[sbis_l] Internet pode servir à população e aos médicos como fonte de informação confiável

sexta-feira, 29 de abril de 2011
29/04/2011
6º Seminário Nacional Médico/Mídia
Internet pode servir à população e aos médicos como fonte de informação
confiável

Segundo especialista, criação de um selo de certificação para sites pode
dar mais segurança a pacientes e profissionais de saúde.

Agência Notisa - "O médico do futuro precisa indicar não apenas remédios
ou diagnósticos, mas também páginas da Internet a serem consultadas".
Reproduzindo esta frase, de autoria do historiador da Fundação Oswaldo
Cruz André Pereira, o segundo vice-presidente da Federação Nacional dos
Médicos (FENAM) Eduardo Santana resumiu o norteador de sua palestra
intitulada "A certificação de sites médicos na Internet - a importância
da criação de um selo para que a mídia reconheça as informações
qualificadas". O evento, que ocorreu ontem (28), fez parte das
atividades do primeiro dia do 6º Seminário Nacional Médico/Mídia,
promovido pela FENAM. O seminário, que acontece no Rio de Janeiro, vai
até hoje (29).

Eduardo Santana abriu sua exposição explicando que a certificação de
sites – ou seja, a criação de um selo que garanta ao usuário a
confiabilidade das informações nele contidas – não deve ter como alvo
apenas profissionais de mídia (jornalistas). Na visão do médico, uma vez
que a informação está disponível na Internet, formando uma "nuvem", ela
"pertence a todos". Assim, a criação de um selo que diga quais
informações são confiáveis deve visar à orientação de toda a sociedade,
sejam médicos, jornalistas ou o usuário comum.

A necessidade desta certificação é de suma importância, explicou
Santana, devido à realidade de hoje a Internet se configurar como a
maior biblioteca do planeta. Neste imenso acervo, sites dedicados à
medicina não faltam, o que deu origem, disse, ao "doutor Google",
consultado "antes e depois da consulta (com o médico)". Além disso, os
serviços do "Dr. Google" não são procurados apenas por leigos. Segundo
Eduardo Santana, uma pesquisa inglesa recente mostrou que a maioria dos
médicos e acadêmicos em medicina do país buscava informações e tirava
suas dúvidas recorrendo ao Google e à Wikipedia.

Diante dessa realidade, é preciso separar sites sérios e confiáveis
daqueles que possam conter informações equivocadas. Para Eduardo
Santana, a validação de um "selo de qualidade" só será possível depois
de percorrida três etapas: (1) identificação da origem das informações
(catalogar os médicos que postam informações na Internet); (2) criação
de uma Rede de Médicos (espaço destinado à construção, distribuição e
troca de conteúdo entre a comunidade médica, uma espécie de "Orkut dos
médicos"); e (3) identificação da qualidade dos conteúdos. Esta última
etapa, para Santana, é a mais complicada, devido ao imenso volume de
conteúdo disponível na Internet, que demanda um enorme esforço para ser
analisado e validado. Ainda assim, o profissional acredita que é um
passo que o Brasil está preparado para dar. Esta capacidade é ajudada
pelas determinações do Conselho Federal de Medicina (CFM) e de conselhos
regionais como o de São Paulo, que visam guiar os profissionais da área
quanto à maneira correta de divulgação de conteúdo on-line. Essas
determinações, segundo ele, acabam criando guias para evitar a
distribuição de informações pouco claras ou equívocas.

Com a criação de um selo de qualidade, a Internet pode se configurar
como uma fonte confiável de informações sobre doenças e desafios
médicos. Para Santana, nesse novo cenário a relação médico-paciente se
modifica, uma vez que ambos se encontram mais bem informados. Na visão
do profissional, esta nova relação se caracteriza por uma interação,
possibilitando uma troca de informações e conhecimentos que, caso
baseados em fontes on-line validadas, se provará benéfica para ambas as
partes.

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

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