Eleições: NÃO MATAR - Dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro

quarta-feira, 1 de setembro de 2010
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From: Cicero <@terra.com.br>
Date: Tue, 31 Aug 2010 23:56:29 -0300
Subject: Eleições: NÃO MATAR - Dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro
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Eleições: NÃO MATAR


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Dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro
Bispo diocesano de Oliveira


São quatro os direitos fundamentais da pessoa humana: direito à vida;
direito à propriedade; direito à liberdade e direito à honra. ³Quando se
denota a ausência de um deles, a pessoa desaparece: sem vida não existe, sem
propriedade não subsiste, sem liberdade, principalmente a religiosa, não se
desenvolve, e sem honra não se relaciona.² (Dom Dadeus Grings, Arcebispo de
Porto Alegre: Os sem. Comunicador, junho 2010, p 1). Entre os quatro
direitos, o primeiro é o mais importante porque é a base de todos os outros.


Os Dez Mandamentos da Lei de Deus expressam em sua totalidade esses
direitos fundamentais e seus desdobramentos. O direito à vida ocupa um lugar
especial no quinto mandamento: Não matar; que nos obriga à defesa da vida
humana desde a sua concepção no ventre materno até sua natural consumação na
morte. Aborto e eutanásia, assim como tudo que fere a vida humana, são pois,
condenados por Deus.


A Didaché, catecismo cristão do século II, afirma:
³Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém nascido.² Por
ser gravíssima desordem moral, a Igreja penaliza com a excomunhão não
somente aqueles que provocam o aborto mas quem colabora de algum modo com a
sua execução. ³Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em
excomunhão latae sentenciae², isto é automática, afirma o Canon 1314, do
Código de Direito Canônico. A excomunhão significa o estado objetivo de
pecado grave e a separação da Igreja, corpo místico de Cristo, com a
consequente chamada do pecador à penitência e reconciliação.


Estamos em ano eleitoral no qual vamos eleger o Presidente da República e
seu vice, senadores e deputados federais e estaduais. Entre os candidatos
não são poucos, de diversos partidos, que defendem o aborto, como já
declararam em entrevistas à imprensa ou reduzem sua aprovação a um eventual
plebiscito como se a objetividade do bem se definisse pela opinião da
maioria ou pela estatística e não pela objetividade da Lei de Deus e da lei
natural impressa no coração de todos os homens.


Entre os partidos, o Partido dos Trabalhadores inclui o aborto em seu
programa partidário. O PT em seu 3º Congresso ocorrido em setembro de 2007
afirma-se ³por um Brasil de mulheres e homens livres e iguais² que inclui ³a
defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e
regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público
(Resoluções do Congresso do PT, p. 80 in site do PT).


A Igreja Católica,
afirma a Constituição Pastoral Lumen Gentium do Concílio Vaticano II ³não se
confunde de modo algum com a comunidade política (GS no 76)² e respeita os
cidadãos em suas ³opiniões legítimas, mas discordantes entre si, sobre a
organização da realidade temporal (GS no 75)². Mas também afirma que ³faz
parte da missão da Igreja emitir um juízo moral também sobre as realidades
que dizem respeito à ordem política,quando o exijam os direitos fundamentais
da pessoa ou a salvação das almas (Catecismo, no 2246 citando GS, 76)².


Diante da grave situação em que estamos, cada eleitor católico tem a
gravíssima obrigação de ao escolher seus candidatos, observar também seus
compromissos com a defesa da vida e com aqueles pontos ³que não admitem
abdicações, exceções ou compromissos de qualquer espécie² como o caso das
leis civis do aborto; da eutanásia; de proteção do embrião humano; da tutela
da família como consórcio natural e monogâmico de um homem e uma mulher,
portanto contra o reconhecimento da união civil de homossexuais e a adoção
de crianças pelos mesmos; da liberdade de educação dos filhos pelos pais; da
liberdade religiosa e de uma economia a serviço da vida.


Cada um examine
diante de Deus e de sua consciência para bem escolher nossos governantes de
modo a escolher o melhor pelo Brasil. Não podemos nos furtar diante da
verdade e da justa defesa da vida e da Lei de Deus.

Dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro,

Bispo Diocesano de Oliveira.

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