> Apenas 20% dos médicos estão interessados em áreas carentes
> O CFM, porém, considera o atual número suficiente, e diz que o
> problema está na má distribuição. O que temos incontestavelmente é que
> os médicos são distribuídos de forma trágica e injusta com a
> sociedade. O cadastro revela que apenas 2% dos municípios possuíam
> taxa superior a 2,5 médicos por mil habitantes, no ano passado.
>
> "Os médicos vêm com interesse de ganhar dinheiro. Depois de juntar
> uma boa quantia, vão em busca de conforto. Não querem ficar a vida
> inteira aqui"
Solução para o desinteresse dos médicos: TELEMEDICINA NELES!!
Em qualquer lugar do mundo onde a medicina é uma profissão liberal, a
distribuição da relação pacientes por médico é altamente desigual, por
vários motivos. Exemplo: a 100 km de Los Angeles, em pleno deserto, não
existem médicos e nunca vão existir!
Algumas soluções já foram propostas, todo mundo reclama, mas ninguém faz
nada. Quando faz, como essa iniciativa do governo, não funciona, pois
poucos médicos gostariam voluntáriamente de ir morar no fim do mundo,
sem colégio para os filhos, shopping center, acesso à cultura, e,
principalmente condições de trabalho decente e acesso à informação
profissional. Sem falar que a maioria quer se especializar, e que
cidades muito pequenas NUNCA, agora e no futuro, vão suportar um
especialista.
E é só lembrar que 65% dos municipios brasileiros têm menos de 10.000
habitantes e uma pobreza existencial total. Sinceramente, você iria??
Ficaria?? Mesmo ganhando 40 mil reais por mês, como o artigo demonstrou?
A telemedicina pode e deve ser uma solução para a medicina semirural e
remota. Mas o CFM não deixa: ela só pode ser feita entre médicos, o que
é um contra-senso total. Se tem médico na ponta de lá, pra que
telemedicina? Ela é necessária onde não tem médico!!! Ou seja, mais de
metade dos municípios brasileiros.
O CFM, os CRMs, as associações médicas e os sindicatos também são
contra o governo dar mais facilidades para médicos graduados no exterior
(a maioria formada de brasileiros que vão estudar na Bolívia, Paraguai,
Uruguai, Argentina, Cuba....). Também são contra o serviço civil médico
(recém formados em faculdades públicas "pagarem" a gratuidade do ensino
com 2 anos de serviço para omde forem mandados.)
Mas não fazem absolutamente nada para remediar a situação, só ficam
repetindo que o problema não é falta de médicos, mas sim a sua má
distribuição! Ora, vamos então mandar os presidentes de todas essas
insignes instituições para um Tremembé do Bode qualquer, de 2.000
habitantes, e a 800 km de uma cidade grande, para exercer lá a medicina
e conhecer a realidade. Garanto que eles derrubarão as restrições atuais
ao exercício da telemedicina bem rapidinho....
Povo da SBIS: temos que promover mais o uso de tecnologias remotas de
acesso à informação, triagem, segunda opinião, telediagnóstico, e,
principalmente teleconsulta, para resolver esse enorme problema da má
distribuição geográfica de médicos. Só ficar se lamentando não vai
solucionar nada, nunca.
Desculpem o desabafo, mas eu tenho ouvido a mesma litania por 40 anos de
vida profissional, e nesse tempo, apesar do número de faculdades de
medicina ter mais que dobrado, continua tudo na mesma. Na mesma, não,
piorou: a cidade de São Paulo tem a metade dos médicos paulistas, que
são já quase a metade de todos os médicos brasileiros!!
Abraços
Sabbatini
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