| Dos 317 candidatos a prefeito nas eleições deste ano barrados nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de todo o país pela Lei Ficha Limpa, a maioria é do PSDB. Conforme levantamento feito pela Folha de S.Paulo e publicado neste final de semana, 56 tucanos tiveram seus registros como candidatos impugnados pela Justiça. De acordo com o jornal, "o número deve aumentar já que em 16 tribunais ainda há casos a serem julgados". (Veja matéria da Folha http://www1.folha.uol.com.br/poder/1150363-justica-barra-317-candidatos-a-prefeito-que-tem-ficha-suja.shtml) Esse número de impugnações poderia ser ainda muito maior caso a Lei Ficha Limpa barrasse também candidatos condenados em primeira instância. Na semana passada a revista Época publicou reportagem na qual lamentou: "O fato da Ficha Limpa não pegar condenados em primeira instância não seria um problema não fosse a morosidade da justiça. E descobrir se um candidato é ou não ficha suja depende exclusivamente do entendimento de um órgão colegiado, na segunda instância. Carlos Roberto Campos (PSDB), que concorre para prefeito de Guarulhos, na Grande São Paulo é um caso", afirmou matéria de Época ( http://revistaepoca.globo.com/Brasil/noticia/2012/09/lentidao-da-justica-emperra-ficha-limpa.html ). Além de já ter sido condenado a três anos e quatro meses de prisão por apropriação indébita do dinheiro descontado dos salários de seus empregados, o tucano Carlos Roberto é réu em 69 processos ainda não julgados (de um total de 74), dos quais 37 também por apropriação indébita de recursos recolhidos do pagamento dos trabalhadores de sua empresa e não repassados ao INSS. Os outros 37 processos contra ele se referem a sonegação de impostos, como IPI e Imposto de Renda, e de contribuições como o FGTS, PIS e Cofins. "Todos se referem à CRW Plásticos, empresa da qual (Carlos) Roberto Campos é sócio majoritário. A companhia tem faturamento anual de 120 milhões de dólares. Os processos na Justiça somam R$ 203,3 milhões em débitos com a União", mostrou ainda a reportagem de Época.
Só as contribuições que o empresário candidato descontou dos salários de seus empregados e não repassou ao INSS ultrapassam R$ 77 milhões. Com o Imposto de Renda a sonegação cobrada judicialmente do tucano chega a R$ 89 milhões. Outros processos contra Carlos Roberto também exigem dele o recolhimento de R$ 328,8 mil de contribuições sociais e mais R$ 67,8 mil de PIS.
Mesmo com todos esses processos por desviar dinheiro que pertence ao trabalhador ou não pagar o que deve, impostos que deveriam ser transformado em benefícios públicos, o candidato tucano de Guarulhos só escapou de receber o carimbo de ficha suja da Justiça Eleitoral e ter sua candidatura impugnada porque recorreu da condenação ao Tribunal Regional Federal. "Se fosse condenado por um grupo de juízes, seria inelegível", observou a matéria de Época. Mas a situação de Carlos Roberto, com outros 37 processos ainda não julgados em que é réu pelo mesmo crime de apropriação indébita, é muito difícil.
O ranking dos partidos que mais têm Ficha Suja, publicado pela Folha de S.Paulo no último sábado (8), é este: 1º) PSDB 56 impugnados, 2º) PMDB 49, 3º) PP 30, 4º) PR 25, 5º) PSB 23, 6º) PTB 22, 7º) PSD 20, 8º) PT 18, 9º) DEM 16, 10º) PDT 13, 11º) PPS 9, 12º) PV 8, 13º) PRTB 5, 14º) PCdoB 4 e 15º) PMN 3. |
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