Aumento do rendimento familiar é acompanhado da queda no número de jovens que buscam trabalho Apesar do esfriamento da economia, indústria optou por segurar funcionários; serviços puxaram contratações O mercado de trabalho não refletiu no ano passado o fraco crescimento econômico: o desemprego foi o mais baixo desde 2003, início da atual série histórica, e a renda do trabalhador cresceu no maior ritmo desde 2004, disse o IBGE. O descompasso resulta do alto custo de demissões e da escassez de mão de obra em alguns setores, o que fez empresários segurarem trabalhadores e aceitarem pagar melhores salários. É reflexo ainda do crescimento maior do PIB em atividades que ocupam mais pessoas, como comércio e serviços, dizem analistas. Nesse cenário, a taxa média de desemprego ficou em 5,5% em 2012, a menor desde 2003, primeiro ano fechado da nova metodologia -o que impede que se faça comparações com levantamentos anteriores. Em dezembro, o desemprego ficou em 4,6%, a mais baixa taxa mensal já registrada. Em dezembro, porém, tradicionalmente menos pessoas procuram trabalho, por causa das festas de fim de ano, reduzindo a taxa. É esperada uma alta para este mês. Já o rendimento subiu 4,1%, o melhor desempenho da série, graças também ao forte reajuste do salário mínimo, segundo especialistas. A alta do rendimento também está por trás da redução da taxa de desemprego. É que as famílias passaram a ganhar mais nos últimos anos, o que fez com que jovens e aqueles que não chefiam os lares possam optar por não procurar emprego e estudar ou cuidar da casa. "Há uma queda na participação dos jovens no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que aumenta a escolaridade dessa faixa", diz Gabriel Ulyssea, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). PLENO EMPREGO Para Ulyssea, o "mercado de trabalho está muito aquecido e perto de uma situação de pleno emprego", o que pode ser um "gargalo" para a recuperação da economia por causa da falta de mão de obra. As previsões apontam crescimento de 3%, acima do 1% estimado para 2012. Já Cimar Azeredo Pereira, do IBGE, não vê cenário de pleno emprego em razão da ainda alta informalidade e das diferenças regionais. Tal condição é alcançada quando a taxa se aproxima de 5%, segundo a teoria econômica. Pereira concorda, porém, que os dados mostram aquecimento e menor oferta de empregados. O único sinal de possível reflexo da crise, diz, é o crescimento menor do emprego com carteira assinada. |
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Elbert Hubbard
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