Então a mídia não está noticiando a greve nas universidades federais? Por que deveria?

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Então a mídia não está noticiando a greve nas universidades federais? Por que deveria?

Imaculada Virgínia Pereira Souto e

Abigail Pereira Aranha

Dizem os esquerdistas que a televisão, os jornais, as revistas não estão dando muita confiança para a greve nas universidades federais. O governo não valoriza a educação, a zelite quer o povo burro, etc. Não é que esteja tudo errado, mas fala igual homem, cacete. Está certo que a gente aqui é mulher, mas achamos que dá pra quebrar o galho.

Primeira coisa: greve de universidade é igual greve de motorista e trocador de ônibus, por exemplo? Tem gente achando muito que em um mês a Rede Globo não falou nada sobre a greve. Poxa, o normal que a gente já viu (nós acompanhamos um bocado das greves de algumas universidades, mesmo não estudando lá) é dois, três meses de greve e ninguém se incomodando com isso a não ser aluno e grevista com ponto cortado. E por quê?

Funcionários, os trabalhadores dedicados da universidade. É a exceção. Funcionário público, sem comentários. Alguns trabalham seis horas no dia e ainda fazem cara feia. Muitos têm muita pose, o cara diz que é funcionário público ou que trabalha na federal mesmo que seja só o motorista do caminhão que recolhe as folhas secas que caem das árvores. As mulheres, muitas estão lá só pra complementar renda e parecer grande coisa, porque já são casadas com outro funcionário que ganha mais que o triplo. Na greve, muitos vão cuidar de outros negócios que eles têm por fora (às vezes, saem do serviço no meio do expediente pra isso em dias normais).

Professores, heróis trabalhadores pela construção do país pela educação. É a exceção. Alguns mandam monitores e pós-graduando dar a aula que deviam ser deles. Ganham 6, 10 salários mínimos, mas muitos dizem que ganham pouco e não pensam duas vezes antes de não dar aula pra fazer bico (palestra, consultoria, etc.). Os professores das matérias dos primeiros períodos a maioria são os mais frustrados do corpo docente. Explicam muito mal a matéria, dão listas de exercício fáceis pra não ter trabalho, mas mesmo assim a turma vai mal e tem que aprender a matéria sozinhos, com monitor ou com aula particular. Também são funcionários, mas a maioria é tão cretina que prefere ficar separada dos outros. Mesmo achando que ganham pouco, muitos professores botam banca, passeiam de carro luxuoso que estão devendo a prestação e tentam parecer sabichões, se esquecendo que só chegaram até lá puxando saco dos professores mais velhos ou sentando em rola de velhote. As professoras, muitas só se interessam pelo magistério porque dá status e dinheiro e são pessoas medíocres casadas com um homem com mais que o triplo de competência e salário.

Estudantes, o futuro do país. Poucos estudam, escolheram a profissão que vão amar no futuro e querem apenas reconhecimento e um salário justo. O resto é menina imatura, bicha enrustida, lesbofeminista, freguês de calourada atrás de mulher ou consumidor de droga e cerveja bancado pelos pais que estão longe. Cada vez mais mães solteiras (já eram ou se tornaram na universidade) que deixam o filho com a avó. E principalmente, gente de QI e caráter medíocres que só veem a universidade como o caminho para ganhar dinheiro e status no futuro. Pra eles, estudar é coisa de otário, espertos são eles que pagam trabalho, pagam gente para fazer a prova por eles, copiam trabalho da internet ou usam o belo corpinho pra ganhar umas boas notas. Quem está em algum movimento, é mamador das tetas do movimento estudantil ou vai acabar sendo saído por eles. Ainda tem as moças que parecem nerds mas são na verdade lésbicas antissociais muito menos seguras de si do que parecem. Aliás, desconfie de qualquer aluno que passa mais de 24 horas por semana só na sala de aula. São os mesmos que não têm tempo para fazer o trabalho de Estatística. E hoje em dia, ter um diploma universitário não significa conseguir ler e entender um texto de duas páginas.

A universidade, agente de ciência e transformação. Comparar a forma como a universidade do Brasil é tratada no Brasil com o prestígio da universidade europeia é precipitação. Para o povão, a universidade não passa de um trampolim social e financeiro, que vai dar um diploma para o filho analfabeto funcional poder ter um emprego de 10 salários mínimos. Um professor que queira que o aluno só passe sabendo metade do que ele deu na sala pode perder o emprego. As nossas universidades produzem todos os anos centenas ou milhares de artigos, teses e trabalhos de final de curso que ninguém vai ler. Qualquer líder de comunidade pobre medianamente competente e honesto merece mais respeito que a maioria dos professores e graduados das nossas universidades. Todo mês, um evento acontece na universidade ou com professores e alunos da universidade e praticamente ninguém mais fica sabendo.

E tem outra: funcionários e professores (que também são funcionários) têm sindicatos separados e fazem greves independentes. Independentes até que a greve dos funcionários faz a universidade parar as aulas, porque parou o restaurante universitário onde só os alunos mais pobres comem e a biblioteca, ou a greve dos professores faz o movimento do mesmo restaurante e da mesma biblioteca diminuir. E nas duas greves, a grande maioria vai tirar férias de três meses.

Está certo que a universidade forma o cientista da computação, o nutricionista, o engenheiro mecânico, mas a grande maioria vai se formar muito preocupada com a própria carreira para dizer qualquer coisa que atrapalhe um salário maior no futuro. Uma pessoa consegue sair da universidade, às vezes se tornando um professor, e ainda acreditar na Igreja Católica, em numerologia ou no governo cubano. É mais fácil encontrar gente inteligente na universidade, mas ainda é difícil achar pessoas que não sejam puritanas, ególatras ou simplesmente massa de manobra. Ou seja, para um meio que trata a verdade óbvia como "senso comum", só faz manifestação com fins escusos e não passa de trampolim de egos e enriquecimento pessoal, não é de se estranhar que as greves durem três ou quatro meses quase ignoradas até o ponto começar a ser cortado.

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