Serra estreou sua falta de jeito e carência programática no segundo turno da disputa municipal em SP, revelando certa afoiteza diante do vazio.
Entrou no salão, cuspiu no assoalho e engatilhou a única arma de que parece dispor para superar a pior votação recebida em casa nos últimos anos.
O tucano avisou que vai usar o STF como cabo eleitoral para atacar Haddad 'na questão dos valores'. Atente-se: quem está dizendo isso chama-se José Serra.
A palavra valores não lhe cai bem. Exceto, talvez, quando a quantia é mencionada, mas nesse caso, Paulo Preto seria o interlocutor adequado, não Haddad.
Afoitezas e cifras à parte, não seria descabido indagar: ademais de obras e ações urgentes, quais valores éticos ostentados por um prefeito poderiam fazer a diferença em uma cidade como São Paulo?
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman cunhou a palavra 'mixofobia' para descrever aquele que seria, em sua opinião, o medo típico das grandes cidades contemporâneas: a fobia de se misturar com outras pessoas.
Em que medida um caráter como o de Serra contribuiria para romper essa galvanização individualista, matriz de desdobramentos políticos, sociais e culturais de gravidade presumível?
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