sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Pesquisa transforma célula pancreática comum em produtora de insulina

Uma célula comum do pâncreas foi transformada em uma produtora de insulina por um grupo de pesquisadores americanos. Além de ser uma boa notícia para quem sofre com diabetes, o feito é um grande avanço para a medicina: é a primeira vez que alguém faz isso “pulando” o estágio de célula-tronco.

Os cientistas sabem que as chamadas “células-tronco embrionárias” (que, como o nome diz, vêm do embrião) podem ser transformadas, em laboratório, em praticamente qualquer outro tipo de célula. E descobriram recentemente que tecidos adultos podem ser transformados em um tipo de células-tronco, chamadas de “induzidas” ou “iPS”. Transformar uma célula adulta direto em outro tipo de célula adulta, no entanto, era até agora impossível.

Em seu trabalho, publicado na revista “Nature” desta semana, o grupo liderado por Douglas Melton, da Universidade Harvard, utilizou um vírus que alterou o código genético de uma célula pancreática normal de um camundongo. “Fizemos as células expressarem três genes que ‘disseram’ para elas se transformarem em produtoras de insulina”, explicou Melton .

O cientista acredita que teoricamente seria possível fazer isso com outros tipos de célula, para tratar, por exemplo, problemas cardíacos e doenças neurodegenerativas. Se o feito se comprovar, será mais um passo para o fim da polêmica das células embrionárias – como elas exigem a destruição de um embrião, muitas pessoas se opõem ao seu uso. Para chegar a esse ponto, no entanto, os cientistas precisaram estudar muito esse tipo de célula.

“Nos próximos anos, vamos tentar os mesmos experimentos em seres humanos usando células do fígado para tentar tranformá-las em pancreáticas produtoras de insulina”, diz Melton.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Cientistas estão mais perto de 'capa da invisibilidade'

Cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, anunciaram que estão mais perto de criar um material que pode tornar objetos tridimensionais "invisíveis".

Os pesquisadores desenvolveram dois materiais que podem reverter a direção da luz em torno dos objetos, fazendo com que eles "desapareçam".

Os chamados meta-materiais não existem normalmente na natureza e foram criados em uma escala nano, medidos em bilionésimos de metro. Eles são estruturas criadas artificialmente, com propriedades óticas que fazem a luz "se dobrar" de forma não natural.

Como a luz não é absorvida nem refletida pelo objeto, é possível vê-la por trás dele, iluminando o que normalmente estaria escondido por ele - tornando o objeto invisível.

Os pesquisadores explicam que o material funciona como "água passando em torno de pedras".

Refração

Os meta-materiais têm propriedades de "refração negativa" - nos materiais naturais, o índice de refração é sempre positivo. Refração é a passagem da luz por um objeto ou meio, na qual a velocidade da luz é alterada. Um bom exemplo é a passagem da luz através da água. A refração da luz na água faz com que as distâncias e tamanhos pareçam alterados.

Um dos meta-materiais é feito de metais e tem a estrutura semelhante a uma rede de pesca colocadas em várias camadas. Ele se torna transparente numa ampla gama de comprimentos de onda luminosa e reverte a direção da luz. O outro usa minúsculos fios de prata dentro de óxido de alumínio poroso, colocados a uma distância mínima um do outro.

Por enquanto, os cientistas acreditam que a descoberta poderá ser usada em lentes microscópicas, mas eles afirmam que os princípios dos materiais poderiam ser aplicados em maior escala para criar "capas de invisibilidade" grandes o suficiente para esconder pessoas.

As pesquisas lideradas pelo cientista Xiang Zhang serão publicadas nesta semana nas revistas especializadas "Nature" e "Science".

O estudo foi financiado pelo governo americano e poderá, um dia, ser usado em operações militares, fazendo, por exemplo, com que tanques desapareçam frente ao inimigo.