reproduzido uma falácia de

pensamento – uma falsa economia – ao considerar que o estágio de

desenvolvimento de um país é inevitável, a ponto de ele estar predestinado a

ser pobre ou rico.

 

Para o autor, "a história não é determinada pelo destino, pela religião,

pela geologia, pela hidrologia ou pela cultura nacional. É determinada pelas

pessoas". Para comprovar sua tese, apresenta nove variáveis relevantes para

o desenvolvimento de uma nação, demonstrando-as em casos emblemáticos, como

os de Argentina e Estados Unidos. No século XIX os dois países estavam entre

as dez maiores economias do mundo, mas diferentes decisões fizeram com que

trilhassem caminhos opostos. Uma tese ousada e que vai fazer você mudar a

forma de ver a história econômica do mundo.

 

A Argentina nunca foi o melhor dos mundos, ainda mais para nós brasileiros,

mas infelizmente não aprendemos com ela, continuamos a repetir os seus

erros, mesmo nós tendo um Edson Arantes do Nascimento que foi preciso na sua

frase, só não conseguimos a façanha de eleger a mulher do presidente, bem aí

seria demais, já chega as medalhas da Ordem de Rio Branco que a Sra. Marisa

Letícia, e as mulheres do vice José Alencar, Mariza Gomes da Silva; e do

chanceler Celso Amorim, Ana Amorim receberam. Mas estamos a um passo para

escolher a mulher ideal, na opinião dele. A nossa Orloff é falsificada, pode

ser paraguaia ou húngara, mas certamente é falsificada.

 

A Argentina não conheceu a estabilidade econômica e o desenvolvimento que a

monarquia nos proporcionou, tivemos 67 anos de estabilidade política e

econômica, uma única Constituição, uma das mais avançadas de sua época, e

caminhávamos passo a passo com as economias mais fortes e desenvolvidas do

mundo, tínhamos na época Rebouças, Taunay e Nabuco como elementos de um

triângulo que compunha as possibilidades da estruturação do Estado

Brasileiro, da "construção do Brasil" e da consolidação do III Império com a

Princesa Isabel.  Mas seguimos os passos da Argentina.

 

Em 120 anos de Republica, quais foram as nossas vitórias? Vamos aos

seguintes pontos, na estabilidade política, até 1988 não tínhamos conseguido

isso, tivemos em 110 anos, 9 golpes de estado, 13 ordenamentos

constitucionais, 4 assembleias constituintes, 10 repúblicas, o Congresso, em

nome da Liberdade, foi fechado 6 vezes, inclusive pelo primeiro Presidente,

Marechal Deodoro da Fonseca. Se observássemos a lei, teríamos também, face

ao Mensalão e tantos outros escândalos, mais um Impeachment. Optamos por nos

subjugar internamente ao dono do Brasil, o Sr. José Ribamar Ferreira de

Araújo Costa e externamente aos ditames do Foro San Pablo, com a polêmica

participação das FARC - Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia –

Ejército del Pueblo.

 

Caminhamos para o quarto, já tivemos três grandes períodos de exceção, pelo

número de mortes, o pior deles se deu após a quartelada que muitos chamam de

"Proclamação da República", depois durante o Estado Novo, no qual tivemos os

paulistas lutando pela liberdade com a Revolução Constitucionalista de 32, e

por fim o Regime Militar, que nos livrou de um conflito entre uma direita

aparelhada, comandada por Adhemar de Barros e Carlos Lacerda, ambos também

cassados, e uma esquerda financiada e treinada internacionalmente, ambas

querendo nos subjugar. Hoje vemos o Brasil sendo administrado com base no

espelho retrovisor, ou melhor, lembrando um genial brasileiro, com a

Lanterna na Popa. Prevalece o clientelismo político e a sindicalização do

Estado, com seu capitalismo de comparsas, intervencionista e sem mercado, e

o socialismo de privilegiados, promovendo a escravização do cidadão, seja

através de uma abusiva tributação ou de um endividamento crescente.

 

Voltando à Argentina, na passagem do século XIX para o século XX, ela era o

país economicamente mais estável da América Latina. Depois da longa ditadura

do caudilho Juan Manuel Rosas (1829-52), a República Argentina organizara-se

como um Estado Liberal, mas os argentinos não souberam colocá-lo em prática,

não souberam privilegiar o princípio da subsidiariedade, como fizeram os

norte-americanos. O poder era exercido com base em um grande pacto nacional,

predominavam os ricos senhores de estâncias, membros dos setores comerciais

e financeiros, estreitamente ligados ao mercado internacional controlado

pela Inglaterra. O volume de exportações crescia de ano para ano. Sem a

liberdade aos empreendedores e sem uma visão estratégica, sobrou a "vocação

agrária" da Argentina, aumentavam as exportações de carne, couro, cereais e

frutas secas e, na mesma medida, as importações de maquinofaturados

ingleses. A economia Argentina dependia fundamentalmente da exportação de

commodities, que são concentradoras de riqueza e renda, tal qual ocorre com

o Brasil da atualidade, com políticas públicas equivocadas, exportamos

emprego e commodities e importamos produtos com valor agregado. Mesmo assim,

nessas condições, o país conheceu um surto modernizador com a expansão da

rede ferroviária e das comunicações, logicamente, para atender aos setores

ligados ao mercado externo.

 

Foi neste momento que os argentinos subiram no pedestal, de onde não saíram,

não é à toa que um de seus líderes é um cheirador tatuado com Che Guevara ou

El Che. Ela já foi orgulhosa de ser o país mais europeu de toda a América,

na Argentina se reproduzia nos mínimos detalhes os padrões culturais do

Velho Mundo.

 

Nessa época teve início o desenvolvimento da indústria Argentina,

especialmente no setor de alimentos (frigoríficos, por exemplo), o que não

contrariava os interesses do setor explorador quanto à condução da política

tarifária, pois também estava ligada ao comércio internacional. A indústria

de bens de consumo duráveis viria a se desenvolver na década de 1910, com a

participação de capitais norte-americanos e do capital marginal interno,

mesmo com as reservas dos setores tradicionais ligados à exportação e

importação. A Primeira Guerra Mundial, a exemplo de outros países da América

Latina, como o Brasil do tempo de Francesco Matarazzo e suas IRFM,

permitiria um grande surto industrial na Argentina. Com isso cresceria o

operariado urbano.

Politicamente, o Estado argentino era liberal na forma e oligárquico no seu

funcionamento, sujeito inclusive às dissidências dentro do bloco de poder e,

consequentemente, a sucessivas crises.

 

Mas em vez de consolidar, a exemplo dos Estados Unidos,  Canadá e Austrália,

a política liberal, os argentinos optaram pelo radicalismo: uma experiência

populista. O Brasil seguiu a Argentina em 1930.

 

Vale lembrar que o populismo é uma forma de governar em que o governante

utiliza de vários recursos para obter apoio popular, principalmente a

mentira. O populista utiliza uma linguagem simples e popular, usa e abusa da

propaganda pessoal, afirma não ser igual aos outros políticos, toma medidas

autoritárias, não respeita os partidos políticos e instituições

democráticas, diz que é capaz de resolver todos os problemas e possui um

comportamento bem carismático. É muito comum encontrarmos governos

populistas em países com grandes diferenças sociais e presença de pobreza e

miséria. Mazelas que dizem ter eliminado.

 

Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil, adotou o populismo como uma das

características de seu governo. Apelidado de "pai do pobres", promoveu seu

governo com manifestações e discursos populares, principalmente no Dia do

Trabalho (1º de maio). Não respeitou a liberdade de expressão e a democracia

no país. Usou a propaganda para divulgar suas ações de governo.

 

Felizmente a nossa realidade atual é bem diferente disso, hoje temos as

reformas que o Brasil necessitava realizadas e o parlamentarismo

efetivamente implementado. Ou não?

 

Infelizmente não, temos o populismo calcado em um sistema mais sofisticado

de hegemonia em que o dominado não se sente dominado. Usa-se com volúpia

instrumentos de publicidade e boas articulações com os meios de

comunicações.

 

Voltando à Argentina, em 1916 é eleito Hipólito Irigoyen. Com Irigoyen tem

início a adoção de algumas práticas de manipulação de massas, que, décadas

mais tarde, tomará o nome de populismo. O líder radical, agora no poder, ao

mesmo tempo que não avançava no sentido de transformações mais profundas na

ordem econômica  e social da Argentina, procuravam em vez de investir em

educação e assumir responsabilidades, como a de cortar gastos públicos,

passaram a conceder privilégios a sua base social de apoio. Adotam, por

exemplo, a instituição do salário mínimo e outras pequenas vantagens que

favoreciam o operariado. Contraditoriamente, ao mesmo tempo que mantinha

intacta a grande propriedade e os interesses da minoria abastada, longe de

terem políticas públicas que viessem a dar liberdade e responsabilidades à

classe média em formação. Deixando a Presidência seis anos depois,

garantindo a eleição de um partidário, Irigoyen elege-se novamente em 1928.

A crise de 1929 viria arruinar a economia Argentina, impossibilitando a

satisfação dos interesses, mínimos que fossem, das massas urbanas.

 

Depois de Hipólito Irigoyen em 6 de setembro de 1930, pela sua posição

nitidamente anti-norte-americana, vista a estreita relação entre Argentina e

Inglaterra, Irigoyen é derrubado pela aliança burguesia industrial e

Exército, apoiada pelos Estados Unidos. Terminava então a primeira tentativa

democrática de toda a América Latina. Por outro lado, iniciava-se o processo

de sucessivas intervenções militares na política argentina.

 

Em 1943 caiu Ramón Castilho, que em 1940 – com o apoio do Exército – havia

afastado Roberto Ortiz, um presidente legalmente eleito em 1937, deposto

pelo Grupo de Oficiales Unidos (GOU). Desse grupo fazia parte o coronel Juan

Domingo Perón, que no governo militar que se instalou ocupava o cargo de

Secretário do Trabalho e Presidência, além de acumular a Vice-Presidência e

o Ministério da Guerra.

 

Perón comandou a política Argentina de 4 de junho de 1946 a  21 de

setembro de 1955, com seus dois primeiros mandatos, depois esteve à frente

de 12 de outubro de 1973 a 1 de julho de 1974, sendo sucedido por Isabelita

Perón.

 

Em 1940 entra em cena a "República Sindicalista", no Brasil ela veio

sessenta anos depois, e a Argentina mergulha cada dia mais e mais no caos.

Como Secretário do Trabalho, Perón tornou-se a verdadeira eminência parda do

regime. Voltando-se para o operariado urbano, criou a Confederação Geral do

Trabalho (CGT), abertamente controlada pela sua Secretaria. As lideranças

sindicais foram atraídas, inclusive pela corrupção, além da grande massa de

trabalhadores não sindicalizados. Sob a tutela do Estado a classe operária

se organizava longe da influência liberal ou mesmo de socialistas e

comunistas, ou de lideranças estranhas à CGT, duramente reprimidas diante de

qualquer reação à política de Perón.

 

Em vez de se concentrar em como gerar emprego, riqueza e renda, o tema

passou a ser a distribuição, criando novos sindicatos, oferecendo melhores

condições de trabalho e salários mais altos – estes eram possíveis pelo

aumento das exportações argentinas –, como parte de uma avançada legislação

trabalhista e previdenciária, na qual se incluía a arbitragem estatal

favorável ao operariado, Perón tornou-se a figura mais importante da

República Argentina. Serviu de modelo para o segundo mandato de Vargas, sem

Evita ou Isabelita.

 

Em outubro de 1945, temendo o crescimento da popularidade do então

presidente, um golpe militar apoiado pelas elites tradicionais e pelos

Estados Unidos derruba Perón. A ação dos militares peronistas, a revolta das

massas operárias, dos descamisados, organizada pela CGT e por Evita,

ocupando as ruas e decretando a greve geral, levou Perón de volta ao poder.

Em 17 de outubro de 1945, ao recuperar suas antigas funções, Juan Domingos

Perón passar a ser o homem mais forte de toda a Argentina.

 

Nas eleições de 1946, Perón surge como candidato apoiado pelas massas

trabalhadoras urbanas e rurais, pela Igreja e por amplos setores do bloco

militar. Neste pleito, registrou-se a primeira vitória esmagadora do

peronismo: todos os senadores da República eram peronistas; da mesma forma

quase todos os deputados federais e os governadores de províncias. As massas

elegeram aquele que acreditavam ser o seu único benfeitor.

 

De 1946 a 1951, o peronismo foi o elemento marcante na política argentina.

Neste período Vargas nos governou de novembro de 1930 até outubro de 1945 e

de janeiro de 1951 até 24 de agosto de 1954, quando se suicidou. Não deixou

nem Evita e muito menos Isabelita.

 

O Estado passa a intervir diretamente na economia, monopolizando o comércio

externo e desenvolvendo uma política de nacionalização: ferrovias,

comunicações, gás e transportes urbanos. Em vez de estimular a concorrência,

privilegiando o consumidor, optou por criar estatais e acomodar parceiros e

apoiadores políticos, soube leiloar o Estado. As reservas monetárias são

empregadas na indústria de base e no aparelhamento da indústria leve. No

primeiro momento a Argentina vive uma época de prosperidade geral: isso

permite a manutenção dos preços baixos, com a ajuda governamental e, ao

mesmo tempo, dos altos salários. Segundo Perón, "esta é a justiça social",

daí o justicialismo, outra denominação dada ao peronismo. O culto à

personalidade, parte da propaganda de massa, o paternalismo e o

autoritarismo tornam-se as grandes características do populismo peronista. O

autoritarismo é o outro lado da moeda: o Estado generoso faz as concessões e

as massas subordinadas e submissas devem esperar por elas.

 

Em 1951, Perón é reeleito presidente com outra estrondosa vitória. Contudo

os efeitos da irresponsabilidade se fazem presentes, os tempos são outros,

pois as exportações começam a diminuir em virtude da concorrência

internacional,  para a qual não se prepararam e internamente, não se

acumulou o capital necessário para a arrancada da industrialização, ao mesmo

tempo que aumentou a presença do capital norte-americano, esmagando qualquer

possibilidade de crescimento interno. Podemos dizer então, o que entendo

como redundante, o populismo irresponsável. A economia sem controle começou

a conhecer a inflação galopante, os salários foram congelados e a onda de

desemprego começou a afetar o operariado. A morte de Evita Perón (1952) – a

eterna Secretária do Trabalho e a verdadeira "alma" do peronismo –, o

agravamento da crise econômica e social, impedindo continuidade da política

de equilíbrio das forças sociais, típica do populismo, enfraqueceram o

peronismo. A Igreja rompe com o governo, as Forças Armadas se dividem e

surge a primeira oposição organizada a Perón. A partir de 1953, inúmeros

golpes debilitam a máquina de Estado controlada pelo presidente. Em setembro

de 1955, um novo golpe militar, a partir de Córdoba, derruba Juan Domingos

Perón, que passa a viver no exílio.

 

Entre 1930 e 1955 a Argentina conheceu mais de dez tentativas de golpes

militares. Contudo, outras cinco intervenções militares na política

argentina resultaram na derrubada de governantes, inclusive, a de Perón, em

1955.

 

O fantasma da esquerdização do movimento operário argentino e a ameaça de

revigoramento do peronismo, além da impossibilidade de superação dos graves

problemas que abalaram a economia nas últimas décadas, trouxeram os

militares para a cena política, em caráter permanente. De 1962, quando foi

deposto Arturo Frondizi, por permitir a participação de peronistas nas

eleições do ano, até 1983, quando a Argentina se redemocratizou com a

vitória de Raul Afonsín, o país conheceu nove golpes militares. No Brasil

tivemos a Contrarrevolução de 1964 e dentro dela, em 1969 a revolução dentro

da Revolução.

 

Perón colocou literalmente a Argentina rumo à miséria. Em vez de se

concentrarem na educação e criar uma infraestrutura adequada à liberdade e

competitividade do país, optaram pelo bem-estar social penalizando o

contribuinte, também acertaram em muitas ações, como o investimento na área

da saúde. Mas o grande erro foi afastar os investimentos internacionais,

realizaram a expulsão de multinacionais do país e as nacionalizações. Em vez

de mais mercado, passaram a tutelá-lo.

 

Perón volta do exílio a Argentina em 1973, com o fim do governo militar. Ele

é reeleito presidente com 60% dos votos, tendo como vice a sua terceira

mulher Isabelita.

Entre golpes e instabilidade política, prevaleceu sempre na Argentina o

populista, agora o mesmo é realizado por Cristina Kirchner, infelizmente o

populismo, tal qual em muitos países da América Latina, agravou o cenário

nacional, se há quatro anos a pobreza, a desigualdade social e o emprego

eram as maiores preocupações dos argentinos, hoje são a corrupção, a

insegurança – a violência crescente - e a falta de transparência política.

 

Na Argentina, tal qual no Brasil, uma palavra idolatrada pelo povo é

"social". Em nome do social, não só tudo é possível, mas também desejável.

Esquece-se totalmente das calculadoras, e ignoram-se leis tão simples como

não gastar mais do que se tem. Adotam-se jargões para encontrarem culpados.

Passa a ser inevitável a articulação conjunta com o Foro San Pablo,

destruindo as instituições e combatendo a imprensa livre.

 

A consequência natural disso é um aumento explosivo nos gastos públicos,

típico do Estado benfeitor, que acaba inevitavelmente em um severo déficit

fiscal, gerando inflação via emissão de moedas ou recessão via aumento de

impostos ou juros.

Isso sem falar de todos os direitos nobres concedidos ao povo, como educação

superior gratuita, moradia digna, transporte gratuito, trabalho bem

remunerado, velhice tranquila e, por fim, felicidade eterna.  Seguramente

houve acertos, mesmo os populistas não erram 100% do tempo.

 

Argentinos e brasileiros são assim grandes sonhadores, os argentinos com as

mulheres, as Evitas, Isabelitas e as Cristinas, nós com embusteiros,

"palanqueiros" e as festas na Paulista. O Brasil encontrou seu rumo, mas sem

as mulheres. O que nos caracteriza é que passamos, por conta do populismo, a

detestar a dura realidade da vida, cheia de incertezas e insegurança, não

nos preocupamos muito com o fato de que, para garantir tanto privilégio

assim a alguns, precisa tirar de outros.

 

Paradoxalmente, o Estado, em prol do "social", deixa mais miseráveis do que

encontrou, e temos inúmeros exemplos empíricos disso, sendo um dos

principais a Argentina de Perón. Eva, sua esposa, confundiu Estado com

instituição de caridade, e quem pagou o elevado preço foi a população, que

saiu da prosperidade, de um dos países mais prósperos na época,  para a

miséria. Será que o povo romântico não tem a mínima capacidade intelectual

para entender que são justamente todos esses "direitos adquiridos" pelos

monopólios dos sindicatos que jogaram metade dos brasileiros na

informalidade?

 

Será que os mais de 150 milhões de latino-americanos desempregados estão

felizes com todos esses benefícios? Não conseguem perceber que isso é também

a causa de um sistema de previdência falido que até na Europa,

principalmente na França, representa uma bomba-relógio insustentável no

médio prazo?

 

Mas voltando às lições que os argentinos não fizeram. Deixaram de entender

que as leis da economia são naturais como a água, que deveriam ser

observadas.

 

Em fins de 1958, Ludwig Heinrich Edler von Mises  foi convidado pelo Dr.

Alberto Benegas Lynch para pronunciar uma série de conferências na

Argentina, destas conferências surgiu posteriormente um livro que contém a

transcrição das palavras dirigidas a centenas de estudantes argentinos.

 

Suas conferências foram proferidas em inglês, no enorme auditório da

Universidade de Buenos Aires.

Em duas salas contíguas, estudantes ouviam com fones de ouvido suas palavras

que eram traduzidas simultaneamente para o espanhol. Ludwig Heinrich Edler

von Mises falou sem nenhuma restrição sobre capitalismo, socialismo,

intervencionismo, comunismo, fascismo, política econômica e sobre os perigos

da ditadura. Aquela gente jovem que o ouvia não sabia muito acerca de

liberdade de mercado ou de liberdade individual.

 

O auditório reagiu como se uma janela tivesse sido aberta e o ar fresco

tivesse podido circular pelas salas. Ele falou sem se valer de quaisquer

apontamentos. Como sempre, seus pensamentos foram guiados por umas poucas

palavras escritas num pedaço de papel. Sabia exatamente o que queria dizer

e, empregando termos relativamente simples, conseguiu comunicar suas idéias

a uma audiência pouco familiarizada com sua obra de um modo tal que todos

pudessem compreender precisamente o que estava dizendo.

 

von Mises fez posteriormente uma revisão destas transcrições no intuito de

publicá-las em livro. Coube a sua esposa esta tarefa e ela teve muito

cuidado em manter intacto o significado de cada frase, em nada alterando o

conteúdo e preservando todas as expressões que costumava usar, tão

familiares a seus leitores. Bem, o livro está aí, disponível hoje a todos e

as lições são:

 

 

Primeira Lição:

  O capitalismo

Segunda Lição:

  O socialismo

Terceira lição:

  O intervencionismo

Quarta lição:

  A inflação

Quinta lição:

  Investimento externo

Sexta lição:

  Política e ideias

 

 

O livro reflete plenamente a posição fundamental do autor, que lhe valeu - e

ainda lhe vale - a admiração e os insultos dos adversários. Resta saber que

posição devemos adotar, a realidade e a determinação para superar seus

desafios ou a ilusão e aguardar dos outros a solução dos seus problemas,

quem sabe vindas dos partidos e outras entidades que integram o Foro San

Pablo.

 

O livro está disponível para download:

 

 

 

 

 

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