Re: [sbis_l] rede de médicos

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Em 23/2/2011 09:37, Gustavo Bacelar escreveu:

 

"O ensino é uma atividade humana que necessita de uma relação estabelecida, quem ensina, ensina algo a alguém."

 

O ensino é , de fato definido desta forma, Gustavo. A grande questão eu entendo não ser as nossas definições sobre o que o Conselho refere-se como em ensino, mas sim a questões relativas ao que foi colocado pelo Dr. Renato abaixo.

 

Em 23/02/2011 Renato M.E. Sabbatini, PhD Escreveu:

 

"(...) um grupo de médicos da rede da Anna começaria a discutir as melhores indicações de opiáceos para dor, comparar suas experiências, dosagens, efeitos adversos, etc. Isso é conhecimento exclusivamente médico, então outros profissionais não poderiam participar, pois isso poderia induzir a atos médicos por não médicos.(...)

"Pela ANVISA (outra agência que regula essa situação, não se esqueçam), apenas em sites, publicações e eventos exclusivamente para médicos é que podem figurar propagandas"

 

Desta forma, a rede proposta não estaria sendo voltada ao ensino, porém permitiria, mesmo sem a devida idéia, que pessoas não médicas tivessem estas discussões de comparação de medicamento, por exemplo, disponíveis para fazerem suas "experimentações" quando quisessem.

A maior preocupação que temos nesta construção é, como já disse, a legitimidade do médico e a disposição de discussões deste tipo. Não é possível  a censura da informação em uma discussão. Se a proposta é construtiva e permitir que os médicos do país estejam interligados, dando acesso a médicos do Norte (que não têm acesso a muitas discussões e educação continuada) a Sul do país, precisa ser livre para qualquer discussão.

 

Bom, asseguro-lhes que o trabalho nesta construção vai ser árduo, mas teremos a solução para que a rede seja restrita somente a médicos. Trouxe a discussão para a lista também para que tivesse a cooperação de todos os interessados na visualização de possíveis falhas e só assim elaborar um plano de ação para a solução.

 

Saudações!



Em 23 de fevereiro de 2011 11:31, Renato M.E. Sabbatini, PhD <sabbatini@edumed.org.br> escreveu:
Em 23/2/2011 09:37, Gustavo Bacelar escreveu:

O ensino é uma atividade humana que necessita de uma relação estabelecida, quem ensina, ensina algo a alguém. Um livro não ensina, mas é possível aprender com ele, pois ele apenas contém instruções e orientações. Ensino e aprendizagem são coisas diferentes.



OK, agora o Gustavo matou a charada. Acho que o próprio CFM deve saber a distinção clara, embora no ato normativo isso não tenha sido explicitado. Então ele deve se restringir apenas a cursos, virtuais ou presenciais, onde a matéria passada permita atos exclusivamente médicos (por exemplo, indicação e dosagem de medicamentos, procedimentos cirúrgicos, etc.), e também em atos telemédicos.

Mas o Gustavo também escreveu:


o entanto, é preciso que haja distinção entre ensino, divulgação e discussão. O intuito da rede social proposta pela Anna não é ensino, mas sim divulgação e discussão.

Acho que não, Gustavo. Também se aplicaria a proibição a certas discussões on-line. Usando o exemplo acima, um grupo de médicos da rede da Anna começaria a discutir as melhores indicações de opiáceos para dor, comparar suas experiências, dosagens, efeitos adversos, etc. Isso é conhecimento exclusivamente médico, então outros profissionais não poderiam participar, pois isso poderia induzir a atos médicos por não médicos. Se os participantes não tiverem segurança de que apenas médicos participam, terão que se auto-censurar, o que é dificil.

Tem também o problema da propaganda dos eventuais patrocinadores. Pela ANVISA (outra agência que regula essa situação, não se esqueçam), apenas em sites, publicações e eventos exclusivamente para médicos é que podem figurar propagandas, links, etc., para medicamentos éticos. Em outros, pode figurar informação genérica sobre a empresa (dita institucional), mas não medicamentos específicos.

Portanto, eu acho que podemos concluir que tudo depende do bom senso de quem organiza o evento ou informação, e do seu conteúdo e de uma politica de aceitação de apenas profissionais médicos em um evento, lista, etc.

No Instituto Edumed, que faz vários desses tipos de eventos para médicos e não-médicos, enfrentamos esse problema todo dia. Por exemplo, um curso de medicina da dor que oferecemos (http://www.edumed.org.br/cursos/medicina_dor.html) , pode ser assistido por médicos assim como enfermeiros, dentistas, fisioterapeutas, etc.  Embora o conteúdo englobe terapia medicamentosa, neurocirurgia, anestesia, etc., é dado em um nível tal que não estamos ensinando a prescrever drogas ou realizar agulhamentos periféricos, por exemplo.

Já um curso de atualização em tópicos de medicina do trabalho só pode ser dado para médicos cadastrados na ANAMT (Associação Nacional de Medicina do Trabalho), então não tivemos esse problemão de determinar se o inscrito era médico: a ANAMT fazia isso por nós.

Abraços
Sabbatini







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Anna Luyza Aguiar


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