Ultimamente, discute-se muito sobre a violência nas escolas e o papel do educador diante dessa problemática.
Viemos de um passado violento, cujo regime autoritário e ditador nos mutilaram em todos os aspectos sociais e depois de conquistada a democracia, ainda assim, a sociedade privilegia alguns e outros não e essa desigualdade e individualismo fazem prevalecer a lei do mais forte e a cultura de levar vantagem em tudo. Esse comportamento, tem gerado intolerância e violência.
As brincadeiras, programas infantis, futebol, noticiários, tudo nos meios de comunicação mostram atos de violência da sociedade em geral.
Dentro desse contexto e com a ausência dos pais que saem para trabalhar, salvo ainda os que levam a violência dentro dos lares num cotidiano que invade os direitos e proteção às crianças que a família teria como obrigação preservar.
Reflete nas escolas essa deseducação e desrespeito que, infelizmente, o educador não está preparado para controlar e lidar com essa indisciplina que se instalou dentro das salas de aulas e então munidos de autoritarismo, medem forças com essa violência tratando-os com rispidez como se eles, detentores do poder, pudessem ter atitudes desrespeitosas e constrangedoras para com seus alunos.
O corporativismo que há entre eles, permite que abandonem suas obrigações para apenas cumprirem presença e, ao invés de empenharem-se para o desenvolvimento de dinâmicas que promovam um melhor entrosamento entre os envolvidos nesse processo que é o da aprendizagem, respeitando a insatisfação deles e assumindo o papel de professor através do diálogo, usando a palavra, sua ferramenta de trabalho, envolvendo também nos projetos educativos, a família e a comunidade.
Desgastado pela própria condição atual do ensino onde o Estado, incessantemente, vem alterando o currículo escolar mas, sem acompanhamento de sua eficácia, inclinando-se a dados estatísticos que somente demonstra o número de alunos que saem das escolas mas sem a preocupação da formação de caráter, mudanças de hábitos e valores.
A escola tem reproduzido um modelo onde o professor, pela falta do cumprimento das leis, falta de condições materiais e os baixos salários por parte do governo, vem corrompendo seus valores éticos e morais. Para mudar esse quadro, a relação entre o professor, aluno, gestores, família e comunidades devem ter entrosamento para que, fortalecidos pela união e através da solidariedade, contribuam com o avanço da democracia.
Como sair desse ciclo que há tempos vem colocando as crianças, jovens e suas famílias, na humilhante condição de vítimas.
A escola que é um importante espaço onde esse círculo vicioso deveria ser quebrado, no qual o papel do educador é chamar o aluno para si exercendo nele seu dever, lutando para que seja assegurado a ele, seu direito constitucional que é o de aprender, reparando-o da exclusão social.
O fracasso escolar, embora resultante de uma grande parcela de culpa do próprio Estado, causado pela corrupção, falta de interesse por escolas mais atualizadas, práticas de atividades educativas e incentivo ao corpo docente e discente, proporcionando a todos os envolvidos, uma melhor capacitação.
Pela falta de comprometimento de tirar o aluno da resignação e apatia e motivá-los a indignação perante a violência que é exercida sobre ele, pelo descaso de dar aos jovens, o poder de raciocinar para que saibam escolher e discernir, sentirem a diferença entre força bruta e gentileza e fazê-los enxergarem que, embora exija dele próprio um maior esforço, isso o tornará capaz de pensar e falar.
Enquanto o ensino atuar nesse processo de exclusão que faz com que a maioria da juventude não tenha participação política, econômica, social, cultural e pela falta de acesso a verdadeira educação, seguirão ...
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