[sbis_l] Profissionais de TI para a saúde está longe de ser resolvido, izem especialistas

domingo, 16 de setembro de 2012
Colegas,

Do meu ponto de vista, construído pela experiência da minha prática
profissionai, entendo que o mercado de Informática em Saúde, e-Saúde, ou
eHealth, se encontra em ebulição, usando uma metáfora simples, para
dizer que há muita agitação molecular, porém sem mudança de temperatura,
o que só vai acontecer após a mudança de fase...

A atividade de saúde pode se beneficiar muito da e-Saúde o que é
razoavelmente evidente se observamos o que acontece em outros setores,
como o bancário e a aviação civil, por exemplo. No entanto, a Saúde é
muito mais complexa do que outras áreas. Tanto assim, que a concepção de
sistemas de informação em Saúde com BOM conteúdo clinico - atividade-fim
- é bastante nova. Os sistemas de informação em saúde tiveram, por
muitos anos, foco em atividades-meio da saúde, como faturamento e gestão
de materiais.

Até onde entendo os comentários feitos neste fórum estão corretos e
formam um diagnóstico:

1. A e-Saúde é uma área intrinsecamente multidisciplinar. É necessário
um mix de conhecimentos, práticas, experiências e atitudes para
entendê-la e trazer soluções adequadas para as suas necessidades;

2. De uma forma geral, os potenciais clientes de serviços de TI em
Saúde, acham que o tema é simples e que profissionais de TI, em geral,
podem atender suas demandas. Tanto assim que alguns hospitais de
peimeira linha têm CIOs que literalmente desconhecem a área;

3. São poucos os profissionais de TI em Saúde, hoje, que conseguem
navegar com fluência nas áreas de atenção à Saúde, gestão de sistemas de
saúde e gestão e/ou uso de tecnologia.

4. O mercado brasiliero de saúde é muito fragmentado e diverso. São
cerca de 7.000 hospitais, 1.000 operadoras de planos de saúde e 5.600
municipios, que pouco compartilham em termos de infraestrutura, sistemas
e modelos de informação.

Este cenário não é exclusivamente brasileiro, longe disso, Apenas em
2011 a especialização em Informática Clinica foi reconhecida pela
American Medical Association. Os EUA são o ÚNICO país do mundo que tem
este reconhecimento. Os europeus se mobilizam agora para consegui-lo e a
SBIS vem se mobilizando há décadas, sem sucesso, ainda.

O cenário acima é ao mesmo tempo uma grande decepção e uma grande
oportunidade. O termo "massa crítica" se aplica muito bem à nossa
situação. Ainda falta massa crítica de formadores de opinião, decisores
públicos e privados, compradores, profissionais e usuários que entendam
AO MESMO TEMPO o potencial e a complexidade da e-Saúde.

O proTICS deve ser um passo fundamental para o aumento da massa crítica,
em 3 a 6 anos. Não pelo processo de certificação em si, mas pela
preocupação com as COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS que o profissional de TI em
Saúde deve ter. Acredito muito no proTICS como um, entre outros fatores,
de melhoria do mercado para todos os atores da saúde pública e privada.

Quem teve a chance de ler o documento de competências essenciais do
proTICS viu como elas são diferentes do que nós, profissionais de Saúde
em TI, praticamos e deve ter percebido o potencial de mudança se aqueles
conceitos forem colocados em prática.

Aliás, aproveitando o email, seria muito bom se houvesse mais
comentários sobre os documentos do proTICS, através do site da SBIS. A
falta de comentários dá a impressão de que os documentos foram lidos por
poucos. Estou certo de que o público que frequenta este fórum tem grande
contribuição a dar. O material é extendo, mas é bastante elaborado e
merece ser lido e criticado.

Lincoln
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