Re: [sbis_l] Mercado de trabalho para TI em Saúde explode (.... mas nos EUA)

quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Sabbatini,

A criação do Conselho de TI, pode não ser boa para você que tem formação em outras áreas e para outros colegas com outras formações, mas para o Profissional de TI com formação na Área isso é muito bom, para os profissionais de outros segmentos não é bom.
Com a criação do conselho os profissionais que não tem formação especifica, terá que comprovar a prática para o registo no Conselho de TI, ninguém é obrigado. Quem quiser ter seu registro profissional que se registre, quem quiser atuar no segmento de TI sem registro que atue como Consultor, com o conselho criado em determinadas áreas só poderão atuar os profissionais registrados, como ocorrem nos outros conselhos profissionais. Isso para o profissional de TI é muito bom? 
Para a SBIS fazer a certificação do PEP junto com CFM, também é bom?
A César o que é de César, acho que o Profissional de TI e tem que ser respeitado, por que o CIO de uma empresa pode ser um administrador ou engenheiro? Atuar como Advogado. Médico ou Engenheiro, precisa ter registro, e para atuar na TI pode ser qualquer um? 
Por isso que é essa bagunça, fraude em sistemas, projetos de informatização que não terminam nunca, é ninguém é punido, para mim todo sistema de informática que quer ser comercializado tem que ter um  Responsável Técnico com registro no Conselho, e toda empresa que utilize Sistemas deveria ter seu responsável técnico junto ao Conselho. Ter um Conselho não é um impedimento de exercer a profissão, criar regras, direitos e deveres do profissional. E punir tirando o registro de quem fez besteria.
Com relação a salário não é o conselho e nem o sindicato que ajuda, isso é a lei de oferta e procura.
A SBIS não apoia a criação do Conselho de TI e não vai apoiar mesmo, como você mesmo disse a informatica em saúde brasileira é formada em grande parte por profissionais de outras áreas, com a criação do conselho, os profissionais de outras áreas vão continuar atuando mas dando consultoria com o seu conhecimento específico dentro da sua área de atuação, mas não como Profissional de TI.

Te respeito e admiro seu currículo e formação, como as de outros colegas de outras áreas que atuam no segmento de Informática, mas não existiria a Informática como conhecimento sem que existam Profissionais de TI dedicados no seu estudo e especialização.

Sds,

Júlio de Moraes Jr.
Analista de Sistemas

Em quarta-feira, 26 de setembro de 2012 10h38min14s UTC-3, Renato Sabbatini escreveu:
>Esta situação apenas comprova a real necessidade de existir um Conselho de TI para organizar a "bagunça". Qual a posição da SBIS perante esta real necessidade?

Absolutamente não é uma real necessidade!

A idéia de um outro conselho federal, conselhos regionais, conselheiros, sedes suntuosas, carros de luxo, gastos enormes, todos financiados por VOCÊ,  não tem nada a ver com garantir salário. É ingenuidade achar que um conselho profissional vai dar um jeito na atual situação.

Veja as outras profissões, também mal pagas, que têm conselho. Garantiram um salário mínimo profissional?
Não, são os sindicatos que fazem isso, meu caro. Não devemos confundir as coisas.

Sabe para que os conselhos servem? Para te ferrar, fazendo julgamentos de profissionais que infringiram a ética da profissão, que não existe, e seria dificilimo de fazer, pois informática é uma profissão aplicada, que tem que respeitar a ética de cada área onde ela se aplica (caso da medicina, por exemplo, veja o nosso Código de Ética no site da SBIS).  O código de ética da informática teria 400 páginas, e todo mundo seria processado o tempo todo, ao infringir as suas milhares de regras absurdas e sempre defasadas em relação ao desenvolvimento da área. Um prato cheio para o conselho.

Querer um conselho na área é pior que dar um tiro de metralhadora no pé. Conselho profissional cheira a reserva de mercado em informática, o que seria altamente prejudicial para a economia, por exemplo.

Eu acho que a SBIS vai ser sempre radicalmente contra a idéia de regulamentar a profissão de informática. e. principalmente, criar um conselho federal.

E sabe porque? Uma porcentagem enorme dos grandes profissionais da informática em saúde brasileira são formados em outras áreas. Eu mesmo: minha formação ocorreu na área biomédica, e o único cursinho que fiz na vida em informática foi um de três dias, de FORTRAN, en 1970. Agora, olhe meu curriculo (www.renato.sabbatini.com): a existência desse Conselho serviria unicamente para me impedir de exercer essa atividade (informática não é uma profissão, em si, é uma área do conhecimento)!

E assim seria para todos os ex-presidentes da SBIS, só para dar um exemplo: o Dr. Cláudio Giulliano (médico), Dra. Heimar Marin (enfermeira), Dra. Beatriz Leão (médica), Dr. Lincoln A. Moura Jr. (engenheiro eletricista, presidente eleito da IMIA, a federação internacional de informática médica), Dr. Umberto Tachinardi (médico), Dra. Mariza Kluck (médica), Dr. Daniel Sigulem (médico), todos eles líderes acadêmicos e/ou mercado, grandes pesquisadores, desenvolvedores e professores de informática em saúde e que criaram a SBIS e construiram boa parte do que o setor é hoje.

Não te parece óbvio que o teu pleito não vai encontrar guarida no seio da SBIS?

Os profissionais de informática em saúde se originam de dezenas de áreas profissionais que não têm nada a ver com informática, por isso que temos a necessidade de ter um certificado profissional que ateste competência, e não sua origem! Isso, sim é o óbvio ululante.

A triste verdade é que se a profissão de informática fosse regulamentada ela seria mediocrizada, e passaria a ser um grande obstáculo para o progresso do setor, pois todo mundo estaria atrás de salários maiores e proteção dos seus empregos, e não no progresso da área, que foi o que deu o teu emprego atual e para milhares de técnicos e programadores, em última análise!

Quanto ao cpTICS, queremos que ele tenha o status de um cpHIMS no Brasil. Veja as ofertas de emprego em TI em saúde nos EUA: a maioria EXIGE o cpHIMS!

Quem escreveu aqui na lista que não pretende investir no certificado sofre de uma cegueira incompreensível em relação ao futuro, e poderá estar colocando sua empregabilidade em risco, como já acontece com gerentes de projeto que não tiraram o certificado PMI.

Não é que você vá aumentar o seu salário tendo o cpTICS. Se ele vier a ser valorizado pelo mercado de trabalho em TI em saúde, vai perder empregabilidade quem não o tiver. Simples assim. Nada a ver com salário. Tem a ver com valorização e com atestado de competência, e com reconhecimento público.

Portanto, nós da SBIS faremos de tudo para promover o reconhecimento do certificado, fazendo convênios com as empresas do mercado que precisam e contratam esse tipo de profissional. Queremos que elas passem a exigir o cpTICS nas ofertas de emprego.

De novo: nada a ver com salário. Isso depende de outros fatores, como falei no meu post anterior.


Abraços cordiais
Renato M.E. Sabbatini
Diretor de Educação. SBIS



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