Re: [sbis_l] O Fim da TI em Saúde?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Em 18/1/2013 15:04, Gustavo Gusso escreveu:
> Então, não é um profissional apenas. Esta é minha singela critica.
> Deveria-se pensar em pelo menos dois. Um com conhecimento
> majoritariamente (mas não só) de TI (tal qual esta no Protics) e outro
> majoritariamente (mas não só) de assistência. Talvez o equilibrio
> fosse o desejado mas não é real.
Gustavo, é bom lembrar que a SBIS foi fundada, e ainda hoje tem muitos
membros, como eu, o Marivan, a Beatriz, a Heimar, o Gandour, o Claudio
Giulliano, a Mariza, o Daniel e vários outros (na realidade boa parte
dos membros fundadores e praticamente todos os presidentes, menos dois),
que são originariamente profissionais de saúde, como médicos e
enfermeiras, que adotaram a informática em saúde como profissão e
migraram para essa área, inclusive tornando-se vários deles ótimos
profissionais de informática, programadores e desenvolvedores. Eu mesmo
programei mais de 600 softwares médicos, inclusive sistemas completos de
PEP, gestão de clinicas, sistemas de processamento de sinais e imagens,
inteligência artificial, etc.

Então já existe esse profissional ideal, porque ele conhece os dois
lados bem e é o catalisador ideal para os ambientes clinicos. Só que são
muito raros (1% dos profissionais da saúde, se for muito).

E é por essa raridade que a USP de Ribeirão Preto, a UFPR e a UNIFESP
criaram um curso de graduação específico para formar um profissional
híbrido, o informata biomédico, que aprende tanto a área de saúde quanto
a de informática. No Canada existe há 30 anos, na Alemanha e na Holanda
há 40 anos! Também existem alguns poucos cursos de pós-graduação,
principalmente na engenharia biomédica. As empresas, órgão de governo,
hospitais, etc. que são inteligentes estão contratando esses jovens
informatas biomédicos, e acho que a tendência é crescer o número de
cursos de bacharelado.

Outra experiência que deu um resultado espetacular, na formação de
líderes médicos em informática em saúde foi a residência médica do
HC-USP em informática, tendo gerado pessoas de altissimo nível, todos
médicos dedicados à carreira de informatica médica, como o Roberto
Rocha, a Lucila Ohno Machado, o Marcio Biczyk do Amaral, e muitos outros.

O cpTICS é idealmente voltado para certificar esse profissional híbrido,
e não o desenvolvedor, implantador, etc. NÂO É (e posso dizer com
propriedade, pois eu fui um dos seus principais idealizadores, como
diretor de educação da SBIS) para o pessoal de TI puro, mesmo porque um
terço das perguntas feitas se referem a conhecimentos na área da saúde.

Na minha opinião, temos só que achar uma maneira de aumentar o número de
profissionais de informática em saúde com formação específica e vivência
EM SAÙDE. Os EUA estão desesperados atrás dessas pessoas, somente neste
segundo semestre foram abertas quase 20.000 vagas destinadas a médicos,
enfermeiros, dentistas, etc. com especialização em informática em saúde,
e que continuem a exercer a parte clínica.

Você mesmo, não gostaria de ser um desses catalisadores essenciais?
Desde 1987 eu formei pessoalmente mais de 60 desses profissionais.
Veja: http://www.edumed.com.br/cursos/CursoVerao2013.html

Abraços
Sabbatini


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