Re: [sbis_l] NÃO AO ATO MÉDICO !!!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Ilara, o Gustavo bem apontou, esse não é o forum para essa discussão. Mas, só a guisa de esclarecimento, muitos planos de saúde são autogestōes, ou planos patrocinados pelos empregadores, ou seja são baseados no mutualismo. São esses os planos que querem atuar de forma hierarquizada. Gostaria muito de poder discutir com você, em outro forum, o problema de irracionalidade da organização de serviços de saúde no país, paralelismo e não suplementariedade entre os sistemas público e o de planos de saúde, duplicidade de ações, desperdício de recursos.... Mas principalmente sobre o equivoco que vejo na luta dos profissionais de saúde não médicos em replicar o modelo de pagamento por procedimentos, no seu relacionamento com planos de

Um excelente 2012 para

Um grande Abraço

Jussara

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On 03/01/2012, at 18:05, "Ilara Hammerli Moraes" <ilara@ensp.fiocruz.br> wrote:

> Prezada Jussara,
>
> Desculpe 'entrar assim na conversa', mas não entendi a frase: " une medicos e
> não médicos contra os planos de saúde que tentam implantar o modelo de atenção
> à saúde hierarquizada e equanime, princípios fundamentais do nosso SUS."
>
> É isso mesmo? Os planos de saúde querem implantar um modelo hierarquizado e
> equânime? Como? Se o princípio dos planos de saúde fundamenta-se na concepção
> de consumidor que paga pelo direito de acesso a um serviço contratado e o SUS
> fundamenta-se na concepção de cidadão, onde todo ser humano em solo
> brasileiro, por princípio, tem o direito de acesso a um bem.
>
> Há sérios problemas e distorções na prática de cada uma das concepções. Mas
> são princípios fundantes completamente distintos.
>
> Acho que eu não entendi a frase, sei que vc tem esta clareza da distinção
> entre os dois modelos: um exclui a depender do nível de renda, o outro
> pretende incluir o conjunto da população, independente do padrão de renda e
> inserção social.
>
> observe que escrevi: pretende! Aqui estou pontuando a questão dos princípios
> (conforme sua frase) dos modelos, não sobre as práticas.
>
> com um fraterno abraço,
>
> Ilara Hämmerli, MD/DSc
> Pesquisadora Titular
> ENSP/FIOCRUZ
>
>
> On Tue, 3 Jan 2012 08:45:37 -0200, Jussara wrote
>> O mesmo aconteceu com outra terapias "alternativas", hype ou
>> heterodoxas, como acupuntura, Ortomolecular, emagrecimento e
>> medicina desportiva, dentre outras, onde médicos e outras
>> profissões disputam a tapa os pacientes e tentam criar seus nichos,
>> através de regulamentação. No caso dos planos de saúde há um
>> motivo que é fundo de pano para muitos profissionais não medicos
>> estar em questions do o ato médico: eles não querem trabalhar em
>> conjunto com medicos em clinicas, querem eles mesmos serem
>> credenciados pelos planos e receberem por uma tabela propria de
>> procedimentos, exatamente o que hoje se condena na prática médica.
>> Ou sejam querem replicar o modelo das especialidades medicas sem
>> porteira, sem fazer parte de uma linha de cuidados, de uma atenção
>> integrada ao paciente.
>>
>> Todo mundo sabe que o modelo de porta de entrada existe em todos os
>> sistemas nacionais de saúde, onde o medico porteiro, atua em
>> equipe nas clinicas da familia, e é quem gerencia todos seus casos
>> e, a não ser em situações de emergência, quem encaminha os
>> pacientes para quaisquer outros especialistas. É exatamente este
>> modelo que une medicos e não medicos contra os planos de saúde que
>> tentam implantar o modelo de [UTF-8?]atenÃ§Ä o à saúde hierarquizada e
>> equanime, princípios fundamentais do nosso SUS. Eles alegam que a
>> atenção gerenciada é só para diminuir custos e nåo para uma
>> melhor coordenação da assistência ao paciente e maior equidade
>> no uso dos recursos disponíveis. Como o Gustavo mesmo já varias
>> vezes demonstrou, é, precisamente o modelo da saúde da familia
>> que é o mais efetivo. Mas no Brasil ele é só para quem usa o SUS?
>> Sent from my i
>>
>> On 03/01/2012, at 07:38, Jussara <jussara.macedo@gmail.com> wrote:
>>
>>> Como psiquiatra, esta questäo de papéis e competências dos professionals
> da equipe multidisciplinar já era motivo de controvérsia nos anos oitenta, por
> causa do boom da psicanâlise, nos anos setenta, um mercado promissor e bem
> pago, que atraiu cada vez mais psicologos para a área da clinica. Médicos
> psiquiatras, que dominavam as sociedades psicanaliticas, alegavam que só
> medicos, por conta de sua formaçäo, conseguiriam diagnosticar as molestias
> mentalist e indicar a psicanâlise como tratamento. Mas novas sociedades,
> principalmenteas de neopsicanalistas, como Lacan, aceitavam até professionals
> de outras áreas, como engenheiros. Dentro de pouco tempo o mercado de
> psicanâlise nao pareceu täo lucrativo para os medicos, que junto com os
> avanços da psicofarmacologia e das neurosciencias retornaram ao campo
> biologico. Muitos se tornaram neuropsiquiatras, trazendo para suas
> competências os testes psicológicos, que haviam sido completamente
> abandonados pelos psicólogos , no seu afä de se tornarem terapeutas. Neste
> momento foram eles que chiaram e quiseram garantir exclusividade para a
> profissäo. Ou seja, Gustavo tem [UTF-8?]razÄ o, o que move esses movimentos
> nunca säo realmente as boas práticas ou o paciente, mas o mercado.
>>>
>>> Sent from my iPad
>>>
>>> On 02/01/2012, at 09:05, Gustavo Gusso <gustavo.gusso@ig.com.br> wrote:
>>>
>>>> Sobre este tema embora eu tende a concordar com o Marevan não consigo
> achar nenhuma posição correta. Para mim não tinha que ter lei alguma ou então
> uma apenas uma que protegesse o paciente e não as profissões. O corporativismo
> das profissões da saúde é geral. Não salva ninguém. Poucos pensam nos
> pacientes.
>>>>
>>>> Com relação aos não médicos o que está acontecendo com o NASF é um
> desastre, ao meu ver. Tensionaram para entrar no SUS de uma forma que jamais
> aceitariam para seus parentes. E esta hipocrisia é mortal no Brasil. Muitos
> defendem o trabalho em equipe na atenção primária mas quando ficam doentes
> procuram o especialista mais famoso (e provavelmente iatrogenico) da cidade.
>>>>
>>>> abraços,
>>>> Gustavo Gusso
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> Em 30 de dezembro de 2011 16:47, Leonardo A. F. dos Santos
> <leonardo.santos@mv.com.br> escreveu:
>>>> Típico de país que mantém a visão pequena do colonizador português
> (maldição até hoje...).
>>>>
>>>> Em uma área essencialmente multidisciplinar, acreditar que algum
> profissional possa ter o domínio (APENAS ele) do vasto conhecimento da área
> voltada à saúde, é estapafúrdio e intolerável.
>>>>
>>>> Quais médicos conhecem, em profundidade, temas complexos como
> Farmacologia (só para citar um exemplo) ?
>>>>
>>>> A imensa maioria memoriza (existem honrosas exceções - conheço duas)
> termos ou expressões que são transmitidas por propagandistas ou que "aprendem"
> em congressos, financiados pela poderosa indústria farmacêutica.
>>>>
>>>> Enquanto existirem categorias profissionais que se considerem superiores
> às demais, notadamente na área assistencial, continuaremos a ter um GRANDE
> perdedor nesta discussão: o paciente.
>>>>
>>>> Abs,
>>>>
>>>> Leonardo Santos
>>>>
>>>>
>>>> ---------- Original Message -----------
>>>> From: "Dr. Marivan Santiago Abrahao" <marivan@mac.com>
>>>> To: sbis_l@googlegroups.com
>>>> Sent: Fri, 30 Dec 2011 16:00:05 -0200
>>>> Subject: [sbis_l] Não ao Ato Médico !!!
>>>>
>>>>> Pessoal,
>>>>>
>>>>> A colocação da Jussara é clara, formal e descritiva sobre o Ato
> Médico, sem entrar no seu mérito. Talvez esta lista não seja adequada para
> esta discussão, mas gostaria de dar uma opinião pessoal sobre o ato médico,
> pois afeta tanto o médico na sua prática médica diária quanto no
> desenvolvimento de sistemas de prontuário eletrônico.
>>>>>
>>>>> Este Ato Médico, que é ainda um Projeto de Lei (no. 7.703/06), é uma
> aberração que reflete uma visão facista, prepotente e arrogante sobre a
> regulamentação do exercício da Medicina no país.
>>>>>
>>>>> Claramente foca uma reserva de mercado, sem considerar a qualidade da
> assistência médica ao paciente.
>>>>>
>>>>> Por incrível que pareça, o exercício da medicina nunca foi
> regulamentada no Brasil, por certo, influenciada pela auto-suficiência da
> classe médica que nunca houve por considerar a importância dos outros
> profissionais de saúde de nível superior das diversas áreas que compõem a
> equipe médica multiprofissional (Nutrição, Fonoaudiologia, Biomedicina,
> Fisioterapia, Psicologia, Enfermagem, Odontologia, etc).
>>>>>
>>>>> Ao longo dos anos, mais de 13 conselhos profissionais regulamentaram
> suas profissões e somente agora, afetados pela perda do mercado, que o CFM
> resolveu se manifestar da pior maneira possível.
>>>>>
>>>>> Este ato, entre várias coisas básicas e necessárias, voltadas para o
> diagnóstico e prescrição médica, quer impor uma exclusividade aos médicos
> diversos atos pertinentes, e já regulamentados, a outros profissionais de
> saúde, incluindo a gestão da informação médica.
>>>>>
>>>>> Eu, por quase 30 anos, como Nefrologista aprendi diversos assuntos
> alheios a minha especialidade, mas vi com grande satisfação a crescente
> participação dos outros especialistas no cuidado ao paciente, pois percebi
> que a prática médica diária faz uma enorme diferença e que a divisão de
> tarefas e responsabilidades só traz benefícios para o paciente.
>>>>>
>>>>> Hoje, em vários hospitais, incluindo o Hospital Albert Einstein, onde
> exerço minha atividade médica, estes profissionais atuam de forma
> independente nos atos pertinentes a sua especialidade, mas de forma integrada
> e coordenada. Na gestão da informação médica, as enfermeiras são
> imbativeis. Nas ações preventivas de morbidades e no controle de fatores de
> risco os fisioterapeutas, as nutricionistas e educadores físicos desempenham
> um papel muito relevante. As Fonoaudiólogas atuam positivamente na educação
> escolar. As Psicólogas, nem se fala, com tanto maluco social por aí.
>>>>>
>>>>> Imaginem todos terem que depender dos médicos para exercerem as suas
> profissões. Isso sem contar que os médicos pouco tempo tem para os seus
> próprios atos.
>>>>>
>>>>> O pior é que, infelizmente, criou-se um clima de "já ganhou" e
> várias secretarias de saúde municipais, vários planos de saúde definiram
> regras de autorização de vários atos e serviços impondo a assinatura de um
> médico.
>>>>>
>>>>> Neste momento em que se discute a certificação em prontuário eletrÃ
> ´nico e o desenvolvimento dos SIH voltados para a atuação multiprofissional,
> este ato com certeza provocará muito confusão e atraso.
>>>>>
>>>>> Na web há um rosário de informações sobre esse tema, que está
> longe de terminar e acho que dificilmente este Ato será aprovado, por ser um
> grande retrocesso e a pressão dos outros conselhos profissionais ser muito
> intensa.
>>>>>
>>>>> Se o médico já tem fama de arrogante, imagine isso na forma da lei.
>>>>>
>>>>> Maiorres informações em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ato_médico (bem
> resumido) e em http://www.atomediconao.com.br.
>>>>>
>>>>>
>>>>>
>>>>>
>>>>> Marivan
>>>>>
>>>>> ________________________________
>>>>> Dr. Marivan Santiago Abrahão
>>>>> e-mail : marivan@mac.com
>>>>>
>>>>>
>>>>
>>>>>
>>>>> On 27/12/2011, at 17:10, Jussara wrote:
>>>>
>>>>>
>>>>> Rosane,
>>>>>
>>>>> Se for considerado um ato médico, só um professional habilitado
> poderá faze-lo. Cabe ao medicono diagnóstico e prescrever tratamentos de
> Enfermidades. Uma avaliaçäo por outro profissional faz parte do processo
> diagnóstico, logo é prerrogativa exclusiva da profissÄ o. Mas ocorre que nos
> últimos anos outras legislaçoes, têm avocado algumas das competências
> exclusivas dos médicos para si, como enfermagem, fisioterapia, nutrição,
> psicologia (assim como a odontologia há mais tempo, pos para quem não sabe
> ela fazia parte da cirurgia, uma das primeiras especialidades médicas).
>>>>>
>>>>> Existe um projeto do ato medico, jå aprovado na Câmara, muito
> combatido por outras profissoões, que delimita quais säo as funçóes
> privativas dos medicos, que , qualquer seja seu resultado, poderá
> estabelecer, por definitivo, até onde as outras profissões de saúde podem
> agir no seu trabalho na equipe multidisciplinar. Hoje existe um campo de
> sombra, principalmente nas equipes de saúde da familia e na saúde mental,
> mas a nível ambulatorial. Desconheço que isso ocorra em hospitais.
>>>>>
>>>>> Abs
>>>>>
>>>>> Jussara
>>>>>
>>>>> Sent from my iPad
>>>>>
>>>>> On 27/12/2011, at 16:30, Rosane Gotardo <rosane.gotardo@gmail.com>
> wrote:
>>>>>
>>>>>
>>>>
>>>>>
>>>>>> Olá!
>>>>>>
>>>>>> Desculpem-me se este assunto for "off-topic"...
>>>>>>
>>>>>> Tenho uma dúvida e gostaria de esclarecê-la.
>>>>>> O enfermeiro tem a competência de solicitar avaliação de
> profissional de equipe multidisciplinar para paciente internado?
>>>>>> No meu entendimento até então, esta competência seria exclusiva do
> médico responsável pelo atendimento.
>>>>>> Se alguém puder esclarecer e até repassar legislação a respeito,
> agradeço muito!
>>>>>>
>>>>>> Obrigada,
>>>>>>
>>>>>> Rosane Gotardo
>>>>>>
>>>>>>
>>>>> --
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