Amanhã, às 8h30, um acontecimento excepcional ocorrerá no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília: um torturador da ditadura militar será, finalmente, exposto ao público.
O coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-CODI de São Paulo nos anos 1970, gostava de torturar mulheres e, nos fins de semana, levar as próprias filhas para brincar com elas, dentro das celas. Excitava-o a perspectiva de uma delas tentar se vingar e, com isso, construir um pretexto para novas e mais cruéis torturas. Sobre o tema, o jornalista Moacyr Oliveira Filho, o Moa, ele mesmo ex-preso político torturado na ditadura, escreveu um artigo memorável chamado "Brinquedo macabro".
Ustra era conhecido nos porões pela brutalidade e pelo sadismo com que se entregava à arte de espancar, arrancar unhas, dar choques elétricos e empalar prisioneiros políticos com cassetetes eletrificados. Covarde, escondia a identidade militar por trás de um codinome sinistro: Doutor Tibiriçá.
Esse monstro, símbolo da insanidade da ditadura implantada pelo golpe de 1964, estará à mostra amanhã, para quem quiser vê-lo, no CCBB de Brasília. '
Mas tenham cuidado. Ustra não estará dentro de uma jaula, nem mesmo acorrentado. A única prisão que lhe coube, até hoje, foi o desprezo e a repulsa que o cercam onde quer que ele vá.
L. F.
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