Fernanda Odilla
A presidente Dilma Rousseff comparou na noite dessa quarta-feira (30) o holocausto aos 300 anos de escravidão e à ditadura no Brasil, como difíceis períodos na história de uma nação.
Ela afirmou ainda que negar a existência do holocausto é o mesmo que repeti-lo.
"Essa presença aqui tem um significado especial porque o Brasil também passou por períodos difíceis na sua história. Nós não podemos, por exemplo, esquecer os 300 anos de escravidão da população negra ou os anos de ditadura que nós tivemos de enfrentar", disse a presidente durante cerimônia em homenagem às vítimas do nazismo, realizada nesta quarta num hotel da capital federal.
O evento foi transferido depois que o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal vistoriou e vetou a sede da Ordem dos Advogados do Brasil, que inicialmente abrigaria o evento. De acordo com os bombeiros, o local não oferecia condições mínimas de segurança contra incêndio e pânico.
Dilma acendeu uma das seis velas em homenagem aos seis milhões de judeus mortos pelo regime nazista.
A cerimônia do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, promovido pela Confederação Israelita do Brasil, homenageou dois brasileiros que trabalhavam no corpo diplomático e ajudaram a salvar judeus emitindo vistos para que fugissem ao Brasil. São eles Souza Dantas, embaixador brasileiro na França, e Aracy Guimarães Rosa, funcionária do consulado em Hamburgo.
Ambos contrariaram ordens expressa do então presidente Getúlio Vargas para não conceder vistos. "Eles tiveram a coragem de enfrentar um grande risco", disse a presidente.
No evento, foi lida mensagem de Shimon Peres, presidente de Israel, que desejou completo e pronto reestabelecimento às vítimas do incêndio em Santa Maria (RS). "Fiquei consternado e profundamente triste com a terrível tragédia que golpeou o Brasil", diz trecho da mensagem de Peres.
"Um conservador é um homem muito covarde para lutar e muito gordo para correr."
Elbert Hubbard
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