Re: É O QUE FALTA NESTE PAÍS, PORQUE O ROUBO DO DINHEIRO PÚBLICO O STF JÁ ESTÁ DESCRIMINALIZANDO
domingo, 26 de agosto de 2012
Que bela resposta deste Antonio Morales, hein! Um texto deste tamanho
e uma respostinha tão pequena. O Reinaldo Azevedo também criou o termo
"esquerdopata" pra gente como ele.
Mas a ideia que você apresenta é muito boa. Só uma coisa: essa da
descriminalização do consumo de drogas não deve ser só coisa de dono
de boca de fumo mexendo os pauzinhos por trás das cortinas. Senão,
isso nem seria discutido. É mais coisa de playboy viciado, favelado
viciado e familiar desta turma.
Beijos
Abigail
Em 25/08/12, marcos ferreira pinto
basto<marcospintobasto@superig.com.br> escreveu:
> *Para combater as drogas, só punindo severamente os traficantes de todos os
> níveis e submeter usuários a tratamento de desintoxicação obrigatório, na
> recusa e*
> *recaída serão punidos. As discussões em torno do assunto são sempre
> tumultuadas por indivíduos que representam muito sigilosamente os grandes
> beneficiários *
> *do tráfico de drogas. As leis para punir o tráfico e usuários têm que ser
> determinadas por governo determinado a proteger nossa juventude e a saúde
> pública.*
> *O resto que se olha por aí, é conversa fiada para boi manso dormir com
> fome.*
> *Marcos Pinto Basto
> *
> Em 25 de agosto de 2012 12:19, Antonio Morales
> <antonio_morales@uol.com.br>escreveu:
>
>> *Outra vez esse sujeitinho? O pena paga do PSDB e sei lá de mais quem?
>> Conhecido Pitt Bull desse panfleto ordinário chamado de Veja?*
>>
>> * *
>>
>> *[image: Reinaldo_Azevedo_Serra02.jpg][image: vexame.jpg]***
>>
>> * *
>>
>> *De:* varleidisiuta@gmail.com [mailto:varleidisiuta@gmail.com]
>> *Enviada em:* sábado, 25 de agosto de 2012 11:55
>> 'Romeu Kerber'; 'Ronaldo Schlichting'; 'Reinaldo Azevedo'; 'Rede Globo';
>> 'Raymundo Araujo Filho Ray'; 'Rangel Cavalcante*';
>> s.o.passos@terra.com.br;
>> 'Zeca'; 'Chico Dolar*'; 'Deocleciana Avezzani'; 'Félix Silva'; 'Luiz
>> Solano'
>> *Assunto:* É O QUE FALTA NESTE PAÍS, PORQUE O ROUBO DO DINHEIRO PÚBLICO O
>> STF JÁ ESTÁ DESCRIMINALIZANDO****
>>
>> ** **
>>
>> 25/08/2012****
>>
>> às 6:09****
>> Drogas: Desconstruindo, com impiedade, o pensamento infantil do doutor
>> Gadelha, um figurão da Fundação Oswaldo Cruz. Ou: Cuidado, senhores
>> parlamentares! Querem transformá-los em "vapores" do PCC e do Comando
>> Vermelho<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e/>
>> ****
>>
>> *Decidi manter este post no alto. Abaixo dele, há textos escritos na
>> madrugada.*****
>>
>> *O pessoal que quer descriminar as drogas afirma que gosta do debate. Eu
>> também gosto. Então vamos colaborar. Espalhem este texto para animar a
>> conversa*.****
>>
>> Está em curso uma campanha nacional pela descriminação do uso de drogas.
>> À
>> frente dela, os bacanas de sempre. Acham que esse é um assunto que
>> concerne, digamos assim, às classes médias ilustradas. Quanto mais
>> distante
>> do debate ficar o povo, melhor. Os progressistas odeiam o povo
>> reacionário. O governo do Uruguai foi mais estúpido, porém mais honesto:
>> propôs logo de cara a estatização da maconha. Por aqui, tenta-se revestir
>> a
>> legalização branca de "descriminação do consumo". Frauda-se a lógica,
>> ignoram-se os fatos, mistifica-se.****
>>
>> Os sites e fóruns da turma "pró-descriminação" adoram me demonizar. Um
>> amigo com acesso a um desses debates fechados, que requerem senha, me
>> enviou alguns comentários que fazem por lá a meu respeito. Apareço como
>> uma
>> pessoa má. Só não são capazes de responder aos argumentos porque gostam
>> de
>> discutir o assunto entre os que concordam. É um jeito de fazer as
>> coisas.*
>> ***
>>
>> Um dos líderes da campanha é o médico Paulo Gadelha, presidente da
>> Fundação Oswaldo Cruz. Reproduzo em vermelho entrevista que ele concedeu
>> a
>> Márcio Allemand, no Globo Online. Houve um tempo em que entrevistar
>> alguém
>> compreendia buscar também eventuais contradições em seu pensamento. A
>> depender do tema, a nossa imprensa transforma uma entrevista num release
>> entremeado de perguntas. Leiam. Comento em azul.****
>>
>> À frente da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia (CBDD), que na
>> quarta-feira *entregou um anteprojeto de lei ao presidente da
>> Câmara*<http://oglobo.globo.com/pais/grupo-leva-camara-anteprojeto-para-descriminar-uso-de-drogas-5860744>,
>> deputado Marco Maia (PT-RS), propondo a descriminalização dos usuários de
>> drogas no país, está o médico Paulo Gadelha. Graduado em medicina pela
>> Universidade do Estado do Rio de Janeiro, tem mestrado em Medicina Social
>> e
>> doutorado em Saúde Pública, Gadelha ocupa a presidência da Fundação
>> Oswaldo
>> Cruz desde 2009. É lá que ele costuma se reunir para discutir questões a
>> respeito da legislação brasileira sobre drogas e garantir uma
>> diferenciação
>> mais clara entre usuários e traficantes. O anteprojeto entregue em
>> Brasília
>> já conta com mais de 100 mil assinaturas de apoio. Mas a expectativa de
>> Gadelha é que este número chegue a mais de um milhão em três meses.****
>>
>> *Qual o teor do anteprojeto entregue** **ao presidente da Câmara?**
>> **PAULO** **GADELHA**:* É centrado na visão de que o usuário não pode ser
>> considerado criminoso. Desde 2006 a lei garante que o usuário não seja
>> preso, mas é preciso diferenciar o que é um traficante do que é um
>> usuário.
>> Apesar de a lei dizer que o usuário não pode ser preso, ela não diz se
>> uma
>> pessoa que está portando 1 ou 100 gramas seja usuário ou traficante. Fica
>> a
>> cargo da autoridade policial decidir, criando insegurança para todos os
>> agentes envolvidos e uma enorme vulnerabilidade para os usuários.****
>>
>> Não sei onde este senhor estudou lógica elementar, mas não foi na
>> faculdade de medicina. Se ele cuidar de gente tão bem quanto cuida do
>> raciocínio, estamos feitos. É bem verdade que sua área é "medicina
>> social",
>> "saúde pública" (e cargo público). Parece que não precisa receitar nem
>> aspirina, o que é bom. Entendo que o doutor pretende que a lei estabeleça
>> quantidades para definir o que é o que não é tráfico. Aquele projeto
>> aloprado de reforma do Código Penal prevê que deixaria de ser tráfico
>> quem
>> portar o suficiente para cinco dias de consumo. Isso é quanto? Tomar-se-á
>> como média quantos cigarros de maconha, de que tamanho? Quantas carreiras
>> de cocaína? Quantas pedras de crack? Quantos comprimidos de ecstasy?****
>>
>> Gente que gosta de enfiar o pé na jaca (não estou dizendo que seja o caso
>> do doutor), especialmente os maconheiros, detesta precisão. Eu adoro.
>> Quero
>> saber. Quero também que o doutor Gadelha me explique por que, uma vez
>> definida a quantidade, os traficantes não fariam com que seus "vapores" —
>> os distribuidores da droga — passassem a portar, no máximo, a quantidade
>> permitida. Mais: Gadelha tem de me explicar outra coisa. Peguemos o
>> indivíduo X como exemplo, flagrado numa segunda-feira qualquer com uma
>> quantidade Y de droga para o seu consumo por Z dias. Como isso não é
>> crime,
>> não se lavra boletim de ocorrência, nada. Zero de documentação! Na terça,
>> o
>> mesmo indivíduo X é flagrado de novo com a mesma quantidade Y, e de novo
>> na
>> quarta, na quinta, na sexta… O nome disso, meu senhor, é legalização do
>> narcotráfico. É isso o que o senhor está propondo e ainda que não se deu
>> conta — ao menos espero que não.****
>>
>> Vejam lá… O doutor Gadelha está preocupado é com a "vulnerabilidade do
>> usuário"… Huuumm… Mais adiante, ele vai cobrar que a sociedade também lhe
>> dê tratamento — se ele quiser, é claro! Entendi! Um usuário precisa
>> consumir o que bem entender em segurança. Caso decida se tratar, isso
>> passa
>> a ser, então, um problema nosso. Se ele quiser puxar fumo, cheirar pó,
>> cachimbar um crack na pracinha em frente de sua casa, leitor, perto de
>> suas
>> crianças, você deve considerar que isso é um direito porque crime não é —
>> sendo só pra consumo e ele prometendo que não vai oferecer pra mais
>> ninguém, não podemos impedi-lo (com a lei atual, isso ao menos é
>> possível).
>> Mas, quando ele se cansar dessa vida, aí, então, avança no nosso bolso.
>> Aí
>> passa a ser problema nosso!****
>>
>> *O que mudou** **depois da lei** **que** **entrou** **em** **vigor** **em
>> 2006?**
>> **PAULO** **GADELHA:* Dobrou o número de prisões de supostos traficantes
>> por porte de drogas e aumentou a população prisional. Isso porque há em
>> nossa sociedade traços de discriminação e preconceito social e racial. No
>> caso de um dependente, o que ele está precisando é de ajuda e tratamento
>> de
>> saúde, e não ser penalizado com detenção. Ele acaba preso e sem
>> tratamento.
>> ****
>>
>> Essa resposta escandaliza a lógica, o bom senso, o pensamento matemático
>> e
>> a razão. Como é que uma lei que* **NÃO MANDA* para a cadeia os usuários
>> poderia estar na raiz do aumento da população prisional de consumidores?
>> É
>> um pensamento cretino, infantiloide, mágico. Mais: quem disse que o
>> "dependente precisa de ajuda e tratamento de saúde"? Precisa se ele
>> quiser!
>> Se não quiser, não! Se a droga é, nessa perspectiva, só uma doença,
>> acredito que o doutor não esteja pensando em tornar compulsório o
>> tratamento de drogados e diabéticos… O senhor entendeu ou tento agora com
>> desenho? Como o argumento é furado — e o repórter não lhe cobrou que
>> explicitasse a relação entre causa e efeito —, resta a velha e boa tecla
>> do
>> "preconceito". Houvesse uma categoria chamada "vergonha na cara
>> argumentativa", o doutor teria optado pelo descaramento: o que a questão
>> racial faz no meio desse imbróglio? O aumento da população prisional
>> rende
>> outro bom debate. Aumentou, sim! Em São Paulo, onde se costuma prender
>> bandido. Não por acaso, o índice de homicídios despencou quase 80% em 12
>> anos.****
>>
>> *Como a sociedade deveria lidar com isso?**
>> **PAULO GADELHA:* O álcool, por exemplo, que é considerado uma droga
>> lícita, também causa um sofrimento enorme e é responsável por 70% das
>> internações por dependência de drogas e por 90% da mortalidade.
>> Precisamos
>> educar a população. Nossa proposta no que se refere às drogas ilícitas é
>> para que haja um debate com a sociedade para que ela saiba lidar com o
>> problema. Atualmente a guerra contra as drogas tem como principal
>> bandeira
>> a repressão ao tráfico e ao usuário. Gastam uma fortuna e fracassam. O
>> consumo aumenta, aumenta a violência.****
>>
>> Jamais, nem que fosse o último médico, eu me consultoria com doutor
>> Gadelha! Se ele me mandar tomar a tal aspirina, bebo suco de laranja. Seu
>> pensamento frauda a lógica de uma maneira escandalosa. Está na Fundação
>> Oswaldo Cruz? Tomara que a burocracia por lá ande sozinha. É CLARO QUE O
>> ÁLCOOL RESPONDE PELO MAIOR NÚMERO DE OCORRÊNCIAS DE TUDO O QUE HÁ DE RUIM
>> EM MATÉRIA DE DROGA. O DOUTOR NÃO SABE POR QUÊ? EU SEI! PORQUE É LEGAL.
>> PORQUE SEU CONSUMO NÃO É COIBIDO. Quando a droga — só para consumo,
>> claro!
>> —, circular livremente, o que vai acontecer? Uma elevação do consumo e,
>> pois, dos casos a elas relacionados. Na sua lógica estupidamente
>> infantil,
>> o doutor diz que o aumento do consumo é fruto, ora vejam!, do combate ao
>> consumo. Por quê? Porque, se a lógica fosse um ser bípede, o doutor a
>> enfrentaria com quatro patas. Ele pensa assim: a) existe uma política de
>> repressão ao tráfico e ao consumo; b) houve aumento do consumo; c) logo,
>> aquela política é a responsável por isso; d) então por que não testar o
>> contrário, a saber: descriminar as drogas — e, pois, pôr fim a qualquer
>> interdição no consumo — para a gente diminuir… o consumo??? Um homem do
>> povo que pensasse desse modo não chegaria à idade adulta. Mas sabem como
>> é…
>> As classes médias protegem os seus rebentos… De novo, não adianta me
>> xingar
>> e me satanizar em forunzinhos mixurucas. Não dou a mínima!****
>>
>> A propósito do álcool: a venda é proibida para menores — embora aconteça.
>> O doutor, claro!, vai dizer que a questão não é concernente à droga
>> porque
>> o tráfico continuaria proibido. Entendo. Mas entendo também que um
>> policial
>> que flagrasse uma criança de 15 anos com droga "apenas para consumo",
>> dada
>> a descriminação, não teria o que fazer, não é? Não caberia nem mesmo
>> avisar
>> aos pais. Reitero! Essa gente acha que o Brasil é o Posto 9!****
>>
>> *Quem usa a droga é criminoso?**
>> PAULO GADELHA:* Nossa proposta vai justamente contra esta máxima. Antes
>> de mais nada é preciso encarar o problema das drogas como problema de
>> saúde
>> pública. Se a legislação continuar como está, o usuário ou dependente
>> dificilmente vai procurar um serviço de saúde para se tratar. O que estas
>> pessoas precisam é de tratamento e elas não querem e nem podem ser
>> confundidas ou rotuladas como criminosas.****
>>
>> Não sei como o repórter se prepara antes de uma entrevista, e Paulo
>> Gadelha, como a gente nota, não ajuda ou também não sabe. Sim, meu
>> valente
>> entrevistador! Quem usa droga é criminoso porque o consumo não foi
>> descriminado, não. Apenas não rende prisão. Por isso, à polícia cabe
>> reprimir também o consumo da droga em locais públicos. No dia em que não
>> for mais, aí é o vale-tudo. Quanto ao mais, dizer o quê? É mentira!
>> Ninguém
>> deixa de procurar tratamento porque consumir droga é crime! Qualquer
>> pessoa
>> que se apresente e se diga dependente químico em busca de reabilitação
>> não
>> sofrerá qualquer sanção penal. Não sei se por ignorância ou por má-fé, o
>> doutor está misturando alhos com bugalhos.****
>>
>> *O senhor procurou exemplos bem-sucedidos de outros países?**
>> PAULO GADELHA:* Sem dúvida. Hoje há uma consciência internacional de que
>> é preciso mudar. Estudos mostram que nos 21 países que resolveram
>> despenalizar o usuário, como Portugal, por exemplo, houve vários avanços
>> importantes. Não houve aumento do consumo, a população prisional reduziu,
>> os recursos para o aparato policial foram transferidos para outras áreas
>> e
>> os índices de saúde relacionados às drogas melhoraram sensivelmente.****
>>
>> Não é pergunta, mas levantada de bola na rede. E o doutor corta com outra
>> mentira escandalosa. Atenção! Em Portugal:
>> – houve aumento do consumo;
>> – houve aumento do tráfico;
>> – houve aumento de homicídios.
>> *Escrevi a respeito no
>> dia<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-especialista-as-mortes-em-sao-paulo-o-pcc-as-drogas-e-as-tolices-sobre-a-descriminacao-em-portugal-ou-continuo-a-aguardar-as-explicacoes-e-os-numeros-do-especialista/>
>> * 28 de julho. Reproduzo um trecho.****
>>
>> Houve um aumento de 53,8 % no número de pessoas que experimentaram drogas
>> ao menos uma vez: de 7,8% para 12% . Em Portugal, existe o IDP (Instituto
>> de Drogas e de Toxicodependência). Lá como cá, os defensores fanáticos da
>> descriminação tendem a ignorar a realidade. Caso se leiam as entrevistas
>> de
>> seus diretores, seremos informados de que o sucesso é retumbante. É???
>> Vejam estes dados do próprio IDP. As drogas foram descriminadas em 2001.
>> Reparem no que aconteceu nos anos seguintes. Mais: a taxa de homicídios
>> por
>> 100 mil habitantes em 2003 (1,43 por 100 mil habitantes) cresceu 43% em
>> relação a 2001, ano da descriminação (1,02 por 100 mil). Em 2010, ficou
>> em
>> 1,26 (crescimento de 24% em relação a 2001). Os homicídios relacionados
>> às
>> drogas cresceram 40%.****
>>
>>
>> <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e/attachment/drogas-portugal-apreensoes-3/>
>> <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e/attachment/drogas-portugal-apreensoes-2/>
>> ****
>>
>> *
>> <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e/attachment/drogas-portugal-infratores-2/>
>> *****
>>
>> Não obstante, o sucesso da política do país é alardeado pelos tais
>> fanáticos dentro e fora dos domínios portugueses. Ainda que fosse verdade
>> (não é, como se vê), note-se:* **Portugal é menor do que Pernambuco e tem
>> uma população INFERIOR À DA CIDADE DE SÃO PAULO.* Quando as drogas foram
>> descriminadas por lá, reitero, a taxa de homicídios era de 1,02 por 100
>> mil. E cresceu 24% ao longo de 9 anos. A do Brasil é quase VINTE E QUATRO
>> VEZES MAIOR HOJE! Ah, sim: Portugal não é rota preferencial do tráfico. O
>> Brasil é.****
>>
>> Observem o que aconteceu com a apreensão de drogas nos anos subsequentes.
>> A parte continental do país, com o mar a oeste e ao sul, tem uma costa de
>> 1.230 km apenas; ao norte e ao leste, um único vizinho: a Espanha.
>> Banânia
>> tem 9.230 km de Litoral a serem vigiados e faz fronteira com nove países.
>> Quatro deles são produtores de coca: Colômbia, Venezuela, Peru e Bolívia.
>> O
>> Paraguai é um grande exportador de maconha. Mas o especialista Abramovay
>> acredita que Portugal pode servir de exemplo a um gigante com as
>> características do Brasil, com uma população 18 vezes maior, num quadro
>> de
>> brutal desigualdade, desaparelhamento da polícia, fronteiras
>> desguarnecidas… Pior não é dizer o que diz; pior é lhe darem trela.****
>>
>> *E qual a importância da sociedade nesse debate?**
>> PAULO GADELHA:* O mais importante do processo é o debate público. Uma
>> mudança desta natureza só acontece se toda a sociedade participar. A
>> questão da AIDS, por exemplo, só foi possível porque houve um programa de
>> enfrentamento e iniciativas de discutir tudo o que envolvia a doença:
>> religião, diversidade sexual, uso de camisinha, liberdade sexual. A
>> sociedade inteira foi mobilizada para permitir ações eficazes. Queremos
>> algo semelhante. Se a questão das drogas continuar a ser abordada e
>> carregada de muito preconceito não haverá regressão nem de consumo, nem
>> de
>> tráfico, nem de violência e, sim, haverá aumento de sofrimento.****
>>
>> A associação é cretina, estúpida, indevida, intelectualmente vigarista.
>> No
>> caso da Aids, tratava-se de sugerir às pessoas menos exposição ao risco —
>> é
>> isso o que significa a camisinha. A descriminação do consumo de drogas
>> significa exatamente o contrário: maior exposição ao risco.****
>>
>> *Quais serão os próximos passos da comissão?**
>> PAULO GADELHA:* Vamos começar um debate junto ao pessoal da educação e
>> tentar angariar apoio de formadores de opinião. Nesse ponto, a mídia será
>> fundamental. Nossa proposta em nenhum momento propõe o incentivo ao uso e
>> muito menos à legalização. Nossa proposta é para despenalizar
>> criminalmente
>> o usuário.****
>>
>> É isso aí. É uma campanha feita pelos bacanas. Se o país enfrenta já o
>> flagelo do crack mesmo havendo uma interdição ao consumo, imaginem o que
>> vai acontecer quando não houver mais. O doutor também quer revolucionar a
>> lei da oferta e da procura. Pretende aumentar brutalmente a demanda, mas
>> supõe que não haverá elevação do suprimento. Ele é membro da tal Comissão
>> Brasileira Sobre Droga e Democracia. *Aqui estão os
>> integrantes<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-o-brasil-nao-e-o-posto-9-de-ipanema-senhores-do-e-preciso-mudar-ou-campanha-tem-de-deixar-claro-o-que-pretende-e-de-parar-de-enganar-os-telespec/>
>> * do grupo. Foram eles que levaram ao ar aquela propaganda "É preciso
>> mudar", pedindo uma nova lei — na verdade, defendiam a descriminação, mas
>> não deixaram isso claro ao telespectador.****
>>
>> O orientador da turma é Pedro Abramovay, que já foi Secretário Nacional
>> de
>> Justiça. Foi chutado por Dilma quando estava prestes a assumir a
>> secretaria
>> responsável pelo combate às drogas. É autor, embora negue, da tese de que
>> também os "pequenos traficantes" devem ficar soltos. É considerado gênio
>> por alguns. Transita com desenvoltura entre petistas e entre tucanos que
>> só
>> não são petistas porque não podem, não porque, no fundo, não quisessem.
>> Abramovay é mesmo um portento. Não faz tempo, em entrevista ao Globo,
>> atribuiu a queda de homicídios em São Paulo ao PCC… Prêmio Nobel da Paz
>> para o PCC!****
>>
>> Eis as mentalidades que estão por trás de campanhas nessa natureza.****
>>
>> Podem babar à vontade em seus respectivos fóruns. Eu os acuso de:
>> – ignorar a lógica quando pensam;
>> – ignorar os fatos quando fazem propostas;
>> – mentir de forma descarada quando se referem a Portugal como exemplo
>> bem-sucedido de política de drogas.****
>>
>> Podem fazer vodu ideológico com a minha foto entre um relaxamento e
>> outro.
>> Não ligo. Mas tentem ao menos argumentar na vertical e com sobriedade!
>> Quero fatos e lógica, e não "preconceituosos do bem".****
>>
>> *PS – Se eu fosse do PCC, do Comando Vermelho ou do Amigos dos Amigos,
>> mobilizaria minhas franjas para apoiar essa proposta. O QUE PODE HAVER DE
>> MELHOR PARA O CRIME ORGANIZADO DO QUE DESCRIMINAÇÃO DO CONSUMO E
>> PROIBIÇÃO
>> DO TRÁFICO? É o paraíso na terra. E tudo isso no Brasil, um país que faz
>> fronteira com quatro altos produtores de droga e que é rota do tráfico
>> internacional. Marcola e Fernandinho Beira-Mar já aderiram.*****
>> Texto publicado originalmente às 20h24 desta sexta****
>>
>> *Por Reinaldo Azevedo* ****
>>
>> *Tags:* *descriminação das
>> drogas*<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/descriminacao-das-drogas/>
>> , *drogas* <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/drogas/>****
>>
>> [image:
>> Share]<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e/>
>> ****<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e/>
>>
>> *Share on
>> Tumblr*<http://www.tumblr.com/share/link?url=http%3A%2F%2Fveja.abril.com.br%2Fblog%2Freinaldo%2Fgeral%2Fdrogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e%2F&name=Drogas%3A+Desconstruindo%2C+com+impiedade%2C+o+pensamento+infantil+do+doutor+Gadelha%2C+um+figur%C3%A3o+da+Funda%C3%A7%C3%A3o+Oswaldo+Cruz.+Ou%3A+Cuidado%2C+senhores+parlamentares%21+Querem+transform%C3%A1-los+em+%26%238220%3Bvapores%26%238221%3B+do+PCC+e+do+Comando+Vermelho&description=Decidi+manter+este+post+no+alto.+Abaixo+dele%2C+h%C3%A1+textos+escritos+na+madrugada.+O+pessoal+que+quer+descriminar+as+drogas+afirma+que+gosta+do+debate.+Eu+tamb%C3%A9m+gosto.+Ent%C3%A3o+vamos+colaborar.+Espalhem+este+texto+para+animar+a+conversa.+Est%C3%A1+em+curso+uma+campanha+nacional+pela+descrimina%C3%A7%C3%A3o+do+uso+de+drogas.+%C3%80+frente+dela%2C+os+bacanas+%5B...%5D>
>> ****
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>>
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e uma respostinha tão pequena. O Reinaldo Azevedo também criou o termo
"esquerdopata" pra gente como ele.
Mas a ideia que você apresenta é muito boa. Só uma coisa: essa da
descriminalização do consumo de drogas não deve ser só coisa de dono
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isso nem seria discutido. É mais coisa de playboy viciado, favelado
viciado e familiar desta turma.
Beijos
Abigail
Em 25/08/12, marcos ferreira pinto
basto<marcospintobasto@superig.com.br> escreveu:
> *Para combater as drogas, só punindo severamente os traficantes de todos os
> níveis e submeter usuários a tratamento de desintoxicação obrigatório, na
> recusa e*
> *recaída serão punidos. As discussões em torno do assunto são sempre
> tumultuadas por indivíduos que representam muito sigilosamente os grandes
> beneficiários *
> *do tráfico de drogas. As leis para punir o tráfico e usuários têm que ser
> determinadas por governo determinado a proteger nossa juventude e a saúde
> pública.*
> *O resto que se olha por aí, é conversa fiada para boi manso dormir com
> fome.*
> *Marcos Pinto Basto
> *
> Em 25 de agosto de 2012 12:19, Antonio Morales
> <antonio_morales@uol.com.br>escreveu:
>
>> *Outra vez esse sujeitinho? O pena paga do PSDB e sei lá de mais quem?
>> Conhecido Pitt Bull desse panfleto ordinário chamado de Veja?*
>>
>> * *
>>
>> *[image: Reinaldo_Azevedo_Serra02.jpg][image: vexame.jpg]***
>>
>> * *
>>
>> *De:* varleidisiuta@gmail.com [mailto:varleidisiuta@gmail.com]
>> *Enviada em:* sábado, 25 de agosto de 2012 11:55
>> 'Romeu Kerber'; 'Ronaldo Schlichting'; 'Reinaldo Azevedo'; 'Rede Globo';
>> 'Raymundo Araujo Filho Ray'; 'Rangel Cavalcante*';
>> s.o.passos@terra.com.br;
>> 'Zeca'; 'Chico Dolar*'; 'Deocleciana Avezzani'; 'Félix Silva'; 'Luiz
>> Solano'
>> *Assunto:* É O QUE FALTA NESTE PAÍS, PORQUE O ROUBO DO DINHEIRO PÚBLICO O
>> STF JÁ ESTÁ DESCRIMINALIZANDO****
>>
>> ** **
>>
>> 25/08/2012****
>>
>> às 6:09****
>> Drogas: Desconstruindo, com impiedade, o pensamento infantil do doutor
>> Gadelha, um figurão da Fundação Oswaldo Cruz. Ou: Cuidado, senhores
>> parlamentares! Querem transformá-los em "vapores" do PCC e do Comando
>> Vermelho<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e/>
>> ****
>>
>> *Decidi manter este post no alto. Abaixo dele, há textos escritos na
>> madrugada.*****
>>
>> *O pessoal que quer descriminar as drogas afirma que gosta do debate. Eu
>> também gosto. Então vamos colaborar. Espalhem este texto para animar a
>> conversa*.****
>>
>> Está em curso uma campanha nacional pela descriminação do uso de drogas.
>> À
>> frente dela, os bacanas de sempre. Acham que esse é um assunto que
>> concerne, digamos assim, às classes médias ilustradas. Quanto mais
>> distante
>> do debate ficar o povo, melhor. Os progressistas odeiam o povo
>> reacionário. O governo do Uruguai foi mais estúpido, porém mais honesto:
>> propôs logo de cara a estatização da maconha. Por aqui, tenta-se revestir
>> a
>> legalização branca de "descriminação do consumo". Frauda-se a lógica,
>> ignoram-se os fatos, mistifica-se.****
>>
>> Os sites e fóruns da turma "pró-descriminação" adoram me demonizar. Um
>> amigo com acesso a um desses debates fechados, que requerem senha, me
>> enviou alguns comentários que fazem por lá a meu respeito. Apareço como
>> uma
>> pessoa má. Só não são capazes de responder aos argumentos porque gostam
>> de
>> discutir o assunto entre os que concordam. É um jeito de fazer as
>> coisas.*
>> ***
>>
>> Um dos líderes da campanha é o médico Paulo Gadelha, presidente da
>> Fundação Oswaldo Cruz. Reproduzo em vermelho entrevista que ele concedeu
>> a
>> Márcio Allemand, no Globo Online. Houve um tempo em que entrevistar
>> alguém
>> compreendia buscar também eventuais contradições em seu pensamento. A
>> depender do tema, a nossa imprensa transforma uma entrevista num release
>> entremeado de perguntas. Leiam. Comento em azul.****
>>
>> À frente da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia (CBDD), que na
>> quarta-feira *entregou um anteprojeto de lei ao presidente da
>> Câmara*<http://oglobo.globo.com/pais/grupo-leva-camara-anteprojeto-para-descriminar-uso-de-drogas-5860744>,
>> deputado Marco Maia (PT-RS), propondo a descriminalização dos usuários de
>> drogas no país, está o médico Paulo Gadelha. Graduado em medicina pela
>> Universidade do Estado do Rio de Janeiro, tem mestrado em Medicina Social
>> e
>> doutorado em Saúde Pública, Gadelha ocupa a presidência da Fundação
>> Oswaldo
>> Cruz desde 2009. É lá que ele costuma se reunir para discutir questões a
>> respeito da legislação brasileira sobre drogas e garantir uma
>> diferenciação
>> mais clara entre usuários e traficantes. O anteprojeto entregue em
>> Brasília
>> já conta com mais de 100 mil assinaturas de apoio. Mas a expectativa de
>> Gadelha é que este número chegue a mais de um milhão em três meses.****
>>
>> *Qual o teor do anteprojeto entregue** **ao presidente da Câmara?**
>> **PAULO** **GADELHA**:* É centrado na visão de que o usuário não pode ser
>> considerado criminoso. Desde 2006 a lei garante que o usuário não seja
>> preso, mas é preciso diferenciar o que é um traficante do que é um
>> usuário.
>> Apesar de a lei dizer que o usuário não pode ser preso, ela não diz se
>> uma
>> pessoa que está portando 1 ou 100 gramas seja usuário ou traficante. Fica
>> a
>> cargo da autoridade policial decidir, criando insegurança para todos os
>> agentes envolvidos e uma enorme vulnerabilidade para os usuários.****
>>
>> Não sei onde este senhor estudou lógica elementar, mas não foi na
>> faculdade de medicina. Se ele cuidar de gente tão bem quanto cuida do
>> raciocínio, estamos feitos. É bem verdade que sua área é "medicina
>> social",
>> "saúde pública" (e cargo público). Parece que não precisa receitar nem
>> aspirina, o que é bom. Entendo que o doutor pretende que a lei estabeleça
>> quantidades para definir o que é o que não é tráfico. Aquele projeto
>> aloprado de reforma do Código Penal prevê que deixaria de ser tráfico
>> quem
>> portar o suficiente para cinco dias de consumo. Isso é quanto? Tomar-se-á
>> como média quantos cigarros de maconha, de que tamanho? Quantas carreiras
>> de cocaína? Quantas pedras de crack? Quantos comprimidos de ecstasy?****
>>
>> Gente que gosta de enfiar o pé na jaca (não estou dizendo que seja o caso
>> do doutor), especialmente os maconheiros, detesta precisão. Eu adoro.
>> Quero
>> saber. Quero também que o doutor Gadelha me explique por que, uma vez
>> definida a quantidade, os traficantes não fariam com que seus "vapores" —
>> os distribuidores da droga — passassem a portar, no máximo, a quantidade
>> permitida. Mais: Gadelha tem de me explicar outra coisa. Peguemos o
>> indivíduo X como exemplo, flagrado numa segunda-feira qualquer com uma
>> quantidade Y de droga para o seu consumo por Z dias. Como isso não é
>> crime,
>> não se lavra boletim de ocorrência, nada. Zero de documentação! Na terça,
>> o
>> mesmo indivíduo X é flagrado de novo com a mesma quantidade Y, e de novo
>> na
>> quarta, na quinta, na sexta… O nome disso, meu senhor, é legalização do
>> narcotráfico. É isso o que o senhor está propondo e ainda que não se deu
>> conta — ao menos espero que não.****
>>
>> Vejam lá… O doutor Gadelha está preocupado é com a "vulnerabilidade do
>> usuário"… Huuumm… Mais adiante, ele vai cobrar que a sociedade também lhe
>> dê tratamento — se ele quiser, é claro! Entendi! Um usuário precisa
>> consumir o que bem entender em segurança. Caso decida se tratar, isso
>> passa
>> a ser, então, um problema nosso. Se ele quiser puxar fumo, cheirar pó,
>> cachimbar um crack na pracinha em frente de sua casa, leitor, perto de
>> suas
>> crianças, você deve considerar que isso é um direito porque crime não é —
>> sendo só pra consumo e ele prometendo que não vai oferecer pra mais
>> ninguém, não podemos impedi-lo (com a lei atual, isso ao menos é
>> possível).
>> Mas, quando ele se cansar dessa vida, aí, então, avança no nosso bolso.
>> Aí
>> passa a ser problema nosso!****
>>
>> *O que mudou** **depois da lei** **que** **entrou** **em** **vigor** **em
>> 2006?**
>> **PAULO** **GADELHA:* Dobrou o número de prisões de supostos traficantes
>> por porte de drogas e aumentou a população prisional. Isso porque há em
>> nossa sociedade traços de discriminação e preconceito social e racial. No
>> caso de um dependente, o que ele está precisando é de ajuda e tratamento
>> de
>> saúde, e não ser penalizado com detenção. Ele acaba preso e sem
>> tratamento.
>> ****
>>
>> Essa resposta escandaliza a lógica, o bom senso, o pensamento matemático
>> e
>> a razão. Como é que uma lei que* **NÃO MANDA* para a cadeia os usuários
>> poderia estar na raiz do aumento da população prisional de consumidores?
>> É
>> um pensamento cretino, infantiloide, mágico. Mais: quem disse que o
>> "dependente precisa de ajuda e tratamento de saúde"? Precisa se ele
>> quiser!
>> Se não quiser, não! Se a droga é, nessa perspectiva, só uma doença,
>> acredito que o doutor não esteja pensando em tornar compulsório o
>> tratamento de drogados e diabéticos… O senhor entendeu ou tento agora com
>> desenho? Como o argumento é furado — e o repórter não lhe cobrou que
>> explicitasse a relação entre causa e efeito —, resta a velha e boa tecla
>> do
>> "preconceito". Houvesse uma categoria chamada "vergonha na cara
>> argumentativa", o doutor teria optado pelo descaramento: o que a questão
>> racial faz no meio desse imbróglio? O aumento da população prisional
>> rende
>> outro bom debate. Aumentou, sim! Em São Paulo, onde se costuma prender
>> bandido. Não por acaso, o índice de homicídios despencou quase 80% em 12
>> anos.****
>>
>> *Como a sociedade deveria lidar com isso?**
>> **PAULO GADELHA:* O álcool, por exemplo, que é considerado uma droga
>> lícita, também causa um sofrimento enorme e é responsável por 70% das
>> internações por dependência de drogas e por 90% da mortalidade.
>> Precisamos
>> educar a população. Nossa proposta no que se refere às drogas ilícitas é
>> para que haja um debate com a sociedade para que ela saiba lidar com o
>> problema. Atualmente a guerra contra as drogas tem como principal
>> bandeira
>> a repressão ao tráfico e ao usuário. Gastam uma fortuna e fracassam. O
>> consumo aumenta, aumenta a violência.****
>>
>> Jamais, nem que fosse o último médico, eu me consultoria com doutor
>> Gadelha! Se ele me mandar tomar a tal aspirina, bebo suco de laranja. Seu
>> pensamento frauda a lógica de uma maneira escandalosa. Está na Fundação
>> Oswaldo Cruz? Tomara que a burocracia por lá ande sozinha. É CLARO QUE O
>> ÁLCOOL RESPONDE PELO MAIOR NÚMERO DE OCORRÊNCIAS DE TUDO O QUE HÁ DE RUIM
>> EM MATÉRIA DE DROGA. O DOUTOR NÃO SABE POR QUÊ? EU SEI! PORQUE É LEGAL.
>> PORQUE SEU CONSUMO NÃO É COIBIDO. Quando a droga — só para consumo,
>> claro!
>> —, circular livremente, o que vai acontecer? Uma elevação do consumo e,
>> pois, dos casos a elas relacionados. Na sua lógica estupidamente
>> infantil,
>> o doutor diz que o aumento do consumo é fruto, ora vejam!, do combate ao
>> consumo. Por quê? Porque, se a lógica fosse um ser bípede, o doutor a
>> enfrentaria com quatro patas. Ele pensa assim: a) existe uma política de
>> repressão ao tráfico e ao consumo; b) houve aumento do consumo; c) logo,
>> aquela política é a responsável por isso; d) então por que não testar o
>> contrário, a saber: descriminar as drogas — e, pois, pôr fim a qualquer
>> interdição no consumo — para a gente diminuir… o consumo??? Um homem do
>> povo que pensasse desse modo não chegaria à idade adulta. Mas sabem como
>> é…
>> As classes médias protegem os seus rebentos… De novo, não adianta me
>> xingar
>> e me satanizar em forunzinhos mixurucas. Não dou a mínima!****
>>
>> A propósito do álcool: a venda é proibida para menores — embora aconteça.
>> O doutor, claro!, vai dizer que a questão não é concernente à droga
>> porque
>> o tráfico continuaria proibido. Entendo. Mas entendo também que um
>> policial
>> que flagrasse uma criança de 15 anos com droga "apenas para consumo",
>> dada
>> a descriminação, não teria o que fazer, não é? Não caberia nem mesmo
>> avisar
>> aos pais. Reitero! Essa gente acha que o Brasil é o Posto 9!****
>>
>> *Quem usa a droga é criminoso?**
>> PAULO GADELHA:* Nossa proposta vai justamente contra esta máxima. Antes
>> de mais nada é preciso encarar o problema das drogas como problema de
>> saúde
>> pública. Se a legislação continuar como está, o usuário ou dependente
>> dificilmente vai procurar um serviço de saúde para se tratar. O que estas
>> pessoas precisam é de tratamento e elas não querem e nem podem ser
>> confundidas ou rotuladas como criminosas.****
>>
>> Não sei como o repórter se prepara antes de uma entrevista, e Paulo
>> Gadelha, como a gente nota, não ajuda ou também não sabe. Sim, meu
>> valente
>> entrevistador! Quem usa droga é criminoso porque o consumo não foi
>> descriminado, não. Apenas não rende prisão. Por isso, à polícia cabe
>> reprimir também o consumo da droga em locais públicos. No dia em que não
>> for mais, aí é o vale-tudo. Quanto ao mais, dizer o quê? É mentira!
>> Ninguém
>> deixa de procurar tratamento porque consumir droga é crime! Qualquer
>> pessoa
>> que se apresente e se diga dependente químico em busca de reabilitação
>> não
>> sofrerá qualquer sanção penal. Não sei se por ignorância ou por má-fé, o
>> doutor está misturando alhos com bugalhos.****
>>
>> *O senhor procurou exemplos bem-sucedidos de outros países?**
>> PAULO GADELHA:* Sem dúvida. Hoje há uma consciência internacional de que
>> é preciso mudar. Estudos mostram que nos 21 países que resolveram
>> despenalizar o usuário, como Portugal, por exemplo, houve vários avanços
>> importantes. Não houve aumento do consumo, a população prisional reduziu,
>> os recursos para o aparato policial foram transferidos para outras áreas
>> e
>> os índices de saúde relacionados às drogas melhoraram sensivelmente.****
>>
>> Não é pergunta, mas levantada de bola na rede. E o doutor corta com outra
>> mentira escandalosa. Atenção! Em Portugal:
>> – houve aumento do consumo;
>> – houve aumento do tráfico;
>> – houve aumento de homicídios.
>> *Escrevi a respeito no
>> dia<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-especialista-as-mortes-em-sao-paulo-o-pcc-as-drogas-e-as-tolices-sobre-a-descriminacao-em-portugal-ou-continuo-a-aguardar-as-explicacoes-e-os-numeros-do-especialista/>
>> * 28 de julho. Reproduzo um trecho.****
>>
>> Houve um aumento de 53,8 % no número de pessoas que experimentaram drogas
>> ao menos uma vez: de 7,8% para 12% . Em Portugal, existe o IDP (Instituto
>> de Drogas e de Toxicodependência). Lá como cá, os defensores fanáticos da
>> descriminação tendem a ignorar a realidade. Caso se leiam as entrevistas
>> de
>> seus diretores, seremos informados de que o sucesso é retumbante. É???
>> Vejam estes dados do próprio IDP. As drogas foram descriminadas em 2001.
>> Reparem no que aconteceu nos anos seguintes. Mais: a taxa de homicídios
>> por
>> 100 mil habitantes em 2003 (1,43 por 100 mil habitantes) cresceu 43% em
>> relação a 2001, ano da descriminação (1,02 por 100 mil). Em 2010, ficou
>> em
>> 1,26 (crescimento de 24% em relação a 2001). Os homicídios relacionados
>> às
>> drogas cresceram 40%.****
>>
>>
>> <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e/attachment/drogas-portugal-apreensoes-3/>
>> <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e/attachment/drogas-portugal-apreensoes-2/>
>> ****
>>
>> *
>> <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e/attachment/drogas-portugal-infratores-2/>
>> *****
>>
>> Não obstante, o sucesso da política do país é alardeado pelos tais
>> fanáticos dentro e fora dos domínios portugueses. Ainda que fosse verdade
>> (não é, como se vê), note-se:* **Portugal é menor do que Pernambuco e tem
>> uma população INFERIOR À DA CIDADE DE SÃO PAULO.* Quando as drogas foram
>> descriminadas por lá, reitero, a taxa de homicídios era de 1,02 por 100
>> mil. E cresceu 24% ao longo de 9 anos. A do Brasil é quase VINTE E QUATRO
>> VEZES MAIOR HOJE! Ah, sim: Portugal não é rota preferencial do tráfico. O
>> Brasil é.****
>>
>> Observem o que aconteceu com a apreensão de drogas nos anos subsequentes.
>> A parte continental do país, com o mar a oeste e ao sul, tem uma costa de
>> 1.230 km apenas; ao norte e ao leste, um único vizinho: a Espanha.
>> Banânia
>> tem 9.230 km de Litoral a serem vigiados e faz fronteira com nove países.
>> Quatro deles são produtores de coca: Colômbia, Venezuela, Peru e Bolívia.
>> O
>> Paraguai é um grande exportador de maconha. Mas o especialista Abramovay
>> acredita que Portugal pode servir de exemplo a um gigante com as
>> características do Brasil, com uma população 18 vezes maior, num quadro
>> de
>> brutal desigualdade, desaparelhamento da polícia, fronteiras
>> desguarnecidas… Pior não é dizer o que diz; pior é lhe darem trela.****
>>
>> *E qual a importância da sociedade nesse debate?**
>> PAULO GADELHA:* O mais importante do processo é o debate público. Uma
>> mudança desta natureza só acontece se toda a sociedade participar. A
>> questão da AIDS, por exemplo, só foi possível porque houve um programa de
>> enfrentamento e iniciativas de discutir tudo o que envolvia a doença:
>> religião, diversidade sexual, uso de camisinha, liberdade sexual. A
>> sociedade inteira foi mobilizada para permitir ações eficazes. Queremos
>> algo semelhante. Se a questão das drogas continuar a ser abordada e
>> carregada de muito preconceito não haverá regressão nem de consumo, nem
>> de
>> tráfico, nem de violência e, sim, haverá aumento de sofrimento.****
>>
>> A associação é cretina, estúpida, indevida, intelectualmente vigarista.
>> No
>> caso da Aids, tratava-se de sugerir às pessoas menos exposição ao risco —
>> é
>> isso o que significa a camisinha. A descriminação do consumo de drogas
>> significa exatamente o contrário: maior exposição ao risco.****
>>
>> *Quais serão os próximos passos da comissão?**
>> PAULO GADELHA:* Vamos começar um debate junto ao pessoal da educação e
>> tentar angariar apoio de formadores de opinião. Nesse ponto, a mídia será
>> fundamental. Nossa proposta em nenhum momento propõe o incentivo ao uso e
>> muito menos à legalização. Nossa proposta é para despenalizar
>> criminalmente
>> o usuário.****
>>
>> É isso aí. É uma campanha feita pelos bacanas. Se o país enfrenta já o
>> flagelo do crack mesmo havendo uma interdição ao consumo, imaginem o que
>> vai acontecer quando não houver mais. O doutor também quer revolucionar a
>> lei da oferta e da procura. Pretende aumentar brutalmente a demanda, mas
>> supõe que não haverá elevação do suprimento. Ele é membro da tal Comissão
>> Brasileira Sobre Droga e Democracia. *Aqui estão os
>> integrantes<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-o-brasil-nao-e-o-posto-9-de-ipanema-senhores-do-e-preciso-mudar-ou-campanha-tem-de-deixar-claro-o-que-pretende-e-de-parar-de-enganar-os-telespec/>
>> * do grupo. Foram eles que levaram ao ar aquela propaganda "É preciso
>> mudar", pedindo uma nova lei — na verdade, defendiam a descriminação, mas
>> não deixaram isso claro ao telespectador.****
>>
>> O orientador da turma é Pedro Abramovay, que já foi Secretário Nacional
>> de
>> Justiça. Foi chutado por Dilma quando estava prestes a assumir a
>> secretaria
>> responsável pelo combate às drogas. É autor, embora negue, da tese de que
>> também os "pequenos traficantes" devem ficar soltos. É considerado gênio
>> por alguns. Transita com desenvoltura entre petistas e entre tucanos que
>> só
>> não são petistas porque não podem, não porque, no fundo, não quisessem.
>> Abramovay é mesmo um portento. Não faz tempo, em entrevista ao Globo,
>> atribuiu a queda de homicídios em São Paulo ao PCC… Prêmio Nobel da Paz
>> para o PCC!****
>>
>> Eis as mentalidades que estão por trás de campanhas nessa natureza.****
>>
>> Podem babar à vontade em seus respectivos fóruns. Eu os acuso de:
>> – ignorar a lógica quando pensam;
>> – ignorar os fatos quando fazem propostas;
>> – mentir de forma descarada quando se referem a Portugal como exemplo
>> bem-sucedido de política de drogas.****
>>
>> Podem fazer vodu ideológico com a minha foto entre um relaxamento e
>> outro.
>> Não ligo. Mas tentem ao menos argumentar na vertical e com sobriedade!
>> Quero fatos e lógica, e não "preconceituosos do bem".****
>>
>> *PS – Se eu fosse do PCC, do Comando Vermelho ou do Amigos dos Amigos,
>> mobilizaria minhas franjas para apoiar essa proposta. O QUE PODE HAVER DE
>> MELHOR PARA O CRIME ORGANIZADO DO QUE DESCRIMINAÇÃO DO CONSUMO E
>> PROIBIÇÃO
>> DO TRÁFICO? É o paraíso na terra. E tudo isso no Brasil, um país que faz
>> fronteira com quatro altos produtores de droga e que é rota do tráfico
>> internacional. Marcola e Fernandinho Beira-Mar já aderiram.*****
>> Texto publicado originalmente às 20h24 desta sexta****
>>
>> *Por Reinaldo Azevedo* ****
>>
>> *Tags:* *descriminação das
>> drogas*<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/descriminacao-das-drogas/>
>> , *drogas* <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/drogas/>****
>>
>> [image:
>> Share]<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e/>
>> ****<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/drogas-desconstruindo-com-impiedade-o-pensamento-infantil-do-doutor-gadelha-um-figurao-da-fundacao-oswaldo-cruz-ou-cuidado-senhores-parlamentares-querem-transforma-los-em-vapores-do-pcc-e/>
>>
>> *Share on
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>> ****
>>
>> ****
>>
>>
>> <http://ads.abril.com.br/RealMedia/ads/click_lx.ads/varejo/veja/L11/593228496/Right1/ed_abril_varejo/100730_assinatu_veja_ros_rig1/100730_assinatu_aventh_ros_top.html/765342306c552f3036335141436d7832>
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