Re: [sbis_l] Re: Mercado de trabalho para TI em Saúde explode (.... mas nos EUA)

domingo, 23 de setembro de 2012
A MV possui dois Farmacêuticos-Bioquímicos (um deles sou eu), vários(as) enfermeiros (as), alguns fisioterapeutas.

Abs,

Leonardo Santos

---------- Original Message -----------
From: "Renato M.E. Sabbatini, PhD" <listas@edumed.org.br>
To: sbis_l@googlegroups.com
Sent: Sun, 23 Sep 2012 19:27:31 -0300
Subject: Re: [sbis_l] Re: Mercado de trabalho para TI em Saúde explode (.... mas nos EUA)

> Em 23/9/2012 08:10, João Marcelo Lopes Fonseca escreveu:
> > Considerando as últimas discussões e o conteúdo o artigo replicado
> > pelo Prof. Sabbatini, gostaria de perguntar:
> > 1. Quem conhece uma empresa que tenha na equipe de desenvolvimento um
> > profissional da saúde (médico/enfermeiro) dedicado à função (>60% do
> > tempo na empresa ao menos)? Que estimativa fazem da parcela de
> > empresas que dispõem de alguém para essa função?
> > 2. Quem vê necessidade de um profissional assim híbrido - que dialogue
> > com os analistas, não servindo apenas como consultor eventual para
> > demandas? Ou serviria como gerador perene de demandas descabidas e
> > inoportunas?
> >
>
> Conheço várias empresas que fazem isso.
>
> A Intersystems, por exemplo, tem vários médicos e enfermeiros
> consultores, que participam da especificação dos produtos, auxiliam na
> implantação e pós-vendas, etc. No último Fórum de Saúde Digital, o
> Fernando Vogt, diretor da área, manifestou seu entusiasmo e grande
> necessidade de ter profissionais desse tipo, inclusive os informatas
> biomédicos formados em nível de graduação (bacharelado) na USP de
> Ribeirão Preto, pelo perfil de formação interdisciplinar altamente
> adequada ao trabalho que desenvolvem. A Intersystems e outras empresas,
> contrataram vários desses egressos do curso. Cito, por exemplo, a Katu e
> a Matrix.
>
> Acontece que as empresas menores não têm cacife econômico para ter
> profissionais híbridos como esses.
>
> Eu diria, do alto da minha experiência de 40 anos de tentar formar esses
> híbridos na UNICAMP (Projeto Centauro), que eles são ABSOLUTAMENTE
> necessários para o progresso da área, e principalmente para desenvolver
> produtos criados apenas a partir dos conhecimentos técnicos do pessoal
> de análise de sistemas e programação (os quais, excetuando aqueles que
> têm MUITOS ANOS de experiência no fronte da batalha, e vivência dentro
> de hospitais, etc., são bastante ignorantes sobre como funciona a
> medicina, como devem ser os sistemas que os médicos e outros
> profissionais querem, etc.). Isso resulta quase sempre em sistemas
> inferiores, rejeitados pelos profissionais que deveriam usá-los.
>
> Interessante você olhar o médico como gerador de demandas descabidas e
> inoportunas..... Muito interessante. Mostra o abismo que existe entre o
> usuário e o desenvolvedor, só para ficar por ai. E é uma das razões
> principais da resistência e da rejeição à TI de que muitos profissionais
> se queixam amargamente. Pense nisso, João Marcelo.
>
> Um editorial recente em um importante congresso de eSaúde canadense,
> chegou a considerar que é PERIGOSO para os pacientes que os sistemas
> sejam desenvolvidos com base apenas em algumas idéias descabidas e
> erradas dos analistas de sistemas.... Em uma instituição em que (tentei)
> dar uma consultoria, havia uma proibição de que os médicos e enfermeiros
> fossem envolvidos na especificação de sistemas!!! Não pode dar certo, pode?
>
> O artigo destaca que a grande maioria dessas 15.000 vagas procura
> profissionais de saúde com conhecimento e experiência com PEPs, sendo
> que muitos (observação empírica minha) querem profissionais de saúde
> versados em sistemas comerciais específicos, como Cerner, Epic, Siemens,
> AllScripts, etc.
>
> Eles são dificilimos de achar (menos de 1% dos profissionais de saúde) e
> estão portanto em posição altamente confortável, exigindo fortunas
> salariais. Numa economia recessiva.
>
> A SBIS precisa fomentar o surgimento de mais profissionais do tipo
> enfocado no artigo. Mas sou pessimista a respeito: na Alemanha, 30 anos
> atrás era fácil achá-los, quando a medicina estava em crise. Agora
> muitos desses profissionais reverteram à prática clínica, mostrando que
> era um oportunismo de uma certa parte deles.
>
> Precisamos de gente com paixão pela área. Paixão duradoura!
>
> Abraços
> Sabbatini
>
> --
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------- End of Original Message -------

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