Mensagem de colega Eduardo Ramacciotti, recebida hoje: Estamos recebendo relatos de cardiologistas demitidos em bloco em Fortaleza, trocados por médicos a distância via operadora de saúde. Está difícil não correlacionar essa decisão do CFM a interesses de grandes hospitais de SP e de operadoras de saúde como a Amil. Muitos colegas insatisfeitos, propondo inclusive boicote ao CFM, que deveria nos representar. Onde consultar notícias fidedignas? Esperando o CFM se pronunciar de forma mais clara. Todos os colegas estão bastante ressentidos. As informações estão desencontradas. A maioria dos colegas que converso estão dispostos a confrontar o CFM inclusive juridicamente. Eu prefiro esperar dados mais claros. Está tudo muito emocional.
Meu comentário: Evidentemente, parece mais uma onda de boatos falsos, criados por médicos que não entendem direito a coisa como funciona. A resolução do CFM impede que isso ocorra, isso não ocorreu em nenhum lugar do mundo, a instituição tem soberania para fazer seus médicos trabalharem e só contratarem médicos remotos se quiserem. Isso dos médicos serem demitidos e substituidos por médicos das operadoras de saúde (quem??) é tão improvável e ridícula quem nem merece comentário. O médico remoto é um médico também, que vai ocupar o mesmo tempo que numa consulta comum presencial (até mais).
A telemedicina deve ser usada apenas em situações específicas, e não para substituir médicos que já trabalham na instituição ou são conveniados. Se isso ocorrer, viola as normas do CFM e devem ser denunciados ao CRM para providências.
Agora, eu acho muito irônico esse "medo" de serem substituídos, mas não falam nada contra a invasão e a exploração vil das chamadas clinicas populares, que aviltam enormemente os honorários médicos, pagando muito abaixo do mínimo. Vi outro dia uma clinica (presencial) que oferece consultas por 20 reais. E até por 10 reais. Quanto elas repassam ao médico? Estranho os CRMs não estarem fazendo nada para defender a classe, não? E porque os famosos sindicatos médicos também até agora não se movimentaram poderosamente contra essa tendência?
Telemedicina para ser um alvo mais fácil, temos que ver os interesses que estão rolando do lado contrário ai. Acho que é o medo de terem sua competência contestada e selecionada negativamente.
Quando surgiu a telerradiologia, foi a mesma polêmica, boicotes, etc;, principalmente de radiologistas do norte, nordeste e interior do Brasil, temerosos de perderem o emprego, substituidos por radiologistas do RJ e SP. Não aconteceu nada disso, pois a operação é sempre muito pequena perto da presencial, e os radiologistas do Brasil todo descobriram que também podem ganhar com a telerradiologia. O CBR se manifestou, o CFM regulamentou, e hoje ninguém fala mais nada ou é contra.
Renato M.E. Sabbatini
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