RES: [sbis_l] Notícia CBN

terça-feira, 15 de abril de 2014

Caros Colegas da SBIS,

 

Em 15 de junho de 2012 tivemos na lista SBIS uma discussão bem parecida ao que está se tendo agora e por isso resolvi copiar minha opinião exposta nessa data, com algumas atualizações de data. 

 

Além disso, tive o prazer de ministrar uma palestra no Ciclo de Palestra da SBIS “Modelando a Usabilidade de Sistemas Clínicos” (http://www.youtube.com/watch?v=9KK9YTyGF5c), onde tento deixar claro que os sistemas de TI não existem por si só e sim para melhorar a eficiência, a produtividade, a qualidade, entre outras coisas do atendimento ao paciente e devem servir ao avanço da pesquisa, gestão e melhorias da Área de Saúde e para isso acontecer, os sistemas têm oferecer qualidade técnica, segurança, etc., etc., mas de forma bem crítica, Usabilidade, pois, um profissional de saúde pode ser um “Dedografo” ou “Catador de Milho” e ser um grande especialista e os sistemas digitais não podem ser um empecilho no trabalho dele.

 

Outra coisa, o porte dos sistemas tem de refletir as condições econômicas de onde eles vão ser implantados e muitas vezes não adianta se implantar o Top of Mind dos SIS e não oferecer um custo-benefício eficiente para quem for usá-lo. Então, os gestores têm que olharem isso e não ficarem iguais a Adolescentes querendo trocar de Smartphone a cada lançamento e se possível usando os que possuem 1000 funções quando no máximo precisam de 10.

 

Para finalizar, uso de sistemas de informação em saúde é um problema complexo no mundo todo. O presidente do país mais poderoso do mundo tem oferecido milhões de dólares ao sistema de saúde dele para que eles usem o máximo de tecnologias aplicadas a saúde, mas não sei se a adesão tem sido eficiente.

 

=====>>> Meu e-mail anterior

 

Trabalho numa instituição que já usa a mais de 19 anos ferramentas de TI, como PEP, SIS e outros recursos digitais no seu dia a dia e hoje, essas ferramentas estão tão incorporadas ao trabalho de todos os profissionais que temos que garantir de todas as formas o seu funcionamento, sob pena de criarmos um caos, caso elas parem, ou seja, temos que está muito atento minuto a minuto e temos planos de contingência sempre presentes. E, observe que ainda temos as impressões e assinaturas em papel legalmente necessárias.

 

A adesão é total. E porque é assim.

 

1 – Há uma decisão estratégica da direção da instituição nesse sentido. Sem essa decisão e resolução, nós podemos até desejar, mas não teremos condições de implantá-la.

 

2 – Temos que está sempre resolvendo os conflitos de usabilidade dos sistemas. Isso é real e diário. Temos que lembrar que os profissionais da assistência são especializados em atender os pacientes e isso ter de ser de forma eficiente, competente e dentro de uma agenda a ser cumprida. Os sistemas de informação devem ser um instrumento de melhoria e não um empecilho.

 

3 – Temos que garantir os mecanismos que gerem confiança por parte dos profissionais em usar essas ferramentas, pois, eles têm obrigações de ordem profissionais e pessoais que não podem abrir mão.

 

4 – O investimento em mecanismos de comunicação entre os profissionais de tecnologia e profissionais da assistência devem ser constantes, permanentes e produtivos.

 

5 – Problemas sempre ocorrerão e a instituição como um todo tem que ter mecanismos de resolução rápida, eficiente e adequada.

 

Lógico que essa análise feita aqui é simples, mas mostra uma visão real de um ambiente em funcionamento.

 

Quando vejo o título do Assunto acima, penso que vivo em outro mundo.

 

Não concordo que a demonização ou santificação como esse tema muitas vezes é tratado. Ele é complexo sim. Envolve vidas humanas e, portanto por se só já é complicado. Mas, também, esse fato não pode ser tratado como um cavalo de batalha contra os avanços que a TI trás.

 

Luciano Lima.

 

De: sbis_l@googlegroups.com [mailto:sbis_l@googlegroups.com] Em nome de Renato M.E. Sabbatini, PhD
Enviada em: sábado, 12 de abril de 2014 20:24
Para: sbis_l@googlegroups.com
Assunto: Re: [sbis_l] Notícia CBN

 

Em minha longa experiência, tanto como desenvolvedor, como professor de medicina, e usuário, o problema de aceitação do PEP pelos médicos brasileiros diz respeito à resistência contra a documentação clinica em si, a um ponto que chega ao absurdo kafkiano total.

Já fui atendido por médicos (muito bons por sinal), que não fazem absolutamente nenhum registro sobre o paciente, como se fosse um vendedor de salgadinhos na feira, e olhem que isso não ocorre somente na saúde pública.  Médicos que cobram 600 reais por consulta particular também não são adeptos.

Os que são um pouco melhores têm um envelope de papel manilha com o nome do paciente, contendo uma resma de papel ofício branco completamente desestruturada, onde anotam alguma coisa, muitas vezes em uma letra que nem eles entendem depois, e sem nenhuma sistemática (parece um papel de rascunho com anotações aleatórias, sem data, incompletas, etc.), Aliás, notas que são raramente consultadas em um encontro posterior com o paciente, como em um retorno.

A única coisa que esses médicos escrevem geralmente é uma receita ou pedido de exame no formulário (em papel), do plano de saúde....

Agora, quando ele chama o dedetizador, ou a manutenção da geladeira na casa dele, exige contrato, relação do que foi feito, peças trocadas, itemização dos custos, total, data e local de assinatura do cliente e do prestador, etc., etc.

É claro que existem exceções, como médicos que usam muito bem o computador, anotam tudo nele, com sistemática, etc., se o software for bom, ergonômico e der menos trabalho que o papel. Deve ser uns 10% dos médicos, na minha estimativa.

Infelizmente, as empresas que desenvolvem software de PEP, e as instituições que os adotam, não percebem que o buraco é mais embaixo. Procuram vender ou comprar de qualquer jeito, como se, num passe de mágica, eles serão realmente usados.

Enquanto os médicos desprezarem a documentação acurada, completa, legível, acessível e útil sobre os seus pacientes, nada mudará. Nem adianta insistir. Implantar um PEP não vai resolver os problemas de documentação que eu citei.

E as faculdades e cursos de residência não fazem absolutamente NADA para mudar essa situação. Mesmo porque não sabem ensinar, não têm quem ensinar, e não abrem espaço no curriculo para o ensino da boa documentação médica clínica.

Abraços
Sabbatini

PS: A documentação é parte intrínseca do atendimento médico, e toma tempo. O médico não tem razão, ao querer atender paciente 100% do seu tempo (atender significando fazer procedimentos, conversar, etc.) Medicina sem documentação é ruim e perigosa.


Em 12/4/2014 10:00, Leandra L. R. Carneiro escreveu:

Infelizmente o médico tem interesse em atender o paciente e só. Se a TI nào atrapalhar a vida dele, ele agradece e não enche o saco. Falo isso como médica e profissional de TI em Saúde.

 

Em 11 de abril de 2014 14:25, Thiago Silva <thiagosb13@gmail.com> escreveu:

Pessoal, 

 

E sobre a classe médica, como vocês avaliam o interesse dela no 'paperless'? 

 

Afinal, empresas de software dependem da necessidade do cliente para implantar soluções. De que adiantaria certificar o software se o médico não ter interesse por isso? Ou se interessa desde que seja, praticamente, de graça.

 




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