Colegas :
Importante, como de costume, o tema abordado pelo Prof. Sabbatini.
Lamentável, todavia, no século XXI , estarmos discutindo, ainda, sobre a necessidade ou não de se "traduzir" um texto que terá maior ou menor impacto sobre a vida do ser humano.
São profissionais de nível universitário que deveriam ter em mente que suas orientações devem ser compreendidas pelos Farmacêuticos e pacientes para terem chance de êxito.
Verdade, Leonardo, o problema entretanto não é apenas causado pelos médicos. É claro que eles poderiam fazer uma letrinha melhor, né? (muitos, principalmente mulheres, têm uma letra bem redondinha e razoável, então não é impossivel caprichar).
1. A maioria dos consultórios não tem computador. Vai demorar pra resolver isso, principalmente na saúde pública. E máquina de escrever, essa já era, não existe mais. Além disso, a maioria dos programas de prescrição são patéticos, em termos de ergonomia e lentidão de uso. O médico quer velocidade. Outro dia vi um programa baseado em PDA que necessitou 40 cliques (!!) do coitado do médico, para fazer uma única prescrição de internação.
2. Depois de você adquirir uma letra ruim (e isso acontece, nem todo mundo sabe, na faculdade de medicina), é dificil voltar atrás. Com a idade, só tende a piorar.
3. A curtissima duração das consultas, aliado ao numero enorme de coisas que o médico tem que escrever durante e depois, exige pressa. E pressa resulta em garatujas incompreensiveis (as vezes até pelo próprio médico que as escreveu....)
4. Um certo orgulho profissional do médico, de escrever difícil, quase em código, até mesmo para o paciente não conseguir decifrar o que ele escreveu. Mas isso, na minha opinião é um orgulho muito danoso e antiprofissional. Queria ver a revolta dos médicos se os engenheiros fizessem plantas ilegíveis e mal feitas das casas deles...
Embora os Conselhos queiram "apertar", vai ser difícil mudar rapidamente a situação. Quem vai fiscalizar? Vai atolar os conselhos com procedimentos administrativos por causa tão comum? Eu acho que o processo será mais justificado quando houver um erro danoso de prescrição, causado pela má letra. Mas ai o mal já foi feito (ou quase).
Se diminuirem os absurdos, já estará bom.
Sabbatini
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