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segunda-feira, 8 de julho de 2013
Caso Joaquim Roriz

O ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) (à esq.) renunciou ao cargo em 04/07/2007 para não ser cassado por corrupção no Conselho de Ética do Senado, acusado de quebra de decoro parlamentar após divulgação de conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal na Operação Aquarela, onde ele negociava a partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do BRB (Banco Regional de Brasília) Tarcísio Franklin de Moura. Sua defesa alegou que era dinheiro para a compra do embrião de uma bezerra para ajudar o amigo Nenê Constantino. A Operação Aquarela levou para cadeia Tarcísio Moura, que presidiu o BRB nos oito anos de governo de Roriz no Distrito Federal.


Durante a sua prisão, a polícia encontrou relógios caros, dinheiro vivo e uma carta do lobista Maurício Sampaio Cavalcanti sobre cobrança de dívidas ao governador Roriz. Maurício era diretor da agência de propaganda do BRB, Jimenez & Associados.


A revista Veja revelou que parte dos R$ 2,2 milhões seria usado para subornar juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) para livrar Roriz de acusações nas eleições de 2006.


Num dos 50 processos contra ele por crime eleitoral, constatou-se que sua administração mudou o telefone da estatal de saneamento básico do Distrito Federal, para o número 151, o mesmo de sua legenda na campanha para senador. Mas Joaquim Roriz, protegido por seus correligionários na Câmara Legislativa, foi impedido de dar explicações ao Legislativo.


Em junho de 2011, o Correio Braziliense informou que o Ministério Público do Distrito Federal havia denunciado Roriz como chefe do esquema de corrupção no BRB, acusando-o junto com 21 outras pessoas por formação de quadrilha para desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro, peculato e improbidade administrativa. A ação penal estava tramitando em segredo de Justiça na 1ª Vara Criminal do Distrito Federal.


Em outra ação, Roriz, suas três filhas, Wesliane, Jaqueline e Liliane, e o neto Rodrigo Domingos Roriz Abreu, estavam sendo acusados de receber 12 apartamentos da construtora WRJ como propina em troca de facilidades no BRB.


A filha Jaqueline Roriz estava envolvida em outro escândalo, quando foi flagrada recebendo R$ 50 mil do ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, do então governador José Roberto Arruda (leia Mensalão do DEM).

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Bezerra de Ouro

Em abril de 2010, o Ministério Público do DF protocolou uma denúnciaacusando Roriz e mais cinco pessoas por improbidade administrativa por usar o BRB para simular uma transação bancária e repassar dinheiro para Roriz. Uma escuta telefônica flagrou um diálogo do então senador Roriz acertando com o presidente do BRB o desconto de um cheque de R$ 2,2 milhões da Agrícola Xingu para o empresário Nenê Constantino, um dos donos da empresa aérea Gol.


O cheque era do Banco do Brasil, Constantino não tinha conta no BRB, e Roriz alegou que o dinheiro seria um empréstimo para Nenê Constantino comprar o embrião de uma bezerra na Universidade de Marília, em São Paulo.


Como informou o Estado de S. Paulo, de 15/04/2010, no diálogo gravado Roriz ficaria com R$ 270 mil, e o restante do dinheiro seria dividido por "muita gente". Além de Roriz, foram denunciados o empresário Nenê Constantino, o ex-presidente do BRB, Tarcísio Franklim Moura, dois ex-diretores do banco, Ari Alves Moreira e Carlos Antônio Brito, e Benjamin Roriz, ex-secretário do governo do DF.


Joaquim "Odorico Paraguaçu" Roriz
 

Os processos, geralmente engavetados no TRE, deram a Roriz o apelido de Odorico Paraguaçu de Brasília. Uma referência ao lendário personagem de Dias Gomes na novela de TV, para contar as mazelas do político brasileiro patriarcal, populista, o grande pai, padrinho dos pobres.


Roriz também é conhecido por cometer gafes com adversários políticos. Durante campanha eleitoral se desentendeu com uma mulher que pedia indenização ao SUS para a compra de remédio para câncer de mama. No desfecho, a mulher realmente tinha a doença e morreu com câncer logo depois. Os desembargadores enquadraram Roriz e aliados por crime de danos morais, de acordo com o artigo 243 do Código Eleitoral, que estabelece a reparação por ofensa à honra em programas eleitorais.


Como político sempre foi adepto de estratégias populistas. Em 1989, o então governador Joaquim Roriz apareceu em cadeia nacional de televisão convidando a população brasileira a morar em Brasília que ele daria terrenos de graça. Além de destruir os terrenos que pertenciam a União, lucrou com grilagem de terras e com a especulação imobiliária. Nesse caso, seu envolvimento com propinas foi levantado pela Polícia Civil de Brasília, quando Roriz assinou decretos de desapropriação para beneficiar um amigo que havia comprado um terreno, que em poucos dias valorizou três vezes: comprou por R$ 15 milhões e vendeu por R$ 45 milhões.


Seus últimos anos no executivo foram marcados por acusações de desvio do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e na compra de merenda escolar superfaturada.


Trajetória política
 

Há 40 anos na política, Roriz governou o Distrito Federal por quatro mandatos (três por eleição direta pelo PMDB) e também foi ministro da Agricultura e Reforma Agrária nas duas primeiras semanas do governo Fernando Collor.


Iniciou a carreira como vereador em 1962, em Luziânia, Goiás. Em 1978, foi deputado estadual; em 1982, deputado federal; em 1986, vice-governador de Goiás. Foi prefeito nomeado de Goiânia em 1987, quando foi convidado por José Sarney a ser governador do Distrito Federal.


Roriz é responsável por muitas obras na capital federal, pela fundação de muitas das cidades-satélites e por somar seguidas vitórias eleitorais conseguidas com ínfimos percentuais de vantagem. É tido por seus aliados como um grande "tocador de obras", como a Ponte JK, vários viadutos e o Metrô de Brasília que, em pouco mais de dez anos, já possui linhas mais extensas que o do Rio de Janeiro.


Seus adversários e a classe média brasiliense o acusam de criar favelas e tornar mais pobre o Distrito Federal, com a distribuição em massa de lotes semi-urbanizados em cidades satélites, incentivando a forte migração de pessoas de baixa renda, principalmente do Nordeste do país, aumentando em mais de um milhão de habitantes a população do Distrito Federal. As cidades de Itapoã, São Sebastião, Vila Estrutural e Vila Roriz já foram citadas como exemplos típicos de favelização rorizista.


Após a renúncia ao mandato de senador, em julho de 2007, ele saiu do PMDB. Em outubro de 2009, filiou-se ao PSC, prometendo se candidatar a governador do Distrito Federal, em 2010. Em setembro de 2010, abdicou dessa candidatura em favor da sua esposa, Weslian Roriz, com receio da decisão do STF sobre a validade e abrangência da Lei da Ficha Limpa, já que tivera seu registro de candidato negado por ter sido considerado um "ficha suja". (Atualizada em 07/07/2011).


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